AVISO

Querido leitores de momento o Cold Blood Fanfics encontra-se em manutenção.

Voltaremos em princípio ainda este mês com mais novidades, colunas novas, entrevistas com autores de fanfics, etc..., provavelmente também com uma nova cara.

Por isso, se virem novos conteúdos no blog, não se "assustem" nem pensem que voltamos ao ativo.

Quando estivermos terminando postaremos uma mensagem.

Obrigada pela atenção.

A Equipa do CBF

Never Alone

_Kristen, você está bem?

_Tão bem quanto se poderia estar... – Não Christian. Não estou nada bem! Meus joelhos doem, meus pés estão sangrando e minha cabeça parece uma latrina, cheia das porcarias que aquele maldito coreógrafo me disse!

_Ok. Não estou acreditando em você. Tem algo que eu possa fazer? – minha assistente realmente me conhece...

_Não, querida. Vou descansar um pouco no camarim, pode ir para casa.

_Tem certeza?

_Claro. Vá ficar com seu bebê, eu estou bem.

_Certo, então... Mas não vá dormir no divã novamente, está bem? Vá para casa.

_Claro, claro.

Eu conheço aquele olhar no rosto de Christian. Ela não acreditou em mim. De novo. Como eu disse, ela me conhece bem demais.

_Boa noite Kris!

_Boa noite Chris!

Eu ri e ela também. De todas as pessoas no mundo que eu poderia contratar, fui escolher uma que tem o mesmo apelido que eu?! Parece obra do destino, já que Christian me entende como nenhuma outra pessoa jamais entendeu.

Ela foi embora e eu me virei para entrar no meu camarim. Liguei o celular e o deixei sobre a mesinha de centro, pois tinha certeza de que ela não deixaria de se preocupar comigo, e ligaria para saber se fui para casa. O problema era que naquela noite eu não queria ir para casa. Lá, a ausência dele é ainda mais patente.

Além do mais, meus pés doíam tanto que cada passo era uma tortura. Talvez Chris tenha razão... Talvez eu esteja me forçando demais. Mas como poderia ser diferente? Eu fui escolhida para representar o balé mais famoso do país! E aquele maldito coreógrafo que acha que tem o rei na barriga! Queria lhe enfiar minhas sapatilhas goela abaixo!

Eu me sentei no divã, frustrada e cansada. É nestas horas que sinto mais a falta dele...

Meu namorado, Robert. O astro do Rock! Onde diabos eu estava com a cabeça ao me apaixonar por um músico? Não que se apaixonar seja algo racional, longe disso...

Minha risada soou alta no camarim. Nunca tinha percebido o quão silencioso o teatro é a noite... É uma benção para quem ouviu a mesma música e vozes alteradas o dia todo. Muito freqüentemente, sinto que poderia puxar minha orelha e ouvir o barulho de uma descarga de banheiro! Realmente queria que fosse possível. Respirei fundo e tirei as sapatilhas. Bolhas, cortes, ferimentos ainda não cicatrizados. Rob tem razão! Eu tenho os pés mais feios do mundo.

Me deitei e pus os pés para cima. De olhos fechados, naquele silêncio, eu quase podia ouvi-lo sussurrando em meu ouvido.

_Eu te amo Kris! Você nunca estará sozinha porque mesmo separados, estarei sempre com você.

Foi o que ele me disse no aeroporto, antes de partir em turnê. Ainda assim, eu me sinto só.

Assim que a palavra cruzou minha mente, me levantei num salto. Estava realmente precisando relaxar. Um banho quente e minha cama com o cheiro dele.

Mas só de pensar naquele apartamento frio e vazio, sinto arrepios. Acho que a falta dele finalmente está me afetando. Isso e o fato de que não gosto do apartamento.

Todo mundo diz: Nossa! Um apê na Park Avenue! Como você pode não gostar?! Pois é, não gosto. Rob e eu o compramos mobiliado e decorado, mas eu não o teria escolhido se fosse só por mim. É como se eu estivesse dormindo na casa de outra pessoa.

Não queria ir para Park Av. Mas também não queria ficar ali...

Foi então que me lembrei da casa da ilha. Minha casa dos sonhos! Nunca me senti sozinha lá.

Peguei meu celular e disquei.

_Oi Earl! Aqui é Kristen. Pode me mandar um taxi no teatro para me levar até Long Island?

_É pra já. Cinco minutos Srta. Stewart.

Cinco minutos nunca demoraram tanto a passar! Acho que era porque meus pés estavam ameaçando deserção...

_Hum! Está quentinho aqui dentro! Boa noite Earl.

_Olá senhorita... Minha nossa! Está tão pálida! Esses monstros do teatro estão acabando com a minha diva!

_Você é sempre tão gentil Earl! Eu estou bem, não se preocupe.

_Pois eu acho que a senhorita está trabalhando demais! Bem que eu notei que está mancando!

_Estou? Não percebi... Talvez você tenha razão, Earl.

_Claro que tenho! Não é assim que se trata uma artista tão talentosa quanto a senhorita!

_Ah é? E então como eles deveriam me tratar?

_Como a diva que é, ora essa! Mas sou apenas um humilde taxista americano. Ninguém liga para o que eu digo.

_Earl querido, eu já disse que te amo?

_Hoje ainda não, senhorita. – eu ri com ele, me sentindo mais relaxada.

Pouco depois ouvi a voz grossa de Earl me chamando:

_Chegamos, Srta. Stewart.

_Oh! Graças a Deus! E à você, Earl querido. Vou mandar dois ingressos para você e sua esposa assistirem a Première, está bem?

_Ah, senhorita! Minha esposa vai ficar tão feliz! Será nosso aniversário de casamento.

_Perfeito! Será meu presente, então.

_Deus a abençoe, senhorita Kristen!

_Até amanhã Earl.

O carro se foi e eu nem percebi. Estava olhando a fachada da casa. Da casa de minha infância. Como eu amava aquela velha mansão!

Entrei ascendendo todas as luzes no caminho. Fui até a cozinha pronta a caçar meu jantar na enorme geladeira. Para minha surpresa, encontrei um prato com sanduiches frios sobre a bancada e um copo de leite. Ao lado havia um bilhete.

“Boa noite senhorita. Christian ligou dizendo que viria para casa.

Achei que gostaria de um pequeno lanche. A banheira está cheia, esperando pela senhorita. Boa noite e até amanhã.

Amor, Marta.”

Sorri profundamente agradecida. O que seria de minha vida sem Christian e Marta.

Devorei os sanduiches de pasta de amendoim com geléia e bebi o leito como se fosse o ultimo copo da terra. Só quando senti seu sabor que percebi como estava com fome.

Lavei o prato e o copo e deixei um bilhete de agradecimento para Marta na geladeira.

E agora minha banheira me esperava. Subi correndo até meu antigo quarto e entrei no banheiro que cheirava a rosas e lavanda. Havia uma pequena caixa branca com uma cruz vermelha na tampa ao lado da pia. Santa Marta! Com certeza sabia que precisaria de curativos.

Mergulhei na água quente mais do que feliz, deixando o calor relaxar meus músculos. Meus pés arderam com o sabão, mas não dei importância para ele, haviam doido o dia todo de qualquer forma.

Adormeci e sonhei. Sonhei com a estréia e que eu estragava tudo caindo sentada bem no meio do palco. Algumas pessoas riam, o coreógrafo gritava e as bailarinas do coro me olhavam espantadas. Do público nem um único som. Levantei-me e saí correndo, meus passos formando poças de sangue. Corri para casa, mas nunca a alcançava. Quando finalmente cheguei, Rob não estava lá. Eu estava sozinha. Acordei chorando.

Sai da banheira enxugando as lágrimas. Com raiva de mim mesma, vesti o roupão de Rob e liguei o som. O velho CD de Michael Jackson começou a tocar. Meu querido amigo Michael o autografara para mim, anos antes. Mais uma grande alegria que eu devia a Rob, pois ele nos apresentara.

Envolvida em seu roupão deitei em nossa cama e abracei seu travesseiro, aspirando seu perfume. Ele cheirava a loção pós-barba e pinheiros. Fiquei um bom tempo deitada, com medo de adormecer e sonhar novamente. Ouvia a música e pensava em nossa última conversa por telefone. Fazia uma semana que não nos falávamos, pois o idiota do Welsh controlava nossas chamadas, com medo de que eu distraísse o grande astro.

_Queria tanto que estivesse aqui, meu amor! – sussurrei para o travesseiro. – Queria tanto poder estar com você na turnê!

Sem pensar, apanhei o telefone na mesinha e disquei o número dele. Depois de três toques a voz seria de Mike atendeu.

_Alô?

_Mike, quero falar com o Rob.

_Ele está no palco, Kristen.

_São dez da manhã em Roma, seu imbecil.

_Escute aqui, princesinha, Robert está ocupado ensaiando e não quer falar com ninguém.

_Pro diabo com o que você diz, seu sanguessuga sem talento. Quero falar com Robert!

_Não.

_UH! Eu odeio você!

_A recíproca é verdadeira, senhorita. Agora, adeus.

O desgraçado bateu o telefone na minha cara! Não conseguia entender porque Mike me odiava tanto! Provavelmente se arrependia de ter me apresentado ao Rob também.

Por mim, mandaria aquele imbecil para o fim do mundo, mas Rob dizia que ele era um bom empresário.

No aparelho de som, Michael Jackson cantava minha canção favorita. Na noite antes de partir, Robert a cantara para mim. Ainda agora eu ouvia sua voz sussurrando em meu ouvido.

That you are not alone

I am here with you

Though you're far away

I am here to stay

You are not alone

I am here with you

Though we're far apart

You're always in my heart

You are not alone...

Ouvindo as duas vozes suaves misturadas em minha cabeça, eu adormeci novamente, mas sem sonhos ruins desta vez.

Acordei tarde na manhã seguinte, esparramada na cama enorme. Depois de me vestir com um confortável moletom e minhas pantufas favoritas, fui até a cozinha, onde a velha Marta cozinhava.

_Huum! Que cheiro bom!

_Bom dia senhorita Kris! – eu corri na direção dela e lhe dei um beijo no rosto. – Fiz torradas francesas para a senhorita e café bem forte.

_Marta, você é um anjo! Obrigada pelo lanche de ontem.

_Foi um prazer, menina. – Marta deu um tapinha em minha mão enquanto colocava um enorme prato de rabanadas na minha frente.

_Se meu figurino não servir esta noite, Marta, a culpa será toda sua! – eu disse, levando uma garfada mais do que generosa a boca.

_Levarei com louvor a culpa por colocar alguma carne nesse seu corpinho magro, senhorita. E pode mandar aquele seu diretor insuportável vir falar comigo!

Eu ri, derramando mais xarope de bordo em meu prato.

_Teve noticias do senhor Rob?

_Não... Sinto tanto a falta dele, Marta!

_Eu sei, minha menina! Mas não se aflija! Logo ele estará de volta.

_Não tão logo quanto eu gostaria, mas você tem razão.

Antes que Marta pudesse dizer mais alguma coisa, o telefone ao seu lado tocou. Sua mão voou para atendê-lo.

_Alô? Oh, olá senhorita! Tudo tranqüilo. Sim ela está aqui comigo. Só um instante.

_Oi Chris!

_Dormiu bem?

_Sim. Não tem como dormir mal na minha cama! Você precisa de mim, querida?

_Eu não, mas o diretor quer você no teatro.

_Agora?

_Duas horas atrás na verdade. Eu o enrolei o mais que pude, fingindo que não sabia onde você estava, mas ele acabou de me mandar ligar para sua casa, então não tem como enganá-lo mais.

_Entendi. Obrigado por me deixar dormir, Chris. Estarei aí daqui a pouco. Pode ligar e pedir que Earl venha me buscar?

_Ele já está a caminho.

_Perfeito. Até mais tarde, então.

Eu mal acabara de descer a escada depois de me trocar quando Earl buzinou lá fora.

_Sorria meu bem! – disse-me Marta, abrindo a porta para mim. – Hoje é seu grande dia!

_Não tão grande sem Rob...

_Eu sei, mas John e eu estaremos lá e contaremos tudo a ele!

_É só o que eu posso pedir. Obrigada Marta! Vejo você à noite.

No teatro, a equipe toda a esperava no palco, vestidos para o ensaio final.

_Posso saber onde estava, senhorita Stewart? – ladrou o diretor, assim que eu pus meus pés no palco principal.

_Em casa, Billy. Dormindo. Coisa que você deveria fazer também, está com uma aparência horrível!

_Alguém tem que se preocupar com o espetáculo! Poderei dormir quando estiver morto...

_Credo! – eu disse baixinho. – Você não tem vida, não?

_Ah... Não. Podemos começar o ensaio, senhorita?

_É claro.

A tarde passou voando e ao cair da noite, quando as portar do teatro se abriram para o público, eu tentei pela ultima vez ligar para Robert, mas o celular estava na caixa postal.

Antes de entrar no palco, fechei meus olhos e pensei nele e em sua voz. Não estou sozinha, pois você está sempre comigo, mesmo quando está longe.

Entrei no modo bailarina, como Christian costumava dizer e me esqueci de tudo. A música invadiu meus ouvidos e alegrou meu coração. Até mesmo a solidão era esquecida quando estava na hora de dançar.

Graças a Deus tudo correu bem. O espetáculo começou e terminou sem incidentes ou erros e no fim, o público nos aplaudia de pé.

_Você foi perfeita, Kris! Parabéns! À você também, Justin!

_Eu poderia tê-la levantado mais... – disse meu príncipe encantado, enquanto enxugava a testa com uma toalha.

_Você foi ótimo, querido! – meu príncipe também acontecia de ser o marido de Christian e pai do bebezinho dela. – Hey! É sua vez de entrar para os aplausos, Justin.

_Certo. Te vejo depois, meu amor. – Justin deu um beijo rápido em Christian e me puxou para o palco.

Recebi os aplausos e o enorme buquê de flores com mais orgulho em meu corpo acabado do que sentira em toda minha vida. Curvei-me e agradeci, sorrindo para meu público, mas ao mesmo tempo, procurando pelo único rosto que não veria na multidão.

_Este é o maior buquê que eu já vi! – brincou Chris enquanto eu seguia para meu camarim.

_Pode cuidar dele para mim? Quero tirar essa roupa antes que as pessoas comecem a chegar.

_É claro. Vou tentar te conseguir alguns minutos de sossego.

_Christian, eu amo você!

_E eu não sei?! Vá logo.

Soltei meu cabelo antes mesmo de entrar no camarim. Baixei as alças do tutu e o deixei cair. Atrás do biombo estava meu roupão de seda favorito. Vesti-lo era como um carinho no corpo todo.

Estava louva para deitar em meu divã e tirar as sapatilhas, mas quando sai de trás do biombo, havia alguém sentado nele, o rosto escondido atrás de um imenso ramalhete de rosas vermelhas.

_Buona sera bella!

_Rob?!

_Estou em casa, meu amor.

Fanfic escrita por Stefani Banhete.

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