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Voltaremos em princípio ainda este mês com mais novidades, colunas novas, entrevistas com autores de fanfics, etc..., provavelmente também com uma nova cara.

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A Equipa do CBF

Rising Sun - Capítulo 04

Visões

A nova rotina dos Cullen seguia o velho padrão – com algumas leves adaptações. Alice, meu pai e eu, éramos irmãos, filhos de Carlisle e Esme. Rosalie e Jasper eram os sobrinhos de Esme que moravam com a tia desde pequenos. Emmet e Rose se recusaram a cursar mais uma vez a secundária, por isso agora Emmet era o marido de Rosalie. Eles se casaram pela décima vez no outono passado. Minha mãe era sobrinha de Carlisle, e Jacob era seu afilhado. Com o aumento da família, aumentou também o falatório das pessoas, que sempre pareciam ter comentários sobre a estranha relação dos Cullen.
Alice, Jasper, papai e mamãe, se matricularam em Dartmouth logo no nosso primeiro ano em New Hampshire. E eu, finalmente tive a chance de ir á escola.
Com o fim do prazo estabelecido para meu total desenvolvimento – seis anos e meio, mais ou menos – meus pais me questionaram sobre minhas aspirações.
Eu recebi educação domiciliar durante toda minha curta vida, devido a meu crescimento acelerado. Agora, eu já era considerada uma meio vampira adulta, e poderia freqüentar uma escola, interagir com humanos, ter uma vida normal.
Eu estava um pouco receosa, mas achei que se eu finalmente fosse para uma escola e convivesse com outros humanos, eu poderia provar para meu pai e minha mãe que eu estava sob controle, recuperada e pronta para essa nova experiência.
Essa foi minha deixa. Eu e Jacob nos matriculamos na secundária no meio do semestre. Eu estava realmente agradecida a ele por me acompanhar, uma vez que Jake já tinha cursado a secundária por duas vezes.
Foi espantosamente fácil conviver com todos aqueles cheiros diferentes. O sangue humano não exercia em mim o efeito perturbador que castigava Jasper, mas mesmo assim, eu me mantive relativamente longe de qualquer relação direta com humanos. Talvez mais pelo fato deles não despertarem nenhum real interesse em mim, ou talvez porque ter Jacob como colega de classe, obstruísse completamente minha visão.
Participar diretamente da rotina dos humanos me fez entender e experimentar situações e sensações que eu até então desconhecia. Como o ciúme que eu senti quando Jacob abriu seu armário e encontrou um bilhete anônimo de uma admiradora, sentimento que até então eu não tinha vivenciado, por que eu nunca precisei dividir Jake com ninguém. Ou a satisfação petulante que me invadiu quando ele rejeitou um encontro com a senhorita popular da escola. Eu não gostava da idéia de dividir meu melhor amigo com ninguém, não gostava de quando as pessoas – principalmente as do sexo feminino – o cercavam pelos corredores da escola.
Eu pude entender melhor as relações humanas, seu modo de agir e pensar, e pude perceber claramente em cada rosto perplexo, o efeito que nós, seres sobrenaturais, exercíamos sobre eles.
As coisas corriam em seus trilhos, a normalidade excêntrica de nossa família finalmente alcançara nossas vidas.
Era uma manhã de sexta feira, eu e Jake caminhávamos tagarelando sobre a possibilidade de uma caçada mais além dos limites do estado. Entramos na sala onde seria nossa próxima aula e nos sentamos em nossa mesa de costume. Foi ali, rabiscando o formato de um sol no braço de Jacob, tentando prestar atenção nas palavras monótonas de um professor qualquer, que eu tive a visão mais nítida e forte que jamais tivera em sonho algum.
E eu estava completamente desperta.
***
Jacob me sacudia pelos ombros, tentando me fazer focar em sua voz. Mas meus olhos estavam entorpecidos, como se tivessem sido encobertos por um véu. Eu o ouvi chamar meu nome, mas não conseguia encontrar minha voz, não conseguia dizer a ele que eu podia ouvi-lo longe. Eu queria que ele me abraçasse, e espantasse o frio que subia por meu corpo lentamente, ganhando um membro por vez. Eu ouvia as pessoas em volta, gritando umas com as outras, chamando meu nome. E então todo e qualquer barulho cessou.
Eu o vi subir as escadas, degrau por degrau, e adentrar a ampla sala vazia. Uma luz fraca entrava pela parede de vidro, revelando uma grande calda no canto mais distante da sala. O estranho se aproximou lentamente do piano de meu pai, tocou a superfície plana com suas mãos pálidas – eu quase pude sentir a temperatura delas. Ele contornou a extensão da calda até pousar seus dedos nas primeiras teclas de marfim e soou uma nota grave e hostil. O som ecoou pelos cantos vazios da grande casa e cessou, deixando um silencio plácido encher meus ouvidos. O vento soprou pela porta entreaberta e fez as cortinas brancas se agitarem num movimento cadenciado. O homem sem rosto, sem nome, então partiu, deixando para traz uma flor e um bilhete. Num último sopro, o vento revelou uma palavra no papel.
Nessie
O baque oco exaltou as pessoas que estavam em volta, elas se afastaram alguns passos para traz, seus rostos variavam do medo ao espanto. Somente Jacob ainda estava perto o suficiente para eu alcançá-lo. Agora eu podia sentir o calor de sua pele na minha. Ele envolveu meu corpo com os braços e me carregou para fora da sala. O ar frio encheu meus pulmões e clareou minha mente. Jacob me olhava nos olhos, procurando algum indício de hostilidade – ou sobriedade. Eu o olhei fixamente, e então eu percebi que estava lutando contra seu abraço. Imediatamente eu relaxei, e deixei que ele me dominasse. Jacob percebeu minha rendição e suavizou um pouco a pressão de seus músculos contra meu corpo. Ele me sentou delicadamente num banco esquecido no fim do corredor, pegou meu rosto nas mãos grandes e quentes e disse.
- Ness, está me ouvindo? Fale comigo. – Jacob sussurrava aflito, seu hálito quente em meu rosto.
- Jake, eu… eu vi, foi tão real… – Eu queria fazê-lo acreditar em mim, queria que tanto ele quanto o resto da minha família desse a importância que eu dava a essas coisas que me assaltavam sem aviso prévio ou qualquer explicação.
- O que Nessie, o que você viu? Me mostre. – Jacob pegou minhas mãos e colocou em seu rosto. Eu fechei os olhos e me concentrei na visão. Mostrei a ele a repetição exata da cena, demorando-me nos detalhes nítidos e assustadores que eu pude ver.
Ele abriu os olhos e me encarou assustado. Nesse momento o professor – do qual eu não me lembrava o nome – atravessou o corredor em nossa direção. Ele estava pálido, ofegando.
- Mais o que diábos aconteceu lá dentro, senhorita Cullen? – Ele se agachou em minha frente e me examinou com os olhos meio arregalados.
- Foi uma forte enxaqueca, Sr. Anderson, ela tem essas crises desde que era garotinha – Jacob mentiu, sua expressão séria e sua voz calma fizeram o Sr. Anderson aceitar facilmente sua explicação.
- Mas rapaz, ela quebrou uma mesa… – Disse Sr. Anderson com espanto.
- A mesa já estava meio velha, eu mesmo percebi isso quando me sentei nela outro dia. Além disso, nós pagaremos pelos danos. – Jacob tranqüilizou-o
Os dois continuaram discutindo o ocorrido em voz baixa. Deixei minha mente vagar até aquela sala, grande e vazia. O entalhe da porta de madeira, larga, pesada… O piano no canto da sala, parcialmente iluminado pela luz fraca que vinha da parte norte da grande casa branca. Ele estava em Forks, na casa em que nasci, na casa em que meus pais se casaram, na casa em que Jacob me pegou no colo pela primeira vez. Ele esteve lá, a minha procura.
Eu não sabia quem ele era, mas eu tinha quase certeza de que, se eu fosse até lá, agora, nesse exato momento, eu encontraria um bilhete endereçado a mim.
Era uma visão, e não um sonho. Fiquei me perguntando se Alice também vira algo. E questionei ainda mais o fato dessas visões estarem ligadas a mim. O cargo de “advinha” da família era de Alice, não meu.
Jacob convenceu o Sr. Anderson a deixar que ele me levasse para casa. Ele disse que explicaria o ocorrido a meus pais e eles entrariam em contato em breve. Nós assinamos a dispensa e caminhamos lentamente para o estacionamento.
- Jake – Eu rompi o silencio.
- Sim – Ele respondeu gentilmente.
- Precisamos conversar. – Eu o olhei seriamente, e ele retribuiu apenas com um aceno silencioso.

Fanfic escrita por Anna Grey.

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