Era você?
Depois de ficar um tempo abraçados do lado de fora, nós entramos na casa dele.
-Acho que Julie saiu novamente - disse ele.
-Acho que sim - falei - Ela deixou um bilhete.
Peguei o bilhete que ela tinha deixado em baixo de um porta-retratos ao lado do telefone e o entreguei a Symon, ele leu em voz alta:
"Eu voltei porque tinha esquecido meu celular,
espero não ter atrapalhado nada.
Desculpe,
Julie"
Ele amassou o bilhete e jogou-o no lixo.
-Sua irmã deve estar me achando uma maluca agora - falei.
-Nem tanto assim - disse ele sorrindo - Ela gosta de você.
Franzi a testa.
-Ta legal, vou fingir que acredito - falei.
Ele riu.
Sem soltar a minha mão, ele foi comigo ate o sofá na sala, deitou nele e fez um gesto pra que eu deitasse também.
Ele envolveu seus braços em minha cintura puxando-me pra mais perto dele e eu me senti bem daquele jeito. Ele encostou os lábios suavemente em meu pescoço e depois ligou a televisão num canal qualquer.
-Porque você me salvou? - perguntei de repente, me virei um pouco para olha-lo, ele franziu a testa confuso.
-Porque você me salvou das mãos daquela vampira? - perguntei novamente
-Eu não ia deixar você morrer - respondeu.
-Mais como sabia que era eu? - insisti.
-Eu não sabia - murmurou - Foi estranho, mais era como se eu já conhecesse aquele lobo branco, foi mais forte do que eu, depois você voltou a forma humana e... - ele hesitou.
Percebi que ele não queria mais falar daquele assunto.
-Obrigada - falei.
Ele não disse nada por uns segundos.
-Não sei o que teria acontecido se eu tivesse mesmo te perdido - ele sussurrou, sua voz pareceu triste, virei um pouco o rosto pra não olhar seus olhos.
-Não fale assim; eu estou aqui não estou? e... nunca mais vou te deixar - murmurei.
Ele sorriu levemente, seus olhos ainda estavam um pouco tristes.
Lembrei novamente daquele pesadelo que tive na noite passada, eu não sei o que teria feito se ele tivesse sido real, eu acho que talvez...
-Eu amo você - ele sussurrou, seus lábios roçando em meu ouvido, causando um arrepio em todo meu corpo.
Eu sorri levemente.
-Eu também amo você - falei.
Ele me beijou delicadamente.
Queria poder parar o tempo naquela hora. Nós dois juntos ali, deitados, parceria um sonho pra mim, um sonho que eu não queria que acabasse nunca.
É estranho o jeito que certas coisas começam e mais estranho ainda como elas tendem a terminar, mais quando não há nada a ser dito, o coração substitui os ouvidos, o silencio se torna a voz e os sentimentos falam no lugar das palavras.
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