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Voltaremos em princípio ainda este mês com mais novidades, colunas novas, entrevistas com autores de fanfics, etc..., provavelmente também com uma nova cara.

Por isso, se virem novos conteúdos no blog, não se "assustem" nem pensem que voltamos ao ativo.

Quando estivermos terminando postaremos uma mensagem.

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A Equipa do CBF

Rising Sun - Capítulo 38

Volturi - Parte 1

- Por que não se juntam a nós também meu caro Edward, adorável Bella, meu querido amigo Carlisle... Vamos, não precisamos tornar isso algo tão desagradável. – Enquanto eu ouvia os passos silenciosos de meus pais atravessando as árvores como vultos, meus olhos não conseguiam abandonar o rosto lívido e poeirento de Aro. O céu estava pálido, limpo como um espelho, e o azul profundo tornava-se cada vez mais claro, ofuscando as luzes distantes das últimas estrelas.
- Ah, aí estão vocês. – Sorriu Aro, fitando com entusiasmo os rostos enfurecidos de meus pais. Jacob tremia ao meu lado, e eu tentava sustentar o peso dele sem deixar que meus joelhos cedessem. Os mantos negros de Aro e Caius estavam chamuscados e rasgados em várias partes, e seus cabelos sempre impecavelmente brilhantes e bem arrumados, formavam um emaranhado grotesco em volta de seus rostos pálidos. A noite não estava sendo muito fácil para eles também, eu imaginei.
- Resolveu parar de se esconder feito uma barata? Isso definitivamente não é do seu feitio Aro. – A voz serena de meu pai irrompeu das árvores, e era tão fria, tão dura... Eu estava perfeitamente calma a despeito dos pulos ferozes que meu coração dava em meu peito. Sentia-me completamente alerta, como estive na noite em que Jacob e eu lutamos contra Félix e Heidi, a sensação do perigo aumentava a proporção funcional de cada célula de meu corpo. Eu podia sentir, ouvir e ver cada detalhe perdido na noite que começava a ceder lugar àquela madrugada fria. O sangue de Jacob trabalhava em mim freneticamente, eu podia senti-lo percorrer minhas veias, devolver-me a efetividade dos meus dons naturais, e aqueles não tão naturais. A silhueta de Aro moveu-se sob a luz alaranjada que pairava no horizonte, e como por reflexo, o corpo esguio de minha mãe parou do outro lado de Jacob como uma sombra, sustentando-o melhor que eu. Carlisle seguiu os passos friamente medidos de meu pai, que se postou ao meu lado direito, um pouco mais a frente, tão protetor quanto sempre fora.
- Eu sei o que você quer. E a resposta é não. – Sibilou meu pai.
- É claro que sabe... Você sabe todas as coisas, jovem Edward, ou pelo menos pensa saber. – Aquela solenidade fajuta, aquele tom afetado na voz invariavelmente sedosa e gentil... Aquela falsidade me matava, me deixava doente de ódio. Meu sangue – o sangue de Jake – ferveu em minhas veias. Involuntariamente, fechei meus punhos ao redor da cintura de Jacob, tentando conter o tremor dele e o meu próprio.
- Edward, o que está acontecendo? – Intercedeu Carlisle, a voz calma balbuciando a pergunta como um meio de aliviar a tensão. Sempre o pacificador.
- Diga a ele o que quero meu rapaz. Diga a seu pai o que está me negando. – Os olhos felinos de Aro pararam no rosto de Carlisle e por um momento o brilho insolente da superioridade desapareceu, deixando um vazio profundo turvar os olhos leitosos. Carlisle devolveu o olhar cheio de súplica de Aro com uma certa indignação e incredulidade. Seja qual fosse o jogo de Aro, ele estava tendo êxito.
- Eu venho oferecer ajuda. – Sorriu Aro. Por um momento o silêncio nos envolveu como uma névoa. Nos pés da colina verdejante, Volterra queimava silenciosamente como uma vela esquecida na escuridão, enquanto a manhã se aproximava como uma profecia.
- Por quê diabos você imagina que nós precisamos de ajuda? – Disse Jacob, suas palavras se arrastando como correntes. O corpo enorme e moreno tremia sob minhas mãos, e a quentura que emanava dele fazia minha pele arder. – Vocês vão morrer malditos. – Sibilou ele. Vi quando minha mãe pressionou o ombro nu, tentando fazê-lo se acalmar, mas Jacob fitava o rosto impenetrável de Aro obstinadamente.
- Ah meu caro, mas você há de concordar comigo que, se deseja levar a cabo minha morte e a de meus iguais, terá de abrir mão de uma pessoa muito importante para vocês. – Ele sorriu. – Creio que ainda não tenham encontrado a querida Alice.
Observei o rosto de meu pai se contorcer numa máscara de ódio, suas mãos pálidas se fecharam em punho.
- Edward... – Sussurrou minha mãe, olhando-o pelo canto dos olhos. Eu conhecia aquele tom implícito em sua voz, era muito fácil saber o que ela estava pensando, mesmo não podendo ler seus pensamentos. Aquele tom significava: Edward, o quê está acontecendo?
Meu pai não desviou os olhos de Aro quando falou:
- Ele sabe algo sobre Alice. Está escondendo a informação de mim. – Disse ele, os dentes cerrados, as costas tensas. Ah Aro, seu demônio astuto. Eu entendia perfeitamente o processo, o único meio de esconder certos pensamentos de meu pai, e aparentemente Aro descobrira a mesma coisa.
- Ah não me recriminem. De que outra forma eu poderia garantir a minha segurança e a de meus queridos irmãos? – Aro lançou seus olhos opacos a Carlisle, que ouvia tudo imerso num silêncio intransponível. Dentro de sua imensa calma ele ponderava sem nada dizer.
Havia algo realmente perturbador na forma como Jane e Demetri olhavam para os lados furtivamente, como se procurassem por algo, uma saída talvez? Não. Eu não sabia o que era, mas estava me incomodando profundamente, e esse desconforto parecia não ser percebido por mais ninguém. Minha mãe e Jacob – ao meu lado esquerdo – mantinham seus olhos fixos em Aro e Caius, e meu pai, assim como Carlisle, se mantinha focado nos pensamentos que Aro tentava camuflar. Então, o que seria essa sensação soturna apertando meu peito? Meus pensamentos foram interrompidos pela voz felina de Aro:
- Vejam bem, vocês não me deixaram escolha. Eu tive que consertar a bagunça que vocês fizeram. Primeiro uma mestiça, e depois uma legião de imortais descrentes de nossas leis? O que vocês acham que teria acontecido se eu não interviesse? Eu tive que retirar as maçãs podres que vocês deixaram em nosso cesto, antes que um bando de desordeiros acabasse nos expondo. E a culpa pelas mortes deles, meus caros, é unicamente sua. Os Cullens trouxeram a morte até eles quando decidiram reuni-los para enfrentar a justiça que há tantos séculos têm nos protegido e nos preservado.
- Justiça? Você vem até mim se gabar de sua justiça? – Falou Carlisle, a voz anormalmente alterada oscilando no ar gelado da madrugada. Aro olhou-o atônito, e por um momento seus olhos endureceram. – Você sempre se importou apenas com o poder. Tudo que desejou sempre foi poder. Sua justiça anda de mãos dadas com seus interesses. Você sabia que a criança não era uma ameaça, sabia que não tínhamos violado as leis, e mesmo assim foi até Forks por pura ambição. Então eu novamente lhe pergunto Aro: o quê quer de nós?
Os primeiros raios de sol iluminaram o rosto inabalável de Carlisle, refletindo majestosamente na pele e nos cabelos lustrosos. As árvores se acenderam num verde oliva brilhante, e o fogo que consumia Volterra foi finalmente ofuscado pelo sol italiano.
- Só eu sei onde Alice está. – Disse Aro numa voz baixa e incisiva, as sombras ocultando seu rosto. – Se a querem, terão de pedir perdão e se submeter ao governo Volturi. Quero que compreendam essa condição, quero que entendam que não há outra forma de remediar o estrago que fizeram e o que isso significou para nosso mundo. Se se curvarem à mim, tudo será esquecido e poderemos, ambos, retomar nossas vidas ao longo da eternidade, como foi predestinado quando nos tornamos imortais.

Fanfic escrita por Anna Grey.

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