- Bom dia Swan!
-Bom dia Stanley!
- O que temos pra hoje?
Coloquei todo o material que consegui encontrar espalhado por cima de minha mesa e Jéssica, minha assessora e melhor amiga, se aproximou curiosa.
- Rosalie Hale?
- Isso mesmo!
Jess soltou um assovio e acenou em aprovação.
Meu próximo trabalho daria uma maior notoriedade a nossa empresa, que já anda muito bem obrigado, e colocar o nome “Just Married” em todas as revistas de noivas dos Estados Unidos afinal, a noiva é um das super modelos mais ricas do mundo! É nossa grande chance!
Ficamos sentadas em minha sala, por duas horas, lendo revistas, jornais, sites, blogs, toda e qualquer matéria a respeito da garota. O noivo era um jornalista inglês, totalmente desconhecido do grande público. Eles se conheceram em um desfile, em Milão há três anos, mas Hale não assumiu a relação por que o cara não gosta de aparecer. Estranho, para alguém que vai casar com uma super modelo.
Ele pode ser gay...
- Swan, quais as chances de conseguirmos essa comissão?
Sorri pra ela.
- Todas. A assessoria dela me ligou ontem para demonstrar o interesse de que nós realizemos o casamento, o mais brevemente possível! Talvez seja coisa para os próximos dois meses...
- Ótimo! Isso vai nos levar as alturas!
- E eu não sei disso? Podemos até mesmo nos mudar para um prédio maior com a comissão que ela pretende nos pagar, é muito dinheiro Stanley! Estou falando de seis dígitos!
Aprontamos os documentos e o book com as fotos de nosso último evento, para que eu pudesse levar a Rosalie. Seria uma coisa maravilhosa se conseguíssemos esse contrato, a idéia era doce como mel pra mim.
Cheguei ao prédio onde ela estava hospedada no mesmo dia. Minha reunião com a modelo e sua assistente seria as três e eu estava meia hora adiantada, tamanha era minha empolgação. Peguei o elevador e apertei o número dez, andar onde a encontraria. O elevador parou no quinto andar e um cara subiu, mas não dei muita importância a ele, estava muito confiante, mas também muito nervosa com a reunião de modo que só lhe dei um “bom dia” educado.
Sexto.
Sétimo.
Oitavo.
No nono andar o elevador parou. E meu coração acelerou, tenho claustrofobia, não posso ficar aqui! Apertei o botão onde estava escrito “emergência” rapidamente e continuamente, mas ele não se mexia.
- Deve ter sido um problema técnico.
Dei um pulo ao ouvir a voz. Ótimo! Eu tinha esquecido que estava acompanhada de um cara estranho...
- Seu celular está pegando?
Arregalei meus olhos por uma fração de segundo, batendo a mão ao lado da minha bolsa gigante, em busca do celular. Ele não estava lá.
- Meu Deus!
- Não tem celular?
- Tenho, mas esqueci na mesa do escritório! E agora? Onde está seu celular?
- Não tenho.
Olhei para o maluco que estava irritantemente tranqüilo com um olhar de descrença.
- Quem, hoje em dia, não tem um celular?
- Eu
Ele era maluco? Ótimo, estou ficando sem ar! Coloquei minha bolsa e as pastas no chão enquanto caminhava pelo pequeno espaço dentro do elevador, como que querendo achar alguma fonte de ar naquele cubículo.
- Tudo bem? Você está verde!
Eu não tinha mais forças de responder, o ar ficava cada vez mais escasso, então caí sentada no chão do elevador sentindo que ia morrer.
- Senhorita!
O cara me apoiou sentando ao meu lado e pegando meu pulso.
- Seus batimentos estão fracos, você tem claustrofobia?
Assenti com pouca força.
- Merda!
Olhei zonza, o sujeito pegar um saco de papel dentro da bolsa e oferecê-lo pra mim. O olhei com descrença, o que aquilo significava?
- Respire devagar, dentro do saco.
Ele fez um gesto com a mão me encorajando, e por algum motivo comecei a fazer o que ele pedira. Podia sentir meus batimentos se normalizarem e a tontura diminuir, um pouco.
- Você é médico?
Perguntei ao sentir que podia falar. O cara sorriu pegando uma garrafa de água da bolsa e oferecendo pra mim. Peguei a garrafa e a abri com vontade, não tinha percebido que estava com sede. Às vezes mal me lembro de comer, por causa do trabalho, ainda mais beber água!
- Não sou médico, sou azarado.
- Azarado?
Certo, ele era mesmo maluco.
- Sim, coisas ruins acontecem comigo sempre, então estou sempre prevenido para que possa me sair de situações de estresse.
- Como ficar preso no elevador com uma claustrofóbica?
Ele riu.
- Exatamente!
Não pude deixar de reparar que, quando ele sorria, ficava extremamente bonito. Mas, logo tentei me convencer de que era por que eu ainda tinha a visão turva pela tontura. Tentei ficar de pé, mas acabei caindo novamente.
- Se acalme, com o tanto de chamadas de emergência que você enviou, já deve ter alguém tentando nos tirar daqui.
Acabei rindo.
- Foi o desespero.
Ele também riu. E logo estávamos gargalhando sem lembrar mais o motivo do por que aquilo havia começado. Eu me sentia estranha, como se o conhecesse de algum lugar, mas tinha certeza de que me lembraria dele se já o tivesse visto. Era realmente um homem bonito. Ficamos conversando um bom tempo, e eu sentia um clima estranho entre nós, mas achava que era impressão minha, por estar tão assustada e ainda me sentindo mal. De repente a luz se apagou e o elevador deu um solavanco, me fazendo gritar e me segurar no braço do cara.
- E mais essa agora!
A voz dele tinha impaciência e logo entendi o que ele quis dizer sobre ser azarado. Isso nunca acontece comigo, aposto que é por que ele está aqui!
- Se acalme você está tremendo!
Ele se aproximou passando o braço em volta dos meus ombros. Em outra situação eu o teria afastado, mas eu estava muito assustada e me senti mais calma quando seu braço pousou em minha volta.
- Faz quanto tempo?
- Não sei isso é estranho, será que não tem ninguém que tenha visto seu alarme de emergência?
Dei de ombros desviando olhar dele, estava ficando corada e isso me fazia sentir idiota.
- Esta tudo bem?
Ele segurou meu queixo, me fazendo olhá-lo nos olhos, que eu não havia notado que eram verdes. Ficamos em silencio somente parados, mas então ele começou a se inclinar em minha direção e instintivamente fiz o mesmo. Nossos lábios se tocaram, em uma delicada carícia, e senti um choque elétrico percorrer meu corpo.
Faz três anos.
Minha mente avisou antes que eu continuasse o que estava fazendo. Me afastei dele, ficando de pé. Tive de me apoiar na parede, estava ficando tonta novamente.
- Me desculpe.
Ele também ficou de pé parecendo confuso e zangado ao mesmo tempo.
- Não sei o que me deu, me desculpe...
Não tive tempo de responder por que logo a porta do elevador se abriu, um homem gordinho separava as portas com as mãos, enquanto um bando de outras pessoas nos olhava preocupadas. Saltei pra fora, pegando a mão do gordinho.
- Vocês estão bem? Me desculpem a demora, tivemos de desligar toda a rede elétrica pra poder tirá-los daí!
- Tudo bem.
Evitei olhar pra trás, não queria ver a cara dele de novo. Me dei conta de ainda estávamos no nono andar e perguntei ao gordinho onde era a escada, ele a mostrou e depois voltou à atenção para me parceiro de elevador. Os deixei conversando e me dirigi à escada.
Não acredito no que acabo de fazer! Quase beijei um estranho em um elevador! Isso não tem nada a ver com que eu sou o que há comigo? Fui à porta no número 1001, onde era minha reunião. Estava trinta minutos atrasada, mas ainda tinha esperança de encontrar, pelo menos, a assistente de minha cliente e lhe explicar o que me aconteceu. Mas, foi a própria Rosalie Hale quem veio abrir a porta.
- Boa tarde!
- Boa tarde senhorita, eu sinto muito pelo atraso...
- Ow certo, tudo bem. Estou sem nada marcado pra hoje mesmo! Você é a Isabella Swan, certo?
- Sim, organizadora de casamentos.
- Reconheci logo seu rosto, entre.
Entrei com uma expressão confusa. Como ela conhecia meu rosto? Nunca havíamos nos visto antes. Creio que ela percebeu o que eu estava pensando.
- Eu tinha espiões em seu último casamento. Eles tiraram fotos de tudo pra que eu pudesse ver se gostava de seu trabalho. E é claro, eles também tiraram algumas fotos suas, a meu pedido. Espero que não se ofenda.
- Não, absolutamente não.
- Fique a vontade Isabella. Quer beber algo? Um Martini, vinho, cerveja?
- Água. Bebida alcoólica só quando estou depressiva.
Ela riu e pediu à empregada que trouxesse meu copo com água.
- Pensei que não lhe encontraria mais aqui, tive um imprevisto terrível... já estava achando que teria de conversar com... Gianna, sua assistente.
- Gianna foi fazer compra pra mim. Não posso sair do hotel sem ser atacada por paparazzi e meus seguranças chegam hoje da Itália. Então, estou confinada!
Nós rimos novamente. Me sentia muito melhor depois de conhecê-la, tanto eu como Jess temíamos que fosse uma garota metida e enjoada. Muito pelo contrário, era glamurosa e inteligente, mas não metida. Acertamos alguns detalhes breves e ela assinou o contrato. Eu estava tão feliz de ter conseguido, que não podia evitar sorrir a toda hora.
- Desculpe a demora Rose, fiquei preso no elevador e depois tive de ajudar uma senhora com as compras e...
Me virei assustada ao reconhecer a voz que vinha da porta arregalando os olhos, o novo visitante fez o mesmo. Era ele! Mas, o que...
- Tudo bem, querido.
Rosalie estendeu a mão pra ele, que continuou me encarando.
- Bella, esse é meu noivo Edward Cullen! Edward, Bella irá organizar nosso casamento.
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