AVISO

Querido leitores de momento o Cold Blood Fanfics encontra-se em manutenção.

Voltaremos em princípio ainda este mês com mais novidades, colunas novas, entrevistas com autores de fanfics, etc..., provavelmente também com uma nova cara.

Por isso, se virem novos conteúdos no blog, não se "assustem" nem pensem que voltamos ao ativo.

Quando estivermos terminando postaremos uma mensagem.

Obrigada pela atenção.

A Equipa do CBF

Em Busca do Perdão-por Bia_Pattinson

Entrei no colégio e como sempre, todos me olhavam torto e se afastavam quando eu chegava perto. Eu tentava controlar as lágrimas, mas era tão difícil! Eu sabia que tinha cometido muitos erros, mas quem não os comete, não é mesmo? Eu queria que me perdoassem, me dessem uma segunda chance, para que eu pudesse realmente recomeçar do zero. Liguei meu Ipod, tentando ignorar todas as pessoas a minha volta. Sem muito sucesso... Cheguei até a sala de aula. Aula de Filosofia. Sentei em minha carteira e esperei. A aula passou toda entediante... Faltavam apenas dez minutos para o sinal de encerramento da aula. - Turma... Irei passar um trabalho para daqui duas semanas... Ele disse, para desespero de todos. Menos de mim. Eu não me importava. - Em duplas. – Okay, agora comecei a me desesperar. Ele foi falando as duplas e a última foi... - E Edward, você vai com a Isabella. - O que? Você esta literalmente doido professor. Eu não vou fazer o trabalho com ela. De jeito nenhum. – Era por isso que eu não queria fazer trabalho em dupla. Ninguém iria querer fazer comigo. Ainda mais esse garoto. Depois do que eu fiz para o amigo dele. - Posso saber por que Edward Cullen? A Isabella é uma garota como qualquer outra. Não vejo nenhum problema. - Nenhum problema professor? Depois de tudo que ela fez... - Edward Cullen. Você fará o trabalho com Isabella. Eu sou o professor e eu mando. Edward fechou a cara. Minha vontade era de chorar. - Qual o tema do trabalho? – Uma garota perguntou. - Obrigado por perguntar. O trabalho é sobre a inclusão. Como será feito o trabalho? Usem a criatividade. Pode ser escrito, em vídeo... Pode ser entrevista, relatório. Qualquer coisa. Desde que tenha “inclusão” como tema. O trabalho é para daqui duas semanas. Boa sorte. O sinal bateu e todos se foram. Eu fiquei sentada num banquinho, olhando para o nada como sempre. Tentando controlar lágrimas. O resto das aulas se passou rapidamente. Quando estava saindo da última aula, noto um bilhete em cima de minha carteira. Para Isabella S. Esteja aqui às duas horas da tarde, para realizar o trabalho de filosofia. Edward Cullen. Era de se esperar que ele não falasse comigo pessoalmente. Mas no trabalho não tem como. Ele terá de falar comigo. Cheguei a casa e corri para o meu quarto. Almocei no quarto e só saí para ir ao colégio. Era assim toda vez. Meus pais tentavam fazer com que eu comesse junto deles, mas eu simplesmente não conseguia. Era difícil ter de olhar para eles, depois de tudo que fiz. Cheguei ao colégio e Edward já me esperava. Fomos em silêncio até uma mesa. Sentamo-nos. O silêncio estava ficando cada vez mais constrangedor. - Olha aqui Isabella. Eu não quero fazer o trabalho com você. Mas eu sou obrigado. Então vamos fazer logo e eu vou embora e fim. O que você pensa em fazer Isabella? – Ele perguntou grosseiro. As palavras doeram em mim. Não entendi muito bem o porque. Um sentimento horrível de rejeição tomou conta de mim. Eu não entendia. Tantas pessoas já fizeram isso comigo e eu nunca fiquei tão triste. Por que agora? Por que com ele? Olhei para ele. Seus olhos, num verde esmeralda tão profundo, me hipnotizavam. Só que seu olhar era de ódio, o que fez com que meu coração doesse mais ainda. Enfim consegui desviar meus olhos dos seus. Respirei fundo e disse o que tinha de ser dito. - Eu quero contar a minha história. - Do que você esta falando? - Não se faça de desentendido, Edward. A minha história. A causa de eu ter me descontrolado tanto naquele dia. - Eu não quero a história de uma assassina no meu trabalho. – Aquelas palavras foram como tiros em meu coração. - Eu não sou uma assassina. - É, é sim! Por mais que ele não tinha morrido, você acabou com a vida dele! – E o pior é que era verdade. - Você não entende! – Eu estava gritando. – Ninguém entende. Você acha que eu fiz de propósito, mas eu não fiz! Eu literalmente... Não estava... No controle de mim mesma! Você não consegue entender isso? – Mesmo sem querer, mesmo lutando contra, eu chorava. Eu sempre fui uma chorona, nunca consegui controlar minhas emoções, meus sentimentos. Isso as vezes pode ser uma qualidade, mas no meu caso, é mais um defeito. Eu deixava transparecer tão facilmente o que estava sentindo. - Você acabou com a vida do meu melhor amigo. E da minha melhor amiga. E você estava sim, no controle de si mesma. Você fez tudo aquilo porque quis. O destino é a gente quem faz. Nós fazemos nossas escolhas. Você fez a sua. Não tente culpar outra pessoa! – Ele me encarava com um ódio que eu nunca vi. Meu coração estava despedaçado. As lágrimas desciam por minha face cada vez em maior quantidade. Saí correndo. Eu não tinha certeza de onde eu estava. Eu só sabia que corria. Corria sem parar. Logo as casas foram passando. Agora eu só via árvores e mais árvores. Não consegui continuar. Caí de joelhos no chão e chorei. Chorei muito e muito. Se eu pudesse voltar no passado, eu faria tudo tão diferente. Depois de me recompor, comecei a andar em direção de minha casa. Quando estava abrindo o portão, ouço uma voz me chamando. Viro-me e não consigo acreditar em quem estava a minha frente. - Ed...Edwar...Edward? – Sussurro. Ele se aproximou até ficar a um palmo de distância de mim. - Pode me seguir por um momento? – Ele perguntou. Hesitei. E se ele estivesse tentando me internar, mesmo que eu não precise? – Não se preocupe. Eu não vou te machucar. Eu queria recusar. Recusar e voltar para a minha casa. Mas alguma força maior não deixou. - Okay. Não sei quanto tempo andei. Quando Edward parou, parei também e olhei em volta. Estaquei. Estávamos numa campina linda. Linda não, DESLUMBRANTE. As flores mais belas dominavam o local, trazendo uma sensação de paz e harmonia que há tempo eu não sentia. Inspirei o ar puro e sorri. Não pude evitar sorrir. Era lindo demais. Acho que era a primeira vez que eu sorria com sinceridade desde aquele dia. - Eu gosto de vir aqui para pensar e refletir. Venho quando estou triste e também quando estou feliz. Só aqui eu consigo organizar meus pensamentos e entender meus sentimentos... Olhei para Edward. Ele era tão lindo. Seus cabelos eram de um tom de bronze maravilhoso. Seus olhos verdes esmeralda realçavam mais ainda a sua beleza. Queria que ele me perdoasse. Como eu queria! - Por que você me trouxe aqui? – Sussurrei... Ele se aproximou de mim e me encarou com aqueles olhos. Só que dessa vez não mostravam ódio. Ele respirou fundo. - Eu... Eu acho que fui grosseiro demais àquela hora... E acho que não vai fazer mal nenhum se eu escutar a sua história. - Minha história? – Sussurrei tão baixo que quase não dava para escutar. - É. Eu quero que você me conte a sua história. Ele queria que eu contasse minha história. Minha História. Eu estava com medo. Vai que mesmo que eu conte minha história, ele me julgue mal e... Afinal, porque é que eu me importava tanto? Ele era apenas mais um garoto. Um garoto que me julgava sem nem ao menos me conhecer, como todas as outras pessoas. Mas agora ele queria me conhecer. Olhei ao meu redor. Observei cada detalhe de cada flor e por fim meus olhos voltaram encarar aqueles orbes verdes. Respirei fundo e comecei a contar. As lembranças dominavam minha mente... “Eu era a pessoa mais feliz do mundo. Literalmente. Eu era a garota mais bonita e mais popular do colégio, namorava um dos garotos mais gatos do colégio... Jacob Black. Ele era “perfeito”. Lindo e carinhoso. Fazia tudo que eu pedia. Um dia, ele me contou que fumava. Eu fiquei desesperada, mas ele me acalmou dizendo que não era nada demais. Ofereceu-me um cigarro. Eu fui na onda dele e comecei a fumar. Viciei. E depois, Jake se envolveu com drogas. Eu me deixei levar novamente e me droguei totalmente. Eu estava viciada. Não tinha mais controle sob mim mesma. Meus pais desconfiavam, mas não tinham provas. Eu fiquei sem dinheiro e comecei a roubar objetos de casa. Renée e Charlie tentaram conversar comigo, mas eu não dava ouvido. Estava totalmente descontrolada. Uma parte de mim, bem pequena, me alertava, dizendo que eu tinha que parar, mas eu simplesmente não conseguia. Meus amigos também tentaram me alertar, mas eu não ligava e acabei afastando-os de mim. Numa noite, Jake terminou comigo. Eu me desesperei. Passei a noite inteira vagando pelas ruas e no dia seguinte, fui para escola. Disposta a acabar com tudo. Charlie era policial e por mais que não as utilizasse, tinha armas. Entrei em casa e peguei uma delas, antes de ir para aula. Quando cheguei ao colégio, comecei a ir em direção a minha sala. Eu não tinha mais certeza do que fazer. Estava começando a me arrepender. Até que a Tanya, sua melhor amiga, começou a me xingar e me provocar, sem motivos. Eu estava drogada e me descontrolei. Peguei a arma que tinha e apontei para ela. Todos nos olhavam, mas eu não percebia. Seth, seu melhor amigo, se aproximou de mim e tentou me acalmar. Num ato de impulso, disparei a arma. Ela estava indo na direção de Tanya, mas Seth pulou na frente e a bala o atingiu. Quando vi Seth caído no chão, sangrando, entrei em estado de choque durante alguns segundos e depois caí de joelhos no chão, chorando sem parar. Eu tinha voltado à realidade. Eu tinha controle sob mim mesma. Mas era tarde demais. Eu não lembro muito bem do que aconteceu depois. Só lembro-me da conversa que tive com meus pais. Eles perguntaram se eu queria me tratar e eu disse sim de imediato. Era o que eu mais queria. Eu tinha me arrependido de tudo que tinha feito. O tratamento foi duro e muito difícil, mas no fim, consegui me livrar totalmente desse vicio horrível que é a droga. Quando voltei para casa, eu estava disposta a recomeçar... Mas... Ninguém me deu chance! Eu sei que cometi muitos erros, mas quem não os comete não é mesmo? A vida é bela demais para ser desperdiçada. Mas se nós cometemos erros e desperdiçamos um pouco dela, não quer dizer que estejamos condenados. Nunca é tarde para mudar. Eu só queria que vocês me perdoassem e me dessem uma segunda chance. Todos merecem uma.” As lágrimas rolavam por minha face descontroladamente. Ainda era difícil para mim, relembrar o passado. Edward passou seus braços ao meu redor. Encostei minha cabeça em seu peito, encharcando sua camisa de tantas lágrimas. - Shii... Esta tudo bem. Eu estou aqui. Eu não disse nada. Quando consegui me recompor, Edward me afastou dele um pouco e olhou nos meus olhos. - Eu... Desculpe... Desculpe por julgar você. Não pensei que você estivesse tão mal assim. - Obrigada... – Sussurrei. Obrigada por me entender. Pensei. - Já temos nosso trabalho. Não precisamos fazer mais nada. – Ele disse. O que de certa forma me doeu. Porque agora eu não poderia passar tempo com ele. Meu Deus, porque eu quero passar tempo com ele? - Acho que melhor eu ir... – Eu disse. Quanto mais tempo passasse com ele, mais dor eu sentiria quando ele fosse embora. Meu coração não sabia o que fazer. Ora parava. Ora batia freneticamente. Eu não conseguia entender. - Vamos... – Ele andou comigo até minha casa. Entrei em casa e encontrei meus pais jantando. O tempo passou voando e eu nem percebi. Sentei em uma cadeira e comecei a comer também. Meus pais me olhavam com uma cara estranha... - Que foi? – Perguntei. - Nós é que perguntamos, o que aconteceu? – Renée perguntou. Estranhei... - Olha, eu estava no colégio fazendo trabalho... Nem vi o tempo passar... - Não estamos de criticando Bella. Perguntamos o que aconteceu porque você esta sentada a mesa. – Charlie disse. Nossa. Eu nem tinha percebido isso. Eu sempre entrava em casa triste e ia correndo para o quarto. Hoje não. Eu estava... A verdade é que eu estava feliz. Sentia-me mais leve. Entrei na cozinha como se fosse a coisa mais normal do mundo. Por que Edward causava estes efeitos em mim? O que eu poderia responder? Resolvi dizer a mentira que também era verdade. Confuso, não? O que quero dizer é que não responderei o verdadeiro porque de eu ter me sentado a mesa. Direi algo que também pode ser verdade. - Não tem porque eu ficar comendo no quarto. Vocês são a minha família, meu bem mais precioso e eu preciso da companhia de vocês para sobreviver. Eles sorriram e eu percebi que o que eu disse realmente era verdade. Sem eles eu não sou nada. Eles me apoiaram quando eu mais precisei, sem me julgar nem nada. Eles sempre amaram, mesmo eu tendo milhares de defeitos. Eu tinha os melhores pais do mundo. Eles tentaram fingir que tudo estava normal, falando sobre coisas banais. Eu também tentava fingir. Mas era complicado. Não tinha como passar uma borracha em todos esses meses de conflito. Depois do jantar, fui falar com Jujuba, minha cadelinha. Ela me recebeu com lambidas por toda a cara. Ela é tão linda. Sua raça é Schnauzer Miniatura Sal e Pimenta. Ela é super dócil, afetuosa, inteligente e muito fiel. Esteve comigo em quase todos os momentos de minha vida. Mesmo quando eu estava drogada, ela não se importava, me recebia do mesmo jeito e eu só brigava com ela. E quando eu voltei ao “normal”, ela me deu forças e me apoiou. Ela é apenas um cachorro, eu sei. Mas ela é minha melhor amiga. Todos dizem que os animais são irracionais, mas eu acho totalmente o contrário. Eles são muito racionais. Eles amam incondicionalmente, tem uma bondade enorme! Seria incrível se nós humanos fossemos como eles. - Aii Jujuba. Como eu queria poder me entender. Entender meus sentimentos. O que é isso que estou sentindo por Edward? Porque o meu coração não sabe se para ou se bate quando chego perto dele? E o que seria essas... “borboletas” no meu estomago? É tudo tão confuso. Acho que só o tempo pode responder essas perguntas... Não é isso o que todos dizem? Sabe como Jujuba me respondeu? Com lambidas e mais lambidas na cara. *-* Naquela noite, sonhei com Edward. Sonhei que estávamos naquela campina. *-* Acordei mais agitada do que o normal. Diferente dos outros dias, hoje eu estava ansiosa para ir à aula. Eu não sabia se Edward falaria comigo. Provavelmente não. Ele não gostaria de falar com uma ex-drogada na frente de seus amigos. Tentei ignorar a dor que invadiu meu coração com esse pensamento. Sem sucesso, é claro. Cheguei ao colégio e como sempre, os olhares discriminadores estavam lá. Por um momento eu pensei que não estariam. Pensei que tudo fosse voltar ao normal. Mas eu devia ter imaginado que não voltaria. Eu queria mudar de escola, mas meus pais não deixarem. Eles têm certeza que tudo voltará ao normal. - Isabella Swan? – Me viro para ver quem disse meu nome e me deparo com uma garota bem pequena e magra, com o cabelo preto curto espetado para todos os lados. - Sim? – Disse, hesitante. - Meu nome é Alice. E eu fui mandada aqui para te fazer companhia o dia inteiro. O que!? Será que era alguma enfermeira? Medo. - Eu não preciso de companhia de ninguém. Nem de enfermeira nem nada. Eu estou curada. Curada. Ela riu. - Eu não sou enfermeira Bella! – Bella? Faz tanto tempo desde que alguém me chamou de Bella, tirando meus pais. – É que Edward não pode vir hoje e pediu para eu fazer companhia para você. - Edward? – Eu disse, surpresa e com uma pontada de esperança na voz. - É. - O que você é de Edwad? – Disse hesitante. Será que era namorada? Ah não. - Sou irmã. – Ufa... - Mas como assim? Edward mandou você aqui? - É. Senti-me tão feliz ao saber que Edward queria que eu tivesse companhia. Mas, será que ela sabia sobre mim? E se ela não soubesse, será que quando soubesse, me discriminaria como todos os outros? - Mas, você sabe quem eu sou e o que eu fiz? - Você é aquela moça que era drogada e quase matou o Seth nê? – Ela sabia. Mas disse com tanta naturalidade que fiquei assustada. – Qual o problema Bella? – Ela deve ter percebido que eu estava assustada. - Você não vai me descriminar, como todos os outros? - Por que eu faria isso? Você não esta mais drogada. Não há motivo nenhum. Não pude evitar sorrir. Não pude evitar que lágrimas escorressem por minha face. - Por que você esta chorando Bella? - Não respondi. Apenas abracei Alice com toda a força. Ela retribuiu o abraço. Por fim, nos afastamos. - Obrigada. – Sussurrei, ainda com lágrimas nos olhos. Lágrimas de felicidade. - Não precisa agradecer querida. Vamos indo para a aula? – Assenti. Começamos a andar em direção as salas. - Entrou para a turma das drogadas agora, Alice? – Alguém disse. Era Irina. Uma das que mais me discriminava e ridicularizava. Entristeci-me. Já não bastava me provocar, tinha que provocar Alice também? Para minha surpresa, Alice continuou sorrindo e andando como se nada tivesse acontecido. - Como você consegue? – Perguntei. - Conseguir o que? - Ficar sem responder aquela lá e continuar sorrindo, como se nada tivesse acontecido? - É simples. Eu ignoro. Esse tipo de pessoa não merece que eu gaste minha saliva para falar nem merece que eu sofra. - Eu não consigo. – Sussurrei. – Porque de alguma forma eles estão certos. Alice se virou para mim. Ela estava séria. - Bella, eu posso te dar um conselho? Um conselho que eu quero que você siga de todo o coração. - Pode dizer. - Não importa o que aconteça! Não importa o que falem! Não importa o que façam! Não importa se eles façam todo mundo virar as costas pra você... Não importa se eles tentam te colocar num canto... Te colocar para baixo. Te diminuir na frente de todo mundo. VOCÊ É MELHOR QUE TODOS ELES! E você não esta sozinha. Você tem sua família e você mesma... Que é o mais importante. Nunca derrame uma lágrima sequer, por quem você sabe que não merece nem seu ódio. Você é forte o suficiente. Eles podem passar por cima de você, quantas vezes eles quiserem... Mas você tem que acreditar que você sempre vai ter força para levantar. Deixa sua cabeça erguida. Você sabe que você é melhor. Os que ficarem do seu lado... MESMO NESSES TEMPOS, mesmo quando TUDO esta contra você... Esses sim são seus amigos. Os que não ficarem, ou os que ficarem contra você... Esses não vão ser perda NENHUMA! ANTES SÓ, DO QUE MAL ACOMPANHADA! (N.A: Conselho de Júlia B, em um dos momentos que eu mais precisei. Vou levar esse conselho aonde quer que eu vá. Créditos totalmente a ela, obrigada por tudo amiga S2) Lágrimas caiam de minha face. Eu nunca tive uma amiga assim. Alice é minha amiga, disso eu tenho certeza. Abracei-a mais uma vez e nós fomos para a aula. O dia passou rapidamente. E diferente de todos os outros dias, nesse, eu estava feliz. Feliz é pouco. Eu estava quase saltitando de tanta felicidade. No fim da aula, Alice veio falar comigo. - Bella você pode almoçar lá em casa?! – Alice sorria como nunca. - O que? - Você pode almoçar na minha casa? - Na sua casa? - É, Bella. Sorri. - Eu preciso ver com meus pais. - Okay. Vou com você para ajudar a convencê-los. Fomos até minha casa e meus pais deixaram facilmente. Estranhei, mas deixei passar. No caminho para a casa de Alice, fiquei pensando... Será que Edward estaria lá? Eu tinha vergonha de perguntar para a Alice, mas minha curiosidade falou mais alto e eu perguntei. - Alice? - Sim? - Edward estará lá? - É claro nê Bella! Que pergunta óbvia. Foi ele que pediu para eu te convidar para almoçar lá em casa. - Sério? - Seriíssimo. Eu não conseguia entender. Por que Edward me chamaria para almoçar na casa dele? Será que ele gostava de mim? Só de pensar que ele poderia gostar de mim, meu coração batia mais forte! O que estava acontecendo comigo? Será que eu estava apaixonada por Edward? Não podia ser. Eu não podia me apaixonar. Da última vez que isso aconteceu, eu me envolvi até com drogas! - Bella? - Que? - Obrigada. - Pelo que? – Disse surpresa. Por que ela estava me agradecendo? - Por fazer meu irmão mais feliz. Desde quando ele voltou do encontro de vocês, esta super feliz. Faz tanto tempo que eu não vejo meu irmão assim. - Ah. – Eu disse, apenas. Será que era verdade? Uma parte de mim – a maior – queria porque queria que fosse verdade. A outra parte tinha medo. Medo de ter um novo relacionamento, e ele não for o esperado, como da última vez. Depois de mais um tempo em silêncio, Alice disse que tínhamos chego. A casa era literalmente, ENORME. Enorme e linda. Linda não. ABSOLUTAMENTE DESLUMBRANTE. Eu nunca tinha visto uma casa assim. (N.A: Pra quem quiser ver a casa: http://www.euamocrepusculo.com/2010/07/fotos-dentro-da-casa-dos-cullen/ Eu nunca tinha visto ela por dentro assim. Confesso que babei. Literalmente.) - Que casa deslumbrante. – Sussurrei. - Você gostou? - AMEI. - Ah... Eu não a acho tão linda. É pequena demais. Quem sabe se acrescentássemos algumas centenas de metros quadrados, mais alguns andares... Olhei descrente para a Alice. Ela estava literalmente louca. - Alice? - Sim? - Cala a boca. - Aiii Bella! Eu só estava dando a minha opinião. - Claro, claro. - Vamos entrar? Respirei fundo. - Tenho escolha? - Sinceramente? NÃO. Saímos do carro e fomos em direção a casa. Alice tocou a campainha e a porta logo se abriu. Minha boca deve ter caído metros e eu devo ter babado litros. Quem atendeu a porta foi Edward. E ele estava deslumbrante. No dia da campina, eu não prestei muito atenção nele. Agora eu conseguia vê-lo direito. Lindo de morrer. Nem magro nem musculoso demais. Tudo na medida certa. Diga, Meu Deus, como um homem consegue ser tão perfeito assim? - Oi. – Sussurrei apenas. - Oi. – Ele sussurrou em resposta. Perdi-me na imensidão de seus olhos verdes. - GENTEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE – Fui despertada por um grito super alto de... - Aiii ALICE, que foi? Eu estou do seu lado! – Gritei também. - Sinceramente? Não parece. Eu chamei vocês umas mil vezes, literalmente... – Que exagero... – Vamos entrar logo please? - Ta bom Alice... Vamos logo. – Ela me puxou e Ed ficou para trás. Ed? Eu disse Ed? É Edward, Isabella. E-D-W-A-R-D. A casa por dentro era linda também. Não pude reparar nos detalhes porque Alice me puxou correndo. Quando ela parou, estávamos na sala de jantar. E na frente da mesa, estavam... O resto da família Cullen. - Bella! – Uma mulher, que eu deduzi ser a mãe de Edward, veio me abraçar. Ela era pequena e magra. Seu rosto é em formato de coração. Seus cabelos são de tamanho médio, cor de caramelo. Seus olhos são de um castanho lindo. – Eu sou Esme e mãe do Edward. Que bom te conhecer. Você é tão linda! – Ela disse quando se afastou de mim. Será que eles sabiam sobre mim? - Obrigada. – Sussurrei. - Bella. É um prazer conhecer você. – Um homem louro, alto e lindo, que eu deduzi ser o pai de Edward, veio me cumprimentar. – Eu sou Carlisle. - O prazer é meu, senhor Carlisle. - Senhor? Eu sou novo demais para ser chamado de senhor. Me chame de Carlisle. Sorri. Eles eram tão simpáticos! - Até que enfim eu conheço a famosa Isabella Swan! – Um garoto enorme, super musculoso, de cabelos ondulados pretos, lindo, me abraçou e me girou, tirando-me do chão. – Edward não parou de falar de você um minuto. É Bella pra cá, Bella pra lá. – Devo ter corado um monte depois do que ele falou. Será que era verdade? Alice disse a mesma coisa. Eu queria tanto saber se ele sentia alguma coisa por mim. – A propósito, eu sou Emmett, irmão de Edward. - Oi Emmett. – Eu disse. O que mais eu poderia dizer? - Ah, essa é a minha namorada. – Ele puxou para frente uma garota extremamente linda. Ela era alta, loira, de olhos bem azuis. Parecia uma modelo. - Prazer Bella. Sou Rosalie Hale. – Ela me abraçou. - O prazer é meu. - Olá Bella. – Um garoto alto, musculoso mais magro, de cabelos loiros cor de mel, me cumprimentou. – Sou Jasper Hale, irmão de Rose e namorado de Alice. - Oi. – As únicas coisas que eu dizia eram “oi” e “o prazer é meu”. Não tinha mais o que falar. Um silêncio tomou conta da sala. - O que achou da família Cullen, Bella? – Uma voz linda interrompeu o silêncio. Olhei para os lados e lá estava ele. O meu Edward. Meu? Eu disse meu? Desde quando o Edward era meu? - Sinceramente? Achei vocês super simpáticos. Obrigada por me deixaremeu vir aqui. - Não precisa agradecer Bella. O prazer de te receber aqui é nosso. Agora, chega de conversa e vamos logo comer. Você deve estar com fome. – No instante em que Esme disse isso, meu estomago roncou. Rimos. - É... Acho que estou um pouco. O prato principal foi Ravióli Com Cogumelos, meu prato predileto (N.A: Clichê esse prato não é mesmo? =D). Sentei ao lado de Edward. De vez em quando eu encontrava seu olhar. Mas desviava logo. O almoço passou rápido. Todos foram para sala. Quando eu estava indo também, Edward me chamou. - Posso falar com você um instante? - É claro. Ele me puxou para os fundos da casa, que como sempre, era linda. Sentamos num banquinho. Quer dizer, eu sentei. Ele ficou de pé me olhando. - Que foi? – Perguntei. - Eu não sei como começar. – Ele apenas disse. - Que tal você começar pelo começo? – Eu disse, mesmo não sabendo do que se tratava. Ele andou um pouco e logo se virou pra mim de novo. - Bella, eu te conheci no dia do “acidente”. E desde aquele dia, eu te odiava. O tempo passou e você não ia mais à escola, porque ficou na clinica. E quando você voltou Bella, um novo sentimento surgiu em mim. Este sentimento não era ódio. Era... Parecia paixão. Eu te olhava todos os dias de longe, e me odiava por gostar da garota que acabou com a vida do meu melhor amigo. Por mais que eu quisesse, eu não conseguia te odiar mais. E ontem, quando eu soube de toda a verdade, a paixão se transformou em outro sentimento. Se transformou não. Eu que não percebia o que era. Um mais forte, um que simplesmente não se explica. O Amor. E foi por isso que eu te chamei aqui hoje. Pode parecer cedo para dizer isso, mas é a mais pura verdade. Eu te amo, Isabella Swan. Como nunca amei alguém na vida. – Ele disse tudo num fôlego só. Eu apenas o olhava, sem saber o que dizer. Sem saber nem o que pensar. – Desculpe se você não nutre o mesmo sentimento que eu. É que eu não conseguiria olhar para você mais um dia pra você sem dizer isso. Levantei do banquinho. Nossos rostos estavam bem próximos. Nossas respirações, aceleradas. Ele aproximou mais seu rosto de mim e eu puxei seu rosto contra o mim, encostando meus lábios nos dele. Beijá-lo era a melhor coisa do mundo. Quando eu beijava Jacob, era bom. Mas não tinha sentimento. Eu me sentia atraída por ele é claro... E tinha toda aquela coisa “da emoção do primeiro namorado” e tudo mais. Mas com Edward, tinha... Tinha amor. Era isso. Tinha amor. Por mais que eu não quisesse, era inevitável. Eu o amava. Isso era fato. Mais do que tudo, mais do que todos. Como tudo que é bom dura pouco, tivemos que nos afastar. - Eu Te Amo. – Sussurrei. Sorrimos. *-* O resto do dia passou rapidamente. Cheguei em casa saltitando de tanta felicidade. Fui correndo pro quintal ver Jujuba. Ela me recebeu com lambidas na cara, como sempre. Carreguei-a e comecei a girar, gritando. - AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! – Sim, eu era louca. – Eu estou tão feliz Jujuba, tão feliz! Ele me ama, ele me ama! Era incrível como tudo tinha mudado tanto em apenas dois dias. Dois dias atrás, eu era uma excluída, sem amigos, nem ninguém. Agora? Eu tinha uma amiga incrível que eu sabia que poderia contar para tudo e um homem... Lindo, maravilhoso, sincero, bom e que me amava! ME AMAVA! Do jeitinho que eu era. Eu estava tão, mas tão, mas tão, feliz, que eu podia sair gritando pela rua! Louca eu nê? Isso tudo é efeito sabe do que? AMOR. E qual o nome deste efeito? FELICIDADE. É isso que o amor faz com as pessoas. Deixa-as mais felizes do que nunca. E eu não estou falando daquela paixonite não. Estou falando daquele sentimento inexplicável, que vem quando a gente menos espera, que faz com que nosso coração não saiba se para ou se bata, que faz com que tenhamos borboletas no estomago, que faz com que a gente conte cada segundo para ver a pessoa amada. *-* Levantei super animada (também nê?) e desci correndo para tomar café... Eu estava ansiosa... E meus pais perceberam isso. - Por que você esta tão animada para ir para o colégio? – Renée perguntou. - Humm... – Enfiei um pedaço enorme de bolo na boca para poder pensar no que responder. O que eu poderia dizer? A verdade. Somente a verdade. - Estou animada porque estou feliz mãe! Mais feliz impossível. - Fico feliz por você minha filha. – Charlie disse. – Faz tempo que eu não te vejo assim. E eu posso saber o motivo dessa felicidade toda? Levantei da cadeira, corri para o banheiro, escovei os dentes, peguei minha bolsa e fui em direção a porta, sem responder a pergunta. Porém, antes de fechar a porta, coloquei a cabeça para dentro e disse... - O amor, pai. O amor... – E saí. Eu não estava prestando atenção em nada. Apenas andava e saltitava. - Bella? – Ouço alguém me chamando. A voz é familiar mas eu não consigo lembrar da onde. Viro-me e quase caio para trás. Tudo estava bom demais para ser verdade. - O que foi Bella? Não me reconhece mais? Jacob. Jacob Black. - É claro que reconheço. Como poderia não reconhecer? O que quero saber é o que você esta fazendo aqui! - Eu preciso falar com você. - Falar o que? Nós não temos mais nada! - Ei Bella, calma... Por que você esta assim? - Por que? Como você ousa perguntar por que? Você acabou com a minha vida Jacob Black! Ele revirou os olhos. Típico de Jacob. - Eu mudei sabe Jake? Eu não sou mais aquela garota boba que me deixava levar por você. EU me tratei. - Qual é Bells! Se tratou? Você? Não me faça rir. - Você não acredita não é mesmo? Pois essa é a verdade. E você? Faça-me um favor. Copie-me. Trate-se também. O favor não seria só para mim. Seria para o mundo todo! Comecei a andar em direção a minha picape. Jacob segurou meu braço. Me virou para ele e me prensou na parede. - Sai daqui! – Eu gritei. Sem sucesso. - Para de drama Bells! Vamos voltar a namorar? - Nunca! - ALGUM PROBLEMA AQUI? – Uma voz alta e grossa disse, fazendo com que Jake se afastasse de mim. Saí de perto dele e olhei para a direção da voz. É claro que era ele. Quem mais poderia ser? Corro para perto de Edward e ele me abraça. - Eu quero ir embora Ed. Deixa-o. – Eu sussurro para que só Edward possa me ouvir. - Quem é ele? - Jacob. Vi os olhos de Edward se escureceram de raiva. - Calma Edward... Não vale a pena. Por favor. Vamos. Edward ignorou meu comentário e foi em direção de Jacob. Ergueu-o pela camisa. - NUNCA MAIS ENCOSTE UM DEDO NELA OUVIU? NUNCA MAIS? – Ele disse com ódio e voltou para onde eu estava. Me pegou pela mão e me levou para dentro de seu volvo. Ele estava com muito ódio, dava para perceber. Suas mãos apertavam o volante fortemente. Não falamos durante todo o percurso. Quando chegamos, ele saiu do carro e abriu a porta do meu lado. Mesmo com raiva, era um cavalheiro. Abracei-o. - Não fique assim Edward. Por favor. - Bella, você tem noção do que ele poderia fazer se eu não tivesse chegado? Só de pensar... – Ele quase chorava. - Shi... Não aconteceu nada. Eu estou bem. Viva. Inteira. - Promete que nunca mais vai andar sozinha por aí? – Ele fez com que eu olhasse direto nos olhos dele. Desviei o olhar. - Edward. Eu não posso prometer algo que não posso cumprir. Não posso. - Por favor. – Com aquela carinha de cachorro abandonado era impossível não prometer. - Okay... Eu prometo! - Eu te amo Bella. – Ele sussurrou. Aquelas três palavras fizeram com que meus olhos se aguassem. - Eu te amo também. – Sussurrei. Ele me beijou, mas logo nos afastamos. Quando fomos andar na direção das salas, percebi que todos olhavam para nós. Só que dessa vez, os olhos não eram só de discriminação. Eram de surpresa. – Todos estão olhando para nós. – Eu disse. - E daí? – Ele revirou os olhos. Realmente, ele tinha razão. E daí? A vida era minha e eu fazia o que queria. Lembrei-me do conselho de Alice. Não importa o que aconteça, cabeça erguida. Sempre. As aulas passaram rápido, como sempre quando estava com Edward. Eu não pude evitar pensar em Jacob. Apesar de tudo que ele fez, ele ainda era meu melhor amigo. E dói tanto vê-lo assim. Vê-lo sofrendo. Como eu queria poder ajudá-lo... Mas como? Ele quase não tinha motivação para viver “normalmente”. Seus pais nunca ligaram para ele. Davam dinheiro, mas do que isso adianta? Dinheiro não compra amizade nem carinho, muito menos Amor. Eu precisava de alguma forma, ajudá-lo. E eu faria isso. Eu quero recomeçar, mas antes disso, ainda é preciso acertar algumas coisas relacionadas ao passado. Somente depois, conseguirei o perdão das pessoas que amo. E principalmente, conseguirei ME perdoar. Por tudo. *-* - Vamos logo Bella! - Já vai! – Edward me levaria a um passeio e eu estava me arrumando. E como toda mulher que se preze, eu demorava pra me arrumar. Dei mais uma ajeitadinha no cabelo, troquei pela quinta vez meu sapato e peguei minha bolsa. Desci e lá estava ele, lindo como sempre. Algum dia eu conseguiria me acostumar a sua beleza? Eu espero fervorosamente que não. Meus pais não estavam em casa. Edward queria porque queria conhecê-los, mas eu pedi um tempo. Não sabia como meus pais reagiriam. E como eu poderia apresentá-lo? Como namorado? Eu nem sabia se era isso que éramos. Edward ainda não tinha me pedido formalmente, pelo menos. Andamos até o volvo e ele começou a dirigir. - Aonde vamos? – Eu perguntei pela centésima vez. - Como você é impaciente Bella. Eu já disse que é surpresa. Revirei os olhos e comecei a olhar para paisagem. Percebi que nos afastávamos de Forks e outros tipos de casa passaram por minha visão. Casas bem familiares... Casas de... - La Push? – Sussurrei quase sem voz. - Conhece esse lugar? – Era inevitável. Comecei a chorar. Esse lugar me trazia tantas lembranças... Por mais que eu quisesse esquecer era impossível. Eram lembranças que para sempre ficariam marcadas em minha mente. – Bella, o que aconteceu? Por que você esta chorando? – Edward levantou meu queixo fazendo com que eu olhasse em seus olhos. - Eu preciso que você me leve a um lugar. - Aonde? Respirei fundo. Eu precisava fazer isso. E eu iria fazer isso. - Pra casa de Jacob. Os olhos de Edward eram a principio de surpresa. E depois, de raiva. - Nunca. – Ele sussurrou. - Edward! Eu preciso fazer isso. Jacob era meu melhor amigo! E dói vê-lo assim. E se eu mereço uma segunda chance, acho que ele merece também. - Bella... Eu tenho medo do que ele possa fazer à você! - Vamos fazer assim? Você fica no carro do lado de fora da casa dele. Se eu não sair em 15 minutos, você entra, okay? Ele hesitou, mas por fim aceitou. - O.K. *-* Eu tentava transparecer segurança, mas era muito difícil. Saí do carro e comecei a andar em direção a casa. Cocada me recebeu pulando em cima de mim e com lambidas. - Há quanto tempo não é mesmo Cocada? Ele latiu. - Eu sei. Eu também estava com muita saudade. Cheguei à casa e abri a porta, destrancada. Parecia que a casa não era arrumada há tempos! Latinhas de cerveja, embalagens de comida congelada... Tudo jogado por toda a parte. Olhei ao meu redor e encontrei o meu amigo. Sentado no chão, todo arranhado e com lágrimas nos olhos. Ele estava péssimo... Corri até ele e sentei ao seu lado, abraçando-o. Ele começou a chorar e soluçar sem parar. E eu não falei nada. Eu sabia, por experiência própria, que chorar nesses momentos era o que mais aliviava. - Bella, desculpa! Eu... Eu não sei mais o que fazer... Eu não agüento mais essa vida... - Jake... – Acariciei seu rosto. – Eu estou aqui Jake... Eu sou sua melhor amiga... - Eu quero parar, mas eu não consigo... Eu... - Eu sei como é. Mas isso tudo pode melhorar meu amigo. Eu posso te ajudar. Muitas pessoas lá fora podem te ajudar. Basta você ter força de vontade... Ele olhou dentro de meus olhos. Eu levantei e estendi a mão para ele. Ele pegou-a e levantou com dificuldade. - Por favor. – Ele sussurrou com a voz fraca. *-* http://www.youtube.com/watch?v=PYgBX68Y6E4 Dois dias se passaram. Já era fim de semana. Foram dias muito corridos, literalmente. Eu ia pra escola e quando saía, ia para a clinica que Jake estava internado. Às vezes ele tinha “surtos” dizendo que queria sair dali, mas aí eu conversava com ele e ele se acalmava. Eu estava me arrumando. Ia sair com Edward, pra variar. Disse aos meus pais que iria passar o dia na casa da Alice. Apresentaria Edward apenas hoje a noite, era o que combinamos. Iríamos para a nossa campina, fazer um piquenique. Desci as escadas, me despedi de meus pais e saí de casa. O Volvo estava me esperando num lugar aonde meus pais não conseguiriam ver pela janela. Entrei nele e Edward começou a dirigir. Logo, estávamos lá. Armamos nossa cesta de piquenique que tinha de tudo: sanduiches, rocamboles, tortas, batatas assadas, musses de chocolate e molho de frutas. Sofisticado nê? Muito... Edward tirou uma lasquinha do sanduiche e jogou para eu tentar pegar com a boca. A lasquinha voou longe, sumindo de nossas vistas. - Você não serve nem para acertar uma mira nê? Que homem eu fui arranjar! Comemos muito e nos divertimos para caramba... Comecei a arrumar as coisas para irmos embora, mas Edward me parou... - Espera Bella... Ainda falta uma coisa. - O que? Ele ficou de joelhos na minha frente. Oh Meu Deus... - Faz apenas três dias que estamos juntos, mas como eu já disse, tenho certeza do que sinto por você. Eu te amo. Quer namorar comigo? Eu não conseguia dizer nada. Edward era tão... 99,9% perfeito! Não é 100, porque perfeição total, só Deus. - Sim, sim, sim, sim! – Eu gritei e ele me abraçou, tirando-me do chão! - Você me faz o homem mais feliz do mundo! - E você me faz a mulher mais feliz do mundo! - Eu Te Amo Isabella Marie Swan! - Eu Te Amo Edward Anthony Masen Cullen! Quando eu olho para você Eu vejo perdão Eu vejo a verdade, Você me ama por quem eu sou Como as estrelas abraçam a lua Bem ali onde elas devem estar E eu sei que não estou sozinha *-* Estávamos no carro, estacionados na frente de casa, até que tomei uma decisão e fiz uma pergunta de algo que eu já precisava ter feito há muito tempo. - Edward? - Sim? - Onde moram Seth e Tanya? Edward me olhou surpreso. - Por que você quer saber isso? - Me responda, por favor. - Port Angeles. - Amanhã você pode me levar lá? - Bella... Por que? - Edward eu preciso falar com eles. Como eu vou recomeçar? Eu preciso do perdão deles. Por favor. - Tudo bem amor. - O que você disse? - “Tudo bem”? - Depois disso. - “amor”? - Diz de novo. - Amor... - De novo. - Amor... - Já disse que te amo Edward Cullen? - Já, mas é sempre bom ouvir de novo. - Convencido. - Diz? Por favor... – Ele fez carinha de cachorro abandonado. Era impossível resistir. - Eu Te Amo. – Ele me deu um selinho. - De novo. - Te Amo. – Ele me deu mais um selinho. – Te amo te amo te amo te amo... *-* Tinha acabado de terminar de me arrumar. Pra que? Edward iria jantar aqui em casa, para conhecer meus pais. O meu nervosismo era demais. A campainha tocou. Dei mais uma ajeitada no cabelo e desci as escadas. - Já vai... Abri a porta. Edward esperava lindo de morrer segurando um buquê de flores. Entregou-me. - As mais belas flores para a mais bela mulher. A Minha Bella. - Obrigada – Sussurrei e peguei em sua mão, conduzindo-o até a sala, onde meus pais esperavam. Respirei e fundo e disse. – Pai, mãe, este é Edward Cullen. Meu namorado. – A cara de espanto deles era demais. Eles não sabiam que eu ia trazer um namorado. Acharam que era apenas um amigo. Se bem que eu não contei nenhuma mentira. Quando eu disse a eles, Edward era apenas um amigo. Formalmente falando. - É um prazer conhecê-los. – Edward estendeu a mão para um cumprimento. Meus pais enfim se recuperaram do choque e cumprimentaram Edward, com uma educação que me espantou. Estavam educados demais... O jantar se passou rapidamente, sem nenhum constrangimento, graças a Deus. No fim da sobremesa, me deu vontade de ir ao banheiro. - Gente, com licença. Eu vou ao banheiro... – Vou até o banheiro e na volta paro atrás da porta para ouvir o que meus pais estão conversando com Edward... - Muito obrigada mesmo Edward... Desde que te conheceu, minha filha esta muito mais feliz. Você tem feito tanto bem a ela. - Eu que tenho agradecer pela filha maravilhosa de vocês. Eu amo aquela garota, mais do que tudo e todos. Entrei normalmente como se não tivesse escutado nada. - Oi amor. – Edward sorriu para mim e eu sorri para ele. – Acho melhor ir indo. Nos vemos amanhã okay? - Mas já? Ainda é cedo... - Meus pais devem estar me esperando... - Ta bom. Despedimo-nos de Edward e eu fui para o meu quarto, ligando meu Ipod no máximo... *-* Acordei nervosa pensando no que aconteceria quando encontrasse com Seth e Tanya. Eu tinha medo, isto era inevitável. Vesti uma roupa qualquer e desci para tomar café da manhã. Meus pais perceberam meu nervosismo. Ele estava bem evidente. - O que esta acontecendo, querida? – Meu pai perguntou. Será que eu contava a verdade? Era o melhor. A verdade é sempre melhor. Além de que, a mentira, por mais que ela dure, sempre será descoberta. E isso serve para magoar as pessoas. Às vezes, as pessoas que mais amamos. - É que... Eu vou para Port Angeles. - Pra que? – Minha mãe quis saber. Respirei fundo. - Eu vou me encontrar com Seth e Tanya. E antes que vocês tentem fazer com que eu desista, deixem me falar porque quero ir. Eu quero recomeçar, mas isso é impossível. Antes, eu preciso do perdão deles, para que assim eu possa perdoar eu mesma e seguir meu caminho. Meus pais me olhavam com admiração. - Nós te deixamos ir querida. Sabemos que isso é o certo a fazer. Edward vai te levar? – Charlie disse. - É. – Sussurrei... - Boa sorte – Minha mãe desejou. - Obrigada... Vou precisar. – Eu disse e a campainha tocou. – Deve ser Edward. Tchau! - Tchau. – Meu pai disse. *-* Edward e eu estávamos no carro, indo em direção a Port Angeles. O silêncio estava cada vez mais constrangedor. - Edward fala alguma coisa! Ele sorriu torto. - O que você quer que eu fale querida? - Não sei... Só não quero que tudo fique em silêncio. - Por quê? - É que aí eu fico pensando no que pode acontecer em Port Angeles e fico cada vez mais nervosa. - Não precisa ficar nervosa Bella... Vai dar tudo certo. - E se não der Edward? E se eles me expulsarem de lá? Ou... - Se você continuar pensando assim, aí é que não dará certo, Bella. Você precisa pensar positivo meu amor. E por que eles iriam te expulsar de lá? - Edward, quando você ainda não sabia da minha história, você não agia “todo compreensivo”. Você me excluía, me xingava e me discriminava. Acha que eles são diferentes? Eles, que tem até mais motivos do que você pra me odiar? Edward ficou em silêncio por um momento. Percebeu que eu tinha razão. - É... Nesse ponto você esta certa. Mas é só você contar sua história para eles também. - Se fosse tão fácil assim... – Sussurrei... E o resto do caminho seguiu-se em silêncio. As hipóteses do que poderia acontecer quando chegássemos para falar com Seth e Tanya atormentavam a minha mente. Mas como Ed disse, era preciso ter pensamento positivo. E era isso que eu estava tentando ter. *-* Edward estacionou o carro... Respirei fundo e saí. Ele me estendeu sua mão, peguei-a e segurei-a bem firme. Era incrível o poder que Edward tinha sob mim. Só de pegar em sua mão, eu sentia uma enorme segurança que nunca havia sentido antes. Isso só podia ser Amor. Eu tinha certeza. - Vamos? – Ele sussurrou. - Vamos. Andamos um pouquinho e logo chegamos à frente de uma casa tamanho médio, apenas de um andar. Nem bonita nem feia. Era normal. Ed tocou a campainha e logo ela foi atendida. Reconheci de imediato quem a atendeu. Tanya Denali. Loira arruivada, olhos totalmente pretos. Querendo ou não, ela era linda. - Edward e... ISABELLA SWAN? – Ela gritou surpresa. - O QUE VOCÊ ESTA FAZENDO AQUI? – Ela veio em direção a mim, mas Edward foi por trás e a segurou. – Me solta!! – Ela gritava desesperada, com lágrimas escorrendo por seus olhos... – Eu vou acabar com você garota! Acabar! Você acabou com a vida do meu namorado! Do homem da minha vida! – Eu a entendia, de certa forma. Queria que ela pudesse me entender também. - Calma Tanya, Calma! – Edward disse. Ela se virou para olhar para ele. - Por que você esta com ela? Você se esqueceu de tudo que ela fez? Pra mim, pro Seth, pra você, pra nós! Esqueceu? – Ela sussurrava. - Não. Eu não esqueci. Mas você poderia pelo menos tentar se acalmar? E ouvir o que ela tem a dizer? Até porque, vocês nunca ouviram! Nunca procuraram entender “o outro lado”. Ela também passava por dificuldades e problemas. Por que você não a conhece antes de julgar? Porque aposto que se fosse você, você gostaria que te dessem uma segunda chance e um voto de confiança. Tanya desistiu de lutar e abraçou Edward, chorando. Eu não sabia o que sentir o que dizer. Uma ponta de ciúmes me invadia, mas Edward estava me defendendo, afinal de contas. O que pensar o que sentir? Dúvidas e mais dúvidas. Ela logo se acalmou e Edward levou-a até o sofá. Segui-os. - TANYA! – Alguém gritou. Seth. Olho para Edward. Ele assente com a cabeça. E eu ando em direção a voz. Entro no quarto e encontro Seth deitado e coberto. - Seth? – Sussurro. Ele olha para mim. - Isabella Swan? – Ele sussurra de volta. - Sim. - O que você esta fazendo aqui? – Ele sussurrava, mas sua voz carregava ódio demais. O que responder? - Eu... Eu vim... - O que você esta fazendo aqui? – Dessa vez ele não sussurrava. - Eu não sei! Eu vim em busca de perdão, mas não tem por que. Vocês nunca vão me perdoar. Eu vou embora. – Disse indo em direção da porta do quarto. - Espera. Diga o que você veio dizer. Esperança. Essa foi a primeira palavra que veio a minha mente. Talvez não fosse tão difícil assim. Sentei na beira da cama... - Seth... – Sussurrei... – Eu sei que isso é meio impossível, mas não custa tentar não é? – Eu dizia mais pra mim mesma do que para ele. - Me perdoa. Me perdoa pelo que fiz. Eu sei que praticamente acabei com a sua vida, mas eu não estava sob o controle de mim mesma. Não naquele dia. Eu... – Lágrimas já escorriam por minha face. E eu contei toda a minha história. Não só o que contei a Edward. Contei sobre Edward, sobre Alice, sobre os Cullen. Sobre a esperança de poder recomeçar. Sobre... Sobre tudo. Eu chorava descontroladamente e não olhava para Seth. Eu tinha medo. Medo do que poderia ver. - Desde aquele dia - Seth me surpreendeu, falando. – minha vida nunca foi mais a mesma. Quando soube que estava... Tetraplégico, eu... Era como se eu não tivesse mais vida. Eu não podia mais andar, nem tomar água sozinho! Eu estava perdido. Eu não queria mais falar com ninguém nem nada. Mas aí o tempo passou e eu percebi que não estava sozinho. Eu tinha Deus, tinha a minha família, meus amigos e... Tanya. Ela foi... Não. Ela é como um anjo em minha vida. Ela não se importa se eu não posso abraçá-la nem levá-la pra jantar nem dar filhos a ela, que é o seu maior sonho. Ela me ama exatamente do jeito que eu sou. E sabe Bella? Eu sou feliz. Apesar de todos os pesares, eu sou feliz. Eu tenho a melhor família do mundo, os melhores amigos do mundo e a melhor mulher do mundo. E isso já basta. E eu te perdôo Bella. Porque eu sei como é se sentir perdido, querer ter uma vida “normal” mas não conseguir. E você se arrependeu. E é como na frase: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode recomeçar e fazer um novo fim” Olhei para Seth e ele estava com lágrimas nos olhos, como eu. Em meio às lágrimas, ele sorriu. E eu retribui o sorriso. Olhei para a porta e Edward estava lá, com um meio sorriso nos lábios, abraçado a Tanya. E desta vez eu não senti ciúmes. Porque eu sabia que Edward me amava. E Tanya? Amava Seth. Olhei para Edward e ele apenas assentiu com a cabeça. Ele sabia o que eu pensava o que eu queria. Andei até perto de Tanya e abri os braços. Ela não disse nada. Apenas me abraçou, chorando. E naquele momento, eu tive a certeza que minha busca pelo perdão não havia sido em vão. *-* Acordei com o meu celular tocando sem parar. Ainda de olhos fechados, estendi a mão para o criado mudo e peguei o celular. Atendi sem nem ver quem era. - Alô... – Eu disse, com a voz sonolenta. - POSSO SABER O QUE VOCÊ ESTA FAZENDO DORMINDO? – O grito estridente de Alice fez com que eu acordasse de verdade imediatamente. - Alice. Me. Explique. Por. Que. Você. Me. Acordou. Seis. Horas. Da. Manhã. De. Domingo. – Falei tudo pausadamente, parecendo um robô, para que o cérebro de Alice pudesse processar. - COMO POR QUE BELLA? ESQUECEU QUE TINHAMOS COMBINADO DE FAZER UM DIA SÓ DE GAROTAS HOJE? ANDANDO PELOS SHOPPINGS DE SEATTLE? - É claro que eu não esqueci. Mas o que te faz achar que eu iria levantar seis horas da manhã? Pode desligar seu telefone e me deixar dormir em PAZ. – Enfatizei bem a palavra. - Mas você já esta acordada... Então não faz diferença nenhuma... Passo aí em vinte minutos. – E ela desligou. Ela literalmente estava com um parafuso a menos, só pode. Mas eu conhecia bem a Alice e eu sabia que daqui vintes, nem um segundo a mais, nem um a menos, ela estaria tocando a campainha de casa. E eu tenho exatamente vinte minutos para tomar banho, vestir uma roupa decente, tomar café... (...) Vinte minutos depois e eu tinha conseguido me arrumar e tomar café. Literalmente, bati recorde... No momento em que fechei a porta de entrada, Alice chegou com seu Porshe Amarelo, buzinando sem parar. - Oi Alice! – Eu disse entrando no porshe... - Oi Bella! Pronta para um dia só de garotas? - Adianta dizer que não? - Ai Bella... Não seja estraga prazeres. - Claro, claro. Mas afinal das contas, aonde vamos? - Shopping em Seattle, amiga! Até porque, Forks não tem absolutamente nada. - Nisso eu vou ter que concordar. Forks não tem nada! O tempo voou e logo estávamos no Shopping... (...) - Olha este vestido Bella! – Alice me mostrou um vestido curto, vermelho e super decotado. Olhei descrente pra ela. - Você vai parecer uma... Ah, deixa pra lá! (...) - O que você acha desse conjuntinho, Ali? – Mostrei para ela um jeans azul, uma blusa da manga comprida marrom... - Bella, você literalmente assassina a moda. Total. Que horror! Mostrei a língua pra ela. (...) - AHHHH QUE CELULAR MARA BELLA! OLHA! - Alice você já tem um. - Este é mais bonito. - Por quê? - É rosa. – Ela disse, apenas. (...) - Alice, eu estou exausta... – E eu realmente estava. Fazia o que... Umas cinco horas que estávamos andando! - Vamos ao Mcdonalds então... – Ela disse e nós entramos no Mc com umas trezentas sacolas no braço. Sentamos a uma mesa e pegamos o cardápio... - Hum... Eu vou querer um McChiken, uma McFritas média e uma coca-cola. – Eu disse. - Coca cola Bella? Engorda demais... - Deixa vai Ally... – Fiz biquinho. Ela revirou os olhos - Ta bom! – Ela disse por fim... – E eu vou querer um McFish e uma Salada. - Ai como você é saudável... - Eu me preocupo com o meu futuro, sabe... Diferente de você que só come coisa que engorda. – Ela fez cara de quem ia chorar... Rimos. E ali, comendo aquela sanduiche que engorda, eu vi quanta sorte eu tinha. - Ally? – Sussurrei. - O que? - Obrigada. - Pelo que? – Eu não sabia como falar, só sabia que precisava falar. Respirei fundo e comecei com mais um daqueles meus discursos poéticos... - Por ser minha melhor amiga. É claro que quando eu não me envolvia com drogas, eu tinha amigas. Mas nunca uma... Uma melhor amiga. Você é assim... Eu sei que posso contar com você em todos os momentos. Eu sei que quando eu for pegar um lanche minha mesa estará reservada. Quando houver trabalhos em duplas, ou grupos, eu não precisarei me preocupar com quem ir. Eu sei que se eu tiver uma recaída em relação as drogas, eu sei que você não vai me abandonar. Quando eu brigar com meu namorado ou com a minha família, eu sei que posso chegar na sua cara três horas da manhã, pedindo um simples abraço. Você não é falsa como todas as outras. Você gosta de mim exatamente do jeito que eu sou, sem se importar com meus defeitos ou qualidades, com o que eu fiz ou deixei de fazer. E eu sei que sempre, sempre, poderei contar com você. E apesar de te conhecer há pouco tempo, eu confio em você. Queria apenas dizer obrigada. Obrigada por tudo. Amo você, my Best. – E pra variar um pouquinho, eu estava chorando. No meio do Mcdonalds! Uau! Ta parei. Ela saiu da sua cadeira e me abraçou. - Eu também te amo muito amiga. E saiba que você sempre, sempre, pode contar comigo. Nunca hesite em me chamar. Amizade verdadeira hoje em dia é difícil de encontrar. E eu tive uma sorte enorme e consegui encontrar uma melhor amiga. Quer dizer, sorte não. Destino. *-* http://www.youtube.com/watch?v=l0EDDyiFoYU& O tempo passou mais rápido que o esperado. E o dia da apresentação do trabalho havia chegado. E quando entramos na sala, eu e Edward, percebi que estava mais leve. Toda aquela tensão que antes me dominava, desaparecera por completo. Eu não me importava mais com os olhares de discriminação. Como Alice disse, cabeça erguida, sempre. Além de que, eu tinha Edward. Para nossa surpresa e para meu nervosismo, nós fomos a última dupla a ser chamada. Fomos para frente da sala, Edward com um braço ao meu redor. Todos olhavam surpresos para nós. Até o professor. Edward, aquele garoto que havia discutido com ele por não querer fazer trabalho comigo, agora me abraçava? O mundo realmente dá voltas. Como trabalho, contamos a minha história, na terceira pessoa. Como se não tivesse nenhum envolvimento conosco. Eu não olhava nem para os alunos nem para o professor nem para Edward, enquanto contava a minha história. Olhava para o Sol, através da janela, que brilhava mais intensamente do que o normal. - ...E eu conclui que você pode cometer quantos erros quiser, fazer quantas burradas quiser. Se você se arrepender. Se arrepender de verdade, nada impede você de recomeçar. A família é o nosso bem mais precioso, aqui na Terra. Ela sempre esta lá, esperando por você. Você pode mudar o seu cabelo e mudar suas roupas, pode dizer Olá e pode dizer Adeus, pode mudar seu estilo e mudar suas calças, pode aprender a voar e pode perseguir seus sonhos, pode rir e chorar. Pode fazer o que quiser, você sempre vai encontrar seu caminho de volta para a casa. A sua família e Deus sempre te perdoarão e te darão milhares de segundas chances. Você precisa apenas lutar para conseguir um perdão. O perdão que realmente tem valor. Você precisa conseguir o perdão de si mesmo. Enfim olhei para as pessoas ao meu redor. Elas levantaram, aplaudindo sem parar. Algumas, inclusive, tinham lágrimas nos olhos. Mesmo não querendo, lágrimas brotaram de meus olhos. Edward me abraçou, tirando-me do chão. - Obrigada... – Sussurrei para que só ele pudesse ouvir. - Eu te amo. – Ele sussurrou de volta. - Eu te amo também. E naquele momento, eu soube que tinha conseguido. Tinha conseguido o perdão de todas as pessoas. Mas principalmente, eu perdoei a mim mesma. E isso é o mais importante. Posso ser feliz agora? *** 5 ANOS DEPOIS - E eu queria agradecer a todos por estarem aqui, me ouvindo. É muito importante pra eu estar aqui. E eu realmente espero que minhas palavras ajudem algum de vocês. Eu não quero que passem pelo que eu passei. Não quero que aprendam vivendo. Pois não é nem um pouco fácil. E para finalizar, eu quero ler um texto de um escritor e poeta brasileiro, Mário Quintana. O nome do texto é “Felicidade Realista”: A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num SPA cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... Não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante pode ou não ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça de que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade... Os alunos da escola batiam palma de pé. Agradeci e desci do palco. Saí do colégio. Edward me esperava na calçada, segurando nossa filhinha nos braços. Dei um selinho nele e peguei minha filhinha de cinco meses no colo. - Own minha Nessie! – Sorri para ela e ela sorriu de volta. Ela era tão linda. Olhando para aqueles seus olhos tão lindos, cópias dos meus cor de chocolate, comecei a lembrar do passado. Como tudo havia mudado tanto! Cinco anos atrás, eu era uma drogada. Agora, eu era mãe de família, psicóloga para adolescentes, fazia palestras nas escolas... Jacob? Depois de se tratar, sumiu no mundo, levando Cocada junto. Alice se tornou a minha melhor amiga, a minha irmã. Jujuba? Esta já esta velhinha, mora na minha casa. A vida realmente dá muitas e muitas voltas. - Vamos? – Edward sussurrou. Assenti, pegando sua mão e andando em direção ao carro. E naquele momento, eu tive certeza que eu tinha o meu felizes. Não o felizes para sempre de todos os contos de fadas. Até porque, ninguém pode prever o futuro e dizer que é para sempre, que é eterno. O meu felizes era o felizes agora, que é o que realmente importa. E continuamos nosso caminho, vivendo felizes agora.

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