[BPOV]
O despertador tocou, olhei para o relógio que marcava seis da manhã. Instintivamente, eu desliguei e voltei a dormir. Mas as batidas na porta me impediram de fazer isso.
–Bella, você quer chegar atrasada no seu primeiro dia no emprego?
Levantei da cama xingando Alice mentalmente. Abri a porta do meu quarto e me deparei com o seu rosto sorridente.
–Bom dia! Então animada?- ela perguntou entusiástica enquanto eu lhe respondi fuzilando-a com o meu olhar. Pobre Alice, ela deveria ganhar um prêmio por me aturar por tantos anos.
Segui para o banheiro para tomar meu banho. Quando eu voltei ao meu quarto, minha roupa já estava escolhida, uma calça social e uma blusa social verde listrada, de meia manga. Dessa vez eu não tinha o que reclamar da minha Stylish particular.
Depois fui para a cozinha tomar meu café-da-manhã, que por sinal já estava preparado.
–Você tá se saindo melhor que a minha mãe- comentei ao ver a mesa posta.
–Só não vá se acostumando. Só estou fazendo isso para comemorar o seu primeiro dia.
Fiz uma careta para Alice e dei uma garfada na minha omelete.
–Então Al, como vão as coisas entre você e o Jay?
–Ele me convidou para jantarmos nessa quinta- Os olhos dela brilhavam intensamente.
–Fico feliz por você amiga- falei sinceramente- Vocês vão ser perfeitos juntos.
–Por falar em perfeição... o Mike?- Era impressão minha ou ela estava sendo sarcástica?
–O que tem ele?- Eu realmente não entendia onde ela queria chegar com aquilo.
–Como assim o que tem ele? Eu quero saber como você tá você reencontrou se ex-namorado e tudo mais...
–Eu não sei, não posso dizer que não senti nada, por que estaria mentindo. Mas também não sei o que senti, talvez seja só saudade- Eu estava sendo sincera. Eu não sabia o que estava sentindo com aquele reencontro.
–Então, ele não tem chances?- Ela perguntou animadamente com a possibilidade da negativa. Alice nunca escondeu de ninguém que ela queria que eu e o Edward ficássemos juntos.
–Talvez sim, talvez não. Mike sempre foi um cara legal. Nós só terminamos por causa da faculdade. Se ele demonstrasse algum interesse talvez eu correspondesse, mas não é algo com o qual eu deva ou queira me preocupar no momento.
O sorriso de Alice se desmanchou ao ouvir aquilo. Mas eu realmente tinha que considerar essa possibilidade. Mike era um cara legal, e se ele quisesse reatar o nosso namoro talvez eu devesse considerar. Eu não podia passar a minha vida esperando Edward me notar e tomar alguma atitude em relação a isso. O telefone tocou e eu corri até a sala para atender.
–Alô?- Atendi ansiosa. Eu queria que fosse ele. Ontem quando ele me deixou em casa ele não estava muito comunicativo. Ele parecia frustrado, incomodado com algo. Mas eu não tive coragem de perguntar. Quando Edward está de mau humor, o melhor a fazer é não irritá-lo com conversas desnecessárias.
–Bella, sou eu.
–Oi Jazz- Tentei ao máximo que o meu desapontamento não aparecesse na minha voz
–E.. ahn.. tô ligando para saber se você vai querer carona para o trabalho.- Traduzindo: Estou bancando o amigo generoso por que eu essa é a única desculpa que encontrei para ver a Alice. Eu sei que Jasper realmente era esse tipo de amigo, e que mesmo que ele não estivesse interessado na Alice ele provavelmente me ligaria. Mas ele não podia esconder as suas verdadeiras intenções, pelo menos não de mim.
–Acho que sim, já que Alice me fez vender meu Chevy baby- Eu ainda não sei como aquela fadinha do mal havia conseguido me convencer a vender o meu bebê.
–Aquela lata velha está no lugar dela agora: o ferro velho- Alice falava ao meu lado.
–Eu chego aí em quinze minutos, ok?
–Ok, até mais!- Eu desliguei o telefone e Alice estava me encarando com um brilho nos olhos.
–Que horas ele vai chegar?
–Daqui há uns quinze minutos.
–Ah meu Deus! Eu tenho que trocar de roupa, dar um jeito no cabelo e me maquiar! Não vai dar tempo!- Ela parecia que ia surtar a qualquer momento. Ela andava de um lado para o outro do apartamento enquanto falava.
–Al, você tá ótima!- Tentei inutilmente convencê-la da verdade.
–Nada disso, eu vou me trancar no quarto e só saio de lá quando ele for embora. Por nada no mundo ele vai me ver assim- Ela foi para o quarto e realmente se trancou lá. Mesmo depois de anos as reações da Alice ainda me assustavam. Depois de exatos quinze minutos a campainha tocou, e não me surpreendi ao ver que era o sempre pontual Jasper.
–Pronta para o primeiro dia?- Ele perguntou com um sorriso reconfortante.
–Claro, do mesmo jeito de quando eu fui fazer minha primeira entrevista- Jasper caiu na gargalhada.
–Ok, mas eu não vou fazer o seu trabalho dessa vez- ele falava entre as risadas.
Esse ainda era um fardo que eu tinha que carregar. Minha primeira matéria como estagiária no L.A Post foi um fiasco. Na verdade, fiasco era um modo leve de descrever aquela situação. Eu só tinha que entrevistar uma mulher que havia sido assaltada. Crime banal, coisa de rotina. Como eu estava desesperada demais, Jasper se ofereceu para me acompanhar. Quando chegamos na casa da mulher para entrevistá-la eu simplesmente travei. Eu não conseguia dizer nenhuma palavra, e Jazz teve que fazer todo o meu trabalho.
–Cadê a Alice?- ele perguntou, e eu voltei dos meus devaneios.
–Tá trancada no quarto para você não vê-la- Jasper me olhou confuso, enquanto eu ouvia a baixinha esperneando dentro do quarto.
–BELLA!- ela gritou e eu comecei a rir.
–Mas o quê?- ele ainda parecia confuso.
–Ela não se arrumou, e está com medo de você se assustar com o visual matinal dela.
Ele revirou os olhos e sorriu.
–Ali, você fica linda de qualquer jeito- Ele falou um pouco mais alto para que ela pudesse ouvir.
–Que fofo- ela respondeu de dentro do quarto- Mas mesmo assim eu não saio daqui. - Ela era mais teimosa do que eu certas vezes.
–É melhor irmos logo ou então ela vai passar o dia todo aqui.
–Vamos então. Tchau Alice
–Tchau Jazz, tchau Bella.
–Tchau Ali.
Seguimos até a garagem do prédio e fomos em direção ao único Audi que estava na garagem. Por que todos eles tinham que possuir carros tão extravagantes? Entramos no carro e ele deu a partida, segundos depois já estávamos a caminho do meu novo trabalho.
–Relaxa, vai dar tudo certo- A voz serena dele me passou uma confiança, me acalmando. Expirei o ar dos meus pulmões e sorri para ele.
–Eu sei, mas é que eu tô nervosa com a tal reunião lá com o Frank- Afinal aquela seria a primeira vez que eu ficaria cara a cara com Frank Cullen.
–Ele pode assustar no início, mas depois ele é tão gente boa quanto o Carlisle- Jasper falou com um sorriso, e eu decidi ignorar os meus medo e inseguranças naquele momento. O que tivesse que acontecer, aconteceria e eu não poderia fazer nada quanto a isso.
Ao chegarmos a Breaking Dawn Editora fomos diretamente para o último andar do prédio, onde ficava a sala do presidente.
–Lily- ele falou a mulher loira sentada a mesa que ficava próximo ao elevador- Avise ao Frank que a Srta Swan está aqui, por favor.
–Claro- ela sorriu largamente para Jasper que pareceu alheio às segundas intenções por trás daquele sorriso. Ela pegou o telefone e ligou para o Sr Culleh.- Chefe, a Srta Swan chegou...ah ok.- Ela voltou sua atenção para nós, sorrindo tentadoramente para ele outra vez.- Pode entrar.
–Te vejo no almoço?- perguntei a ela meio incerta.
–Não posso, já tenho compromisso- ele falou, desculpando-se.
–Algo com que a Alice deva se preocupar?- De repente eu tive a súbita necessidade de mostrar aquela garota que o meu amigo tinha dona, e uma dona muito raivosa, diga-se de passagem.
–Ela não tem nada com o que se preocupar- Ele sorriu sincero, e eu retribuí o sorriso. Satisfeita com a resposta que eu havia obtido, fui em direção à grande porta dupla de madeira, onde o meu novo chefe me aguardava. Abri a porta e avistei um homem, ele tinha olhos castanhos, era calvo e os cabelos que ainda restavam eram pretos, ele se parecia com Carlisle, mas era mais baixo que ele. Pelo menos eu descobri de que lado da família Alice havia herdado a sua altura.
–Srta Swan é um prazer finalmente conhecê-la- Ele levantou-se da cadeira e veio até mim. Ele estendeu a mão e eu o cumprimentei
– O prazer é todo meu.
–Os meus sobrinhos falam bastante da senhorita- Não pude evitar que meu rosto corasse nessa hora.
–Espero que sejam coisas boas- Sorri timidamente, e ele alargou o seu sorriso.
–Com certeza! Sabe Isabella é a primeira vez que eu contrato alguém para depois fazer a entrevista. Mas com os ótimos relatórios dos meus sobrinhos e das suas notas na UCLA, acho que posso dizer que eu estou fazendo um bom negócio.
–Assim espero!
–Emmett ou Edward te falaram sobre a sua função?
–Não
–Você conhece a revista "ItGirl"?
–Já ouvi falar- Respondi tentando não demonstrar a minha total aversão àquela revista. Ela era a típica revista adolescente repleta de futilidades e trivialidades que não me agradavam.
–Suponho então que nunca leu?- Pelo visto eu não conseguia enganar ninguém, nem o homem que conheci a segundos atrás.
–Sinceramente não. A revista não faz muito o meu estilo, sem ofensas.- Parabéns Bella, criticando a revista da sua empresa no seu primeiro dia de trabalho. Assim você vai longe.
–É justamente esse o problema. A revista atingia apenas uma parcela dos interesses atuais de uma garota, consequentemente focalizando-se mais em um certo estilo de garota do que nos demais. Quando deveríamos agradar quase cem por cento do mercado. E é aí que você entra.
–Como assim?- Agora eu realmente não estava entendendo nada.
–Você vai ser a nova editora da revista. Você vai repaginá-la, fazer com que ela fique atraente para o maior número de leitoras.
–Wow- Era a única coisa que eu conseguia pronunciar. Como assim? Eu? Editora? Eu era uma repórter interina do LA Post, e agora era uma editora?- Sr Cullen eu não acho que....- ele me interrompeu e continuou a falar.
–Não se preocupe. Emmett vai estar te assessorando com respeito á editoração e à sua equipe, enquanto o Edward vai cuidar da parte publicitária. Com relação a equipe ela é composta por uns cinco membros que te ajudarão a levar essa revista a um outro patamar.- Pelo visto não haveria escapatória. Não que eu não me achasse capaz para isso, eu sabia que eu era. Mas eu sabia que se eu falhasse estaria desapontando as pessoas que são as mais importantes da minha vida.
–E qual seria o prazo?
–Um ou dois meses. Vai depender do rumo dos projetos.
–Ok
–Agora eu vou chamar o Emmett para que ele te leve até a sua sala.
O Sr Cullen pegou o telefone e ligou para o seu sobrinho. Minutos depois, Emmett entrava na sala com o seu sorriso maroto nos lábios. Ele era uma eterna criança.
–Bells! Tio Frank!- Ele exclamou assim que entrou na sala. Ele apertou a mão do tio, e logo veio na minha direção beijando o topo da minha cabeça, antes de bagunçar os meus cabelos.
–Leve a Isabella até a sala onde ela vai ficar, e depois apresente ela ao pessoal.- O Sr Cullen ordenava o sobrinho.
–Pode deixar-Ele acenou com a cabeça para o tio e me acompanhou em direção a porta.- E aí gostou de saber que eu sou seu chefe? Agora é oficial!- Eu não acredito que aquilo começaria de novo.
–Engraçado, eu ouvi a palavra assessor, e não chefe- devolvi para ele, enquanto saíamos da sala, indo em direção aos elevadores.
–Bella, Bella você é tão ingênua- ele falava com um ar falso de lamentação.
Seguimos de elevador até o décimo andar onde ficaria a minha sala. No caminho Emmett ia me explicando algumas coisas sobre o trabalho.
–Como o meu tio deve ter te falado, você vai ter uma equipe. Eles vão te ajudar a mudar os conceitos da revista. Têm a Lauren que é a consultora de moda, o Eric que é especialista na área de tecnologia, a Jessica especialista em celebridades, o Ben responsável pelos esportes, o Jacob com a parte cultural e a Leah que vai ser a editora de fotografia dessa revista- Era estranho como que a cada nome falado a minha cabeça associava outra rapidamente.... Lauren-Patricinha, Eric-Nerd, Jessica-Fofoqueira, Ben-Atleta, Jacob-Intelectual e Leah-Metida. Eu era absurda, sequer conhecia as pessoas e já atribuia-lhes descrições?
Emmett parou em frente à uma porta de vidro. Aquela deveria ser a minha sala. Havia umas seis pessoas lá dentro deveria ser a minha "equipe". Emmett abriu a porta, e os meus olhos pairaram imediatamente no menino de pele avermelhada e um sorriso capaz de iluminar uma cidade inteira. Aquilo não podia ser possível!
–Jake!- exclamei surpresa.
Os seus olhos negros encontraram os meus, e o seu sorriso chegou até os olhos
ReLanne_Cullen

Nenhum comentário:
Postar um comentário
Expresse sua opinião e incentive a autora! O que achou deste capítulo?