Eu ouvi a música antes de sair do carro. Edward não havia tocado seu piano desde a noite
em que Alice partiu. Agora, enquanto fechava a porta do carro, ouvi a morfema da música pela
ponte, e ela mudou para minha canção de ninar. Edward estava me recebendo em casa.
Me movimentava lentamente enquanto arrastava Renesmee – dormindo profundamente; nós
tínhamos saído o dia todo de carro. Deixamos Jacob na casa de Charlie – ele disse que ia pegar
uma carona para casa com Sue. Eu me perguntei se ele estava tentando encher a mente com
coisas superficiais o bastante para comprimir a imagem que meu rosto estava quando caminhei
pela porta de Charlie.
Conforme andava lentamente para a casa dos Cullen agora, reconheci que a esperança e o
ânimo que pareciam quase uma aura visível ao redor da grande casa branca, tinham sido meus
também nesta manhã. Parecia estranho pra mim agora.
Eu quis chorar novamente ao ouvir Edward tocar para mim. Mas me recuperei. Não queria
fazê-lo suspeitar. Não deixaria pistas em sua mente para Aro, se podia ajudar nisso.
Edward virou a cabeça e sorriu quando eu entrei pela porta, mas continuou tocando.
- Bem-vinda ao lar - ele disse, como se este fosse qualquer dia normal. Como se não tivesse
outros 12 vampiros na sala envolvidos em várias perseguições, e mais uma dúzia espalhada em
algum lugar por aí. - Passou um bom tempo com Charlie hoje?
- Sim. Desculpe ter demorado tanto. Eu saí para fazer compras de Natal para Renesmee. Sei
que não será bem um evento, mas... - eu encolhi os ombros.
Os lábios de Edward se viraram. Ele parou de tocar e se virou no banco para que todo seu
corpo me encarasse. Pôs uma mão em minha cintura e me puxou para perto. - Eu não tinha
pensado muito nisso. Se você quiser fazer uma festa –
- Não - Eu o interrompi. Hesitei internamente a idéia de tentar fingir mais entusiasmo que o
mínimo. - Eu só não quis deixar o natal passar sem dar nada a ela.
- Posso ver?
- Se você quiser. É só uma coisinha.
Renesmee estava completamente inconsciente, roncando delicadamente contra meu
pescoço. Eu a invejei. Seria legal escapar da realidade, mesmo que por algumas horas.
Cuidadosamente peguei a bolsa de jóias de veludo das minhas coisas, sem abrir o suficiente
para que Edward visse o dinheiro que eu ainda carregava.
- Me chamou a atenção na vitrine de uma loja de antiguidades quando eu estava dirigindo
por lá.
Eu balancei o pequeno medalhão na palma dele. Era redondo com uma fina borda videira
cravada ao redor, na beira do círculo do lado de fora. Edward o pegou e olhou dentro dele. Tinha
um espaço para uma pequena figura e, no lado oposto, uma inscrição em francês.
- Você sabe o que isso diz? - ele perguntou com um tom de voz diferente, mais amortecido
do que antes.
- O vendedor me disse que dizia algo como as linhas de ‘mais do que minha própria vida.’.
Está certo?
- Sim, ele disse certo.
Ele ergueu os olhos para mim, seus olhos de topázio me analisando. Encontrei seu olhar por
um momento, então fingi estar distraída com a televisão.
- Espero que ela goste - murmurei.
- Claro que ela vai - ele disse suavemente, casualmente, e tive certeza naquele segundo que
ele sabia que eu estava escondendo alguma coisa dele. Também tive certeza que ele não tinha
idéia específica.
- Vamos levá-la para casa - ele sugeriu, se levantando e colocando os braços em volta dos
meus ombros.
Eu hesitei.
- O que foi? - ele perguntou.
- Eu queria praticar com Emmett um pouco... - eu perdi o dia todo para minha missão vital;
isso fez eu me sentir atrasada.
Emmett – no sofá com Rosalie e segurando o controle, claro – levantou os olhos e sorriu em
antecipação. - Excelente. A floresta precisa diminuir.
Edward franziu as sobrancelhas para Emmett e depois para mim.
- Tem muito tempo para isso amanhã - ele disse.
- Não seja ridículo - eu reclamei. - Não existe essa coisa de um monte de tempo mais. Este
conceito não existe. Eu tenho muito o que aprender e –
Ele me cortou. - Amanhã.
E sua expressão era de como se nem mesmo Emmett pudesse discutir.
Eu estava surpresa no quão duro seria voltar a rotina que era, depois de tudo, nova. Mas me
livrar até mesmo da pequena esperança que eu vinha estimulando, fez tudo parecer impossível.
Eu tentei focar nos lados positivos. Havia uma boa chance de que minha filha iria sobreviver
ao que estava por vir, e Jacob também. Se eles tinham um futuro, então era um tipo de vitória,
certo? Nossa pequena ligação deve manter as deles, se Jacob e Renesmee tivessem oportunidade
de fugir em primeiro lugar. Sim, a estratégia de Alice só faria sentido se nós propusermos uma
luta realmente boa.
Então, havia um tipo de vitória lá também, considerando que os Volturi nunca tivessem sido
seriamente desafiados em um milênio.
Não seria o fim do mundo. Apenas o fim dos Cullen. O fim de Edward, e o meu fim.
Eu preferia desse jeito – a última parte, ao menos. Eu não viveria sem Edward de novo; se
ele fosse deixar este mundo, então eu estaria bem atrás dele.
Me perguntei agora sem tomar nenhuma atitude, se existisse qualquer coisa para nós do
outro lado. Eu sabia que Edward não acreditava nisso, mas Carlisle sim.
Eu não pude me imaginar nisso. Por um lado, não podia imaginar Edward não existindo de
alguma maneira, em qualquer lugar. Se nós podíamos ficar juntos em qualquer lugar, então era
um final feliz.
E então o padrão dos meus dias continuaria, só um pouco mais difícil do que antes.
Nós fomos ver Charlie no Natal, Edward, Renesmee, Jacob e eu. Todo o bando de Jacob
estava lá, e também Sam, Emily e Sue. Foi uma grande ajuda tê-los lá nos pequenos quartos de
Charlie, seus grandes e quentes corpos esquentando os cantos ao redor de sua esparsa árvore
decorada – você podia ver exatamente onde ele tinha perdido o interesse e abandonado – e
inundava-se em seus móveis. Você podia sempre contar com os lobisomens para saber do
cochicho sobre uma próxima luta, não importa o quão suicida. A eletricidade de seus excitamentos
proveu uma corrente legal que se disfarçava em minha total falta de espírito. Edward estava,
como sempre, melhor ator do que eu.
Renesmee usava o medalhão que eu tinha dado a ela de madrugada, e no bolso de sua
jaqueta estava o MP3 player que Edward tinha lhe dado – uma pequena coisa que tinha
capacidade de 5 mil músicas, já cheia com as favoritas de Edward. Em seu pulso tinha um anel de
promessa Quileute, complexamente trançado. Edward tinha cerrado os dentes por aquilo, mas não
me incomodou.
Breve, muito breve, eu daria ela a Jacob por proteção. Como poderia ficar incomodada com
qualquer símbolo do comprometimento ao qual eu estava confiando? Edward tinha salvado o dia
por comprar um presente para Charlie também. Tinha aparecido ontem – prioridade remessa
durante a noite – e Charlie passou a manhã toda lendo o grosso manual de instruções para seu
novo sistema de sonda de pesca.
Da maneira que os lobisomens comiam, o esparramado almoço de Sue devia estar bom. Me
perguntei como a reunião pareceria para um estranho. Nós interpretamos nossos papéis bem o
suficiente? Algum estranho pensaria que somos um feliz círculo de amigos, aproveitando o feriado
com prazer casual?
Acho que Edward e Jacob estavam tão aliviados quanto eu quando chegou a hora de ir.
Pareceu estranho gastar energia com fachada de humano quando tinham tantas coisas
importantes para fazer.
Eu tive dificuldade de me concentrar. Ao mesmo tempo, talvez esta tenha sido a última vez
que veria Charlie. Talvez fosse uma coisa boa que eu estivesse tão dormente para registrar aquilo
de fato.
Não tinha visto minha mãe desde o casamento, mas descobri que podia ficar feliz pela
distância gradual que tinha começado há dois anos atrás. Ela era frágil demais para o meu mundo.
Eu não queria que ela fosse parte disso. Charlie era mais forte.
Talvez forte o bastante para um adeus agora, mas eu não.
Estava muito quieto no carro; ao lado de fora, a chuva era só uma névoa, pairando na
esquina, entre líquido e gelo. Renesmee sentou no meu colo, brincando com seu medalhão,
abrindo e fechando-o. A observei e imaginei as coisas que diria a Jacob agora, se não tivesse que
guardar minhas palavras da mente de Edward.
Se for seguro novamente algum dia, leve-a para Charlie. Conte a ele toda a história um dia.
Diga o quanto eu o amei, o quanto sofri para deixá-lo até mesmo quando minha vida humana
tinha se acabado. Diga que ele foi o melhor pai. Diga para passar meu amor à Renée, todas as
minhas esperanças de que ela estará feliz e bem...
Eu teria dado Jacob as instruções antes que fosse tarde demais. Eu daria a ele um bilhete
para Charlie também. E uma carta para Renesmee. Alguma coisa para ela ler quando eu não
pudesse mais dizer a ela que a amava.
Não havia nada incomum ao lado de fora da casa dos Cullen quanto nós chegamos à
campina, mas eu pude ouvir algum tipo de barulho sutil ao lado de dentro. Muitas vozes baixas
murmuravam e rosnavam. Parecia intenso, e parecia como um argumento. Eu podia ouvir as vozes
de Carlisle e Amun mais frequentemente que a dos outros.
Edward preferiu estacionar na frente da casa a ir para a garagem. Nós trocamos um olhar
desconfiado antes de sair do carro.
A posição de Jacob mudou; seu rosto se tornou sério e cuidadoso. Imaginei que ele estava
como um Alfa agora. Obviamente, alguma coisa tinha acontecido, e ele iria conseguir a informação
que ele e Sam precisariam.
- Alistair se foi - Edward murmurou enquanto andávamos.
Dentro da sala dianteira, o confronto principal era fisicamente aparente.
Forrando as paredes tinha um anel de espectadores, cada vampiro que tinha se juntado a
nós, exceto por Alistair e os três envolvidos na briga. Esme, Kebi e Tia estavam mais perto dos
três vampiros no centro; no meio da sala, Amun estava assobiando para Carlisle e Benjamin.
A mandíbula de Edward estava apertada, e ele se moveu rapidamente ao lado de Esme, me
rebocando com a mão. Eu agarrei Renesmee com força contra meu peito.
- Amun, se você quiser ir, ninguém te forçará a ficar - Carlisle disse calmamente.
- Você está roubando metade da minha família, Carlisle! - Amun gritou, apunhalando um
dedo em Benjamin. - É por isso que me chamou aqui? Para me roubar?
Carlisle suspirou, e Benjamin rolou os olhos.
- Sim, Carlisle escolheu uma luta com os Volturi, pôs em risco toda sua família, apenas para
me seduzir aqui para morrer - Benjamin disse sarcasticamente. - Muito lógico, Amun. Estou
comprometido a fazer a coisa certa aqui – Não vou me juntar a nenhuma outra convenção. Você
pode fazer o que quiser, claro, como Carlisle bem disse.
- Isso não acabará bem - Amun rosnou. - Alistair era o único equilibrado aqui. Nós
deveríamos todos fugir.
- Olhe quem você está chamando de controlado - Tia murmurou em um silêncio a parte.
- Todos nós seremos massacrados!
- Isso não vai dar em uma luta - Carlisle disse com a voz firme.
- É o que você diz!
- Se der, você sempre pode trocar os lados, Amun. Estou certo de que os Volturi apreciarão
sua ajuda.
Amun zombou. - Talvez esta seja a resposta.
A resposta de Carlisle foi suave e sincera. - Eu não usaria isso contra você, Amun. Nós
somos amigos há muito tempo, mas eu nunca te pediria para morrer por mim.
A voz de Amun ficou mais controlada também. - Mas você está levando meu Benjamin
contigo.
Carlisle pôs sua mão no ombro de Amun; ele a sacudiu.
- Eu ficarei, Carlisle, mas talvez isso seja seu detrimento. Eu irei me juntar a eles se essa for
a maneira para sobreviver. Vocês todos são tolos de pensar que podem desafiar os Volturi. - Ele
olhou feio, então suspirou, olhando de relance para Renesmee e eu, e adicionando em um tom
exasperado. - Eu testemunharei que essa criança tem crescido. Não é nada, mas a verdade.
Qualquer um veria isso.
- Isso é tudo o que temos questionado.
Amun fez careta, - Mas nem todos vocês estão vendo isso, parece. - Ele se virou para
Benjamin. - Eu te dei a vida. Você a está destruindo.
O rosto de Benjamin pareceu mais frio do que eu jamais tinha visto; a expressão contrastou
estranhamente com suas feições de menino. - É uma pena que você não tenha podido substituir
minha vontade com a sua própria vontade no processo; talvez você estivesse mais satisfeito
comigo.
Os olhos de Amun se estreitaram. Ele gesticulou abruptamente a Kebi, e eles seguiram por
nós para a porta da frente.
- Ele não está partindo - Edward disse silenciosamente para mim, - Mas ele manterá
distância de agora em diante. Não estava blefando quando disse que se juntaria aos Volturi.
- Por que Alistair se foi? - sussurrei.
- Ninguém pode saber ao certo; ele não deixou um bilhete. Por seus resmungos, está claro
que ele acha que a luta é inevitável. A despeito de seu comportamento, na verdade ele se importa
muito com Carlisle para ficar com os Volturi. Suponho que decidiu que o perigo era demais. -
Edward deu de ombros.
Apesar de nossa conversa ser claramente entre nós dois, claro que todos podiam ouvi-la.
Eleazar respondeu ao comentário de Edward como se tivesse sido para todos.
- Do som de seus resmungos, foi um pouco mais que isso. Nós não falamos muito da agenda
dos Volturi, mas Alistair estava preocupado que não importa o quão decididamente nós
pudéssemos provar sua inocência, os Volturi não iriam ouvir. Ele acha que eles encontrarão uma
desculpa para alcançar seus objetivos aqui.
Os vampiros se olharam desconfortavelmente. A idéia de que os Volturi manipulariam sua
própria lei de sacrossanto para ganhar não era uma idéia aceita. Apenas os Romenos eram
governados, seus meio-sorrisos irônicos. Eles pareciam meditar sobre como os outros queriam
pensar bem de seus antigos inimigos.
Muitas discussões baixas começaram ao mesmo tempo, mas foram os Romenos que eu ouvi.
Talvez porque o loiro Vladimir manteve olhares em minha direção.
- Espero muito que Alistair esteja certo sobre isso - Stefan murmurou para Vladimir. - Não
importa a conseqüência, as palavras se espalharão. É tempo do nosso mundo ver para o que os
Volturi se transformaram. Eles nunca cairão se alguém acreditar nesta tolice deles protegerem
nosso modo de vida.
- Ao menos quando nós mandamos, éramos honestos sobre o éramos - Vladimir replicou.
Stefan concordou. - Nós nunca colocarmos nossos chapéus brancos e nos chamamos de
santos.
- Estou achando que chegou a hora de lutar - Vladimir disse. - Como você pode imaginar
que encontraremos uma força melhor parar estar junto? Outra chance boa assim?
- Nada é impossível. Talvez algum dia –
- Nós temos esperado por 150 anos, Stefan. E eles só se tornaram mais forte ao passar dos
anos. - Vladimir pausou e olhou para mim novamente. Ele não se mostrou surpreso ao ver que eu
o estava observando também. - Se os Volturi ganharem este conflito, eles partirão com mais poder
do que quando chegaram. A cada conquista eles adicionam sua força. Pense no que aquela recém
nascida poderia dar a eles – ele sacudiu seu queixo para mim – e ela mal descobriu seus dons. E o
que se mudou. Vladimir acenou para Benjamin, que endureceu. Quase todos estavam escutando
os Romenos agora, assim como eu. - Com seus gêmeos bruxos, eles não precisam de ilusionistas
ou toque de fogo. - Seus olhos de moveram para Zafrina, e então para Kate.
Stefan olhou para Edward. - Nem o leitor de mentes é exatamente necessário. Mas vejo seu
ponto. Realmente, eles levarão muito, caso vençam.
- Mais do que nós podemos dar o luxo de ganharem, não acha?
Stefan suspirou. - Acho que devo concordar. E isso significa...
- Que nós devemos ficar contra eles, enquanto ainda houver esperança.
- Se nós pudermos enfraquecê-los, até mesmo os expor...
- Então, algum dia, outros terminarão o trabalho.
- E nossa longa vingança será retribuída. Finalmente.
Eles fecharam os olhos por um momento e murmuraram em harmonia. - Parece que é o
único caminho.
- Então nós lutaremos - Stefan disse.
Mesmo que eu pudesse ver que eles estavam despedaçados, auto-preservação lutando com
vingança, o sorriso que eles trocaram foi cheio de antecipação.
- Nós lutaremos - Vladimir concordou.
Suponho que isso era uma coisa boa; como Alistair, eu estava certa de que a batalha era
impossível de evitar. Neste caso, mais dois vampiros lutando ao nosso lado só ajudaria. Mas a
decisão dos Romenos me fizeram encolher os ombros.
- Nós lutaremos também - Tia disse, sua voz grave normalmente estava mais solene do que
nunca. - Nós acreditamos que os Volturi excederão sua autoridade. Não temos o desejo de
pertencer a eles. - Seus olhos permaneceram em seu parceiro.
Benjamin sorriu e lançou um olhar travesso aos Romenos. - Aparentemente, sou uma
mercadoria tentadora. Parece que tenho de ganhar o certo para ser livre.
- Esta não será a primeira vez que luto para me manter longe da regra do rei, - Garrett disse
em um tom irritado. Ele caminhou e deu palmadas nas costas de Benjamin. - Aqui é liberdade de
opressão.
- Nós ficaremos com Carlisle - Tanya disse. - E lutaremos com ele.
O pronunciamento dos Romenos parece ter feito os outros sentirem necessidade de se
declarar também.
- Nós não decidimos - Peter disse. Ele olhou para baixo para sua pequena companheira; os
lábios de Charlotte estavam descontentes. Parece que ela havia tomado sua decisão. Me perguntei
qual era.
- O mesmo para mim - Randall disse.
- E para mim - Mary acrescentou.
- Os bandos lutarão com os Cullens - Jacob disse repentinamente. - Nós não temos medo de
vampiros - ele acrescentou com um sorriso falso.
- Crianças - Peter murmurou.
- Bebês - Randall corrigiu.
Jacob sorrindo de forma zombeteira.
- Bem, estou dentro também - Maggie disse, encolhendo os ombros da mão reprimida de
Siobhan. - Eu sei que a verdade está do lado de Carlisle. Não posso ignorar isso.
Siobhan encarou o membro mais jovem de sua convenção com olhos preocupados. – Carlisle
- ela disse como se estivessem sozinhos, ignorando o sentimento repentinamente formal da
reunião, a inesperada explosão de declarações, - Não quero que isso vire uma luta.
- Nem eu Siobhan. Você sabe que esta é a última coisa que eu quero. - Ele deu um meiosorriso.
- Talvez você devesse se concentrar em manter a paz.
- Você sabe que isso não ajudará - ela disse.
Me lembrei da discussão de Rose e Carlisle do líder irlandês; Carlisle acreditava que Siobhan
tinha alguns dons sutis, mas poderosos para fazer as coisas de sua maneira – ainda que a própria
não acreditasse nisso.
- Não poderia machucar - Carlisle disse.
Siobhan rolou os olhos. - Eu poderia visualizar a conseqüência que desejo? - ela perguntou
sarcasticamente.
Carlisle estava sorrindo abertamente agora. - Se você não se importa.
- Então não há necessidade da minha convenção de se declarar, há? - ela retorquiu. - Já que
não já possibilidade de uma luta. - Ela pôs as mãos de volta no ombro de Maggie, puxando a
garota para mais perto dela. O parceiro de Siobhan, Liam, ficou em silêncio de sem expressão.
Quase todo mundo na sala parecia mitificado pela clara troca de piadas entre Carlisle e
Siobhan, mas eles não se explicaram.
Aquilo foi o fim do discurso dramático na noite. O grupo vagarosamente se dispersou, alguns
para caçar, alguns para passar o tempo com os livros de Carlisle, televisões ou computadores.
Edward, Renesmee e eu fomos caçar. Jacob foi junto.
- Estúpidos sanguessugas - murmurou para si mesmo quando fomos para fora. - Se acham
tão superiores. - Ele bufou.
- Eles ficarão chocados ao verem os bebês salvando suas vidas superiores, não? - Edward
disse.
Jacob sorriu e socou seu ombro. - É diabos, eles ficarão.
Esta não foi nossa última viagem de caça. Nós todos caçaríamos de novo perto da hora que
esperávamos os Volturi. Como o prazo final não era exato, nós estávamos planejando ficar por
algumas noites fora na grande clareira de beisebol que Alice tinha visto, só pra garantir. Todos nós
sabíamos que eles viriam no dia que a neve tocasse no chão. Nós não queríamos que os Volturi
ficassem perto da cidade, e Demetri os conduziria para qualquer que fosse o lugar que
estivéssemos. Me pergunto quem ele rastrearia, e imagino que seria Edward já que não poderia
me perseguir.
Pensei em Demetri enquanto caçava, dando pouca atenção a minha presa ou aos flocos de
neve que tinham finalmente aparecido, mas derretiam antes de tocar o solo rochoso. Demetri
perceberia que ele não podia me rastrear? O que ele faria? O que Aro faria? Ou Edward estava
errado? Tinham aquelas pequenas exceções para as quais eu podia resistir, aquelas formas de
minha defesa. Tudo que estava ao lado de fora da minha mente era vulnerável – aberto para
coisas que Jasper, Alice e Benjamin poderiam fazer. Talvez o trabalhoso talento de Demitri esteja
um pouco diferente também.
E eu tinha um pensamento que me trouxe de volta brevemente. O alce meio-drenado caído
de minhas mãos para o pedregoso chão. Flocos de neve vaporizados a pouca distância do corpo
quente com pequenos sons chamuscando. Eu encarei inexpressivamente minhas mãos
ensangüentadas.
Edward viu minha reação e correu ao meu lado, deixando sua própria vítima não-drenada.
- O que há de errado? - ele perguntou com a voz baixa, seus olhos se arrastando pela
floresta ao nosso redor, procurando pelo que quer que seja que tivesse provocado meu
comportamento.
- Renesmee - eu sufoquei.
- Ela está por aquelas árvores - ele me assegurou. - Eu posso ouvir os pensamentos dela e
de Jacob. Ela está bem.
- Não foi isso que eu quis dizer - eu disse. - Eu estava pensando em minha defesa – você
realmente acha que vale alguma coisa, que pode ajudar de alguma forma. Eu sei que os outros
estão esperando que eu seja capaz de defender Zafrina e Benjamin, mesmo se eu puder fazer isso
por apenas alguns segundos. Mas e se isso for um erro? E se sua confiança em mim for o motivo
de nossa derrota?
Minha voz estava beirando a histeria, apesar de eu ter controle o suficiente para mantê-la
baixa. Não queria deixar Renesmee chateada.
- Bella, o que trouxe isso a tona? Claro, é maravilhoso que você possa se proteger, mas você
não é responsável para salvar ninguém. Não sofra sem necessidade.
- Mas e se eu não puder proteger nada? - sussurrei em arfadas. - Essa coisa que eu faço, é
falha, é irregular! Não há ritmo ou razão para acontecer. Talvez não seja nada contra Alec.
- Shh - ele me acalmou. - Não fique em pânico. E não se preocupe com Alec. O que ele faz
não é diferente do que Jane ou Zafrina façam. É só uma ilusão – ele não pode entrar em sua
cabeça mais do que eu posso.
- Mas Renesmee pode! - eu assobiei freneticamente pelos meus dentes. - Isso parece tão
natural, eu nunca questionei antes. Sempre foi parte de quem ela é. Mas ela põe seus
pensamentos em minha mente como faz com qualquer outra pessoa. Minha defesa tem falhas,
Edward!
Eu o encarei desesperadamente, esperando que ele reconhecesse minha terrível revelação.
Seus lábios estavam apertados, como se ele estivesse tentando decidir como expressar alguma
coisa. Sua expressão estavam perfeitamente relaxada.
- Você pensou nisso há muito tempo atrás, não pensou? - eu disse, me sentindo como uma
idiota por meses de não perceber o óbvio.
Ele acenou com a cabeça, um fraco sorriso posto na beira de sua boca. - Na primeira vez
que ela te tocou.
Eu suspirei à minha própria estupidez, mas sua calma tinha me suavizado um pouco. - E isso
não te incomodou? Você não vê isso como um problema?
- Eu tenho duas teorias, uma mais aceitável que a outra.
- Me dê primeiro a menos aceitável.
- Bem, ela é sua filha - ele apontou. - Geneticamente parte de você. Eu costumava te
provocar sobre como sua mente estava em uma freqüência diferente do resto das nossas. Talvez
ela tenha a mesma freqüência.
Isso não serviu para mim. - Mas você ouve a mente dela muito bem. Todo mundo ouve a
mente dela. E se Alec tiver uma freqüência diferente? E se - ?
Ele pôs um dedo em meus lábios. - Eu considerei isso. Este é o motivo de ter pensado na
próxima teoria mais aceitável.
Eu cerrei os dentes e esperei.
- Você se lembra o que Carlisle disse pra mim sobre ela, logo depois que ela te mostrou sua
primeira memória?
Claro que me lembrava. - Ele disse, ‘Essa foi uma mudança interessante. É como se ela
estivesse fazendo exatamente o oposto do que você pode.’
- Sim. E eu me perguntei. Talvez ela tenha pegado o seu dom e o modificou também.
Eu considerei aquilo.
- Você mantém todos fora - ele começou.
- E ninguém a mantém fora? - eu completei hesitante.
- Essa é minha teoria - ele disse. - E se ela pode entrar em sua mente, eu duvido que haja
algum defensor no planeta que possa angustiá-la. Isso ajudará. Do jeito que vemos, ninguém
pode duvidar da verdade de seus pensamentos, uma vez que eles a permitem mostrá-los. E eu
acho que ninguém pode evitar que ela os mostre, se ela se aproximar o suficiente para isso. Se
Aro a permitir explicar...
Eu encolhi os ombros ao pensar em Renesmee muito próxima ao insaciável Aro, olhos
leitosos.
- Bem - ele disse, esfregando meus ombros. - Ao menos não há nada que o evite de ver a
verdade.
- Mas a verdade será o suficiente para pará-lo? - eu murmurei.
Para isso, Edward não tinha resposta.
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