AVISO

Querido leitores de momento o Cold Blood Fanfics encontra-se em manutenção.

Voltaremos em princípio ainda este mês com mais novidades, colunas novas, entrevistas com autores de fanfics, etc..., provavelmente também com uma nova cara.

Por isso, se virem novos conteúdos no blog, não se "assustem" nem pensem que voltamos ao ativo.

Quando estivermos terminando postaremos uma mensagem.

Obrigada pela atenção.

A Equipa do CBF

Novo Amanhecer: Capítulo 01


           [POV Edward]
Mais um dia, um novo amanhecer na minha triste e vazia existência.

A raiva, o cansaço, a saudade e a solidão eram os únicos sentimentos que preenchiam a minha vida, se é que posso chamar isso de vida.

Como é fácil ser humano, porque a dor e a tristeza podem acabar a qualquer momento!

Suicídio, o doce livre arbítrio!

Já eu não posso fazer nada além de passar meus dias lamentando minha “sorte” de ser trocado por um cachorro.

Embora eu soubesse que a disputa seria difícil, jamais pensei que perderia.

Jacob sempre fora a pedra do meu sapato, até pensei que pudéssemos ser amigos, mas agora vejo que isso seria impossível.

As palavras de Bella ainda ecoam na minha mente com clareza, jamais esquecerei a agonia em seus olhos, a frieza em suas palavras e a certeza de suas escolhas, que estampavam seu rosto.

O som de sua voz a cada palavra era como se uma adaga afiada cravasse em meu coração, não podia acreditar no que ela estava fazendo comigo depois de tê-la pedido em casamento, jurado meu amor eterno.

Não, ela tinha que ter um motivo, algo a mais, mas ao fim de tudo, eu simplesmente precisei virar as costas e sair de Forks para nunca mais voltar.

Bella foi clara e decidida no que disse:

“- Edward, eu o amo, mas não posso ficar com você. Não sei o que eu estava pensando quando acreditei que poderia passar a eternidade ao seu lado, vendo meus entes queridos desaparecerem ao longo dos anos, enquanto eu viveria sempre jovem, forte e talvez sedenta. Não posso viver com a culpa de abandoná-los. Sem contar Jacob, ele se sacrificou por mim e eu também o amo. Acho que o amo mais do que eu imaginava.“

- Bella, eu não... – tentei...

“- Deixe-me continuar Edward, preciso fazer isso agora, não me interrompa, não complique ainda mais esse momento de coragem que estou tendo! Eu sei que você e sua família também se sacrificaram por mim, mas a culpa é sua! Se você não tivesse me aceitado no seu mundo perigoso, essas situações todas não teriam acontecido. Desculpe-me, mas agora sei o que Rosalie quis dizer quando ela dizia que eu tenho escolha! E eu escolho o Jacob. Ele é meu sol, e eu tenho certeza que a vida com ele seria mais calma.”

- Mas e os Volturis? – Perguntei sem saber mais o que dizer.

- Eles entenderão. Se precisar irei até eles. Farei o que for possível para que tudo isso acabe de vez. Eu quero que você vá embora e nunca mais volte a Forks, me prometa isso! Se você me ama como diz, deixe-me viver a minha vida. Eu preciso que você prometa Edward que não vai mais voltar e também que não irá aos Volturis ou fazer qualquer coisa para irritá-los! Prometa Edward!? – vociferou ela, ordenando que eu aceitasse e prometesse.

- Eu... Eu... Prometo! – falei sem nem entender o que ela dizia. Na verdade eu nem sequer ouvia mais o que ela dizia.

- Obrigada, um dia você vai entender. Talvez um dia eu possa explicar melhor! Confie em mim, será melhor para todos. – Disse-me ela por fim, enquanto tocava meus lábios pela ultima vez e me abandonando para sempre.

Eu fiquei ali, petrificado, mudo, sem conseguir assimilar qualquer reação, ou emitir alguma palavra, enquanto Bella se afastava, rumo a Aldeia dos lobos. Ao mesmo tempo em que eu queria gritar, implorar, agarrá-la, outra parte me dizia que era melhor assim. E foi essa parte que venceu naquele momento.

Os anos seguintes passaram rastejando, aos poucos meus parentes foram seguindo a sua vida, embora preocupados comigo.

Alice, devido à proximidade com os moradores de La Push, não conseguia mais nem ver Charlie, muito menos a Bella, então parou de tentar e resolveu seguir a sua vida com Jasper. Eles resolveram lançar uma grife e trabalham em hospitais psiquiátricos nas horas vagas. Os poderes “calmantes” de Jasper e a alegria contagiante de Alice ajudam à pacientes a superar seus traumas.

Rosalie e Emmet sempre estão casando, em países diferentes, e há alguns anos “adotaram” um recém-criado, um menino de dez anos, que sobreviveu a um ataque inexplicado na Finlândia. Eles têm certa dificuldade, mas estão se esforçando muito para que Maurice aprenda os hábitos incomuns dos “vegetarianos”, e posso afirmar que estão se saindo muito bem. Fico feliz por eles, e também porque com Maurice tomando todo o seu tempo, Rosalie não pode mais ficar me recriminando e repetindo: “eu te avisei” todas as (poucas) vezes que me vê.

Esme e Carlisle se desdobram com a nova rotina de avós de primeira viagem, os pacientes de Jasper, os desfiles de Alice, as trapalhadas de Emmet e as brigas com Rosalie.

Carlisle ainda tem seus projetos e pesquisas no desenvolvimento de um sangue “falso”, que sacie nossa sede e nos mantenha em “forma”, numa eventual luta, embora, particularmente, prefira estar bem fraco, se precisar lutar, assim talvez eu possa dar cabo à minha dor!

Agora nós tínhamos reuniões de família, todos os domingos. Hoje por exemplo todos estão na sala vendo um vídeo que Rose fez de Maurice. Aliás, mais um vídeo, já que ela tem verdadeira loucura por gravar cada segundo da sua nova vida como mãe!

Carlisle ainda tenta me animar, convidando-me para suas viagens, e às vezes me coloco como sua cobaia, em procedimentos menos “evasivos”. Eu sempre torço para que algo dê errado, mas ele é um ótimo médico, e um cientista absolutamente notável, para meu azar!

A pedido de Esme, ou melhor, pela súplica de Esme, não fui morar sozinho, mas sempre que posso viajo, fico alguns meses fora, com a condição de ligar ao menos uma vez por dia. Por conta da minha última crise, em que tentei provocar os Volturis, minha família fica o tempo todo ligada nos meus passos, Alice é meu GPS de plantão.

Não quero magoá-los então tento disfarçar minha dor, fingindo estar bem, mas no fundo todos sabem que nunca mais serei o mesmo.

Mesmo assim, como disse, todos seguiram suas vidas, menos eu... Quis voltar a Forks várias vezes, mas eu prometi a ela e a Jacob que me manteria longe da vida deles, que respeitaria a sua escolha. E no fundo sei que eles estavam certos, seria melhor para eles não sentir minha presença.

Nunca soube se os Volturis a procuraram, ou se ela foi até eles, porque inexplicavelmente, tanto eu como a minha família fomos banidos, proibidos de pisarmos em Voltera.

Hoje Bella faz 25 anos. Queria ligar, saber como está, mas não posso, nem sei o que diria, melhor manter a distancia, embora meus pensamentos estejam sempre com ela, meu mundo sempre será Bella!

A batida de porta de carro me tirou do mundo onde eu estava e me trouxe de volta ao presente. Atentei-me ao som de passos na escada e logo a campainha tocou.

- Bella?! – foi o que ouvi mesmo sem saber se Esme gritou ou apenas pensou. 

Antes mesmo de qualquer outra palavra, eu estava na porta junto a Esme.

- Olá Edward! Olá Esme! – disse ela, ainda jovem e lindamente transformada! Ela era uma de nós! A mesma pele se seda, os mesmos olhos tímidos, só que agora num tom mais dourado!!

- Como? O que... – não conseguia formar uma frase completa ou ajustar os pensamentos.

- Temos muito que conversar e me desculpar, se vocês quiserem me ouvir, claro. - disse ela fitando o chão.

-Entre, Bella! - disse Esme me empurrando para dar espaço para que Bella passasse.

Ao passar por mim, Bella mostrou aquele sorriso tímido que eu conhecia. Era ela mesma.

A mesma que eu deixei em Forks para viver ao lado de Jacob, seu sol.

 O que aconteceu nesses anos todos? Quem a transformou?

- Sente-se Bella! – Disse Carlisle, que embora curioso, não deixou de ser atencioso. – Você está simplesmente Linda! O que aconteceu?

Bella permaneceu em pé ao lado de Esme, enquanto todos a olhavam estupefatos.

- Obrigada, Carlisle, prefiro permanecer em pé! E obrigada pelo elogio! Você sempre foi muito tolerante comigo! – falou ainda corando levemente.

Transformada e corando?!” - Pensou Rosalie.

Emmet e Jasper levantaram-se lentamente, mais numa posição de alerta que apenas por educação.

Bella respirou fundo, olhou para cada um na sala, inclusive Maurice, baixou a cabeça e então começou a falar:

- Bem, vocês devem estar querendo muito saber o que estou fazendo aqui depois de tantos anos, também não sei se me perdoarão ou se entenderão, mas eu não podia deixar de tentar. – disse Bella, ainda corada. Respirou fundo e continuou. - Por favor, não me interrompam, vou tentar ser breve e esclarecer tudo que desejam saber.

- Seria bom começar com o ”por que” desse circo todo! – retrucou Rosalie, com a doçura que sempre dispensava à Bella.

Bella apenas sorriu levemente, enquanto eu e Carlisle olhávamos recriminantes para Rose.

- Bem, então vou começar a explicar – disse Bella, encarando a cada um na sala. - Na noite em que houve a luta com os recém-criados, Aro aproveitou que Carlisle e Edward estavam com Jake, Alice estava cansada para me vigiar ou vigiá-los, os demais cansados demais da batalha, e me fez uma visita.

- Aro?! – perguntou Carlisle.

- Sim, ele foi lá para me dizer que mataria a todos, caso eu não me juntasse a ele. Não importaria quantos morreriam, ou quem, ele não pouparia a ninguém. Lobos, Cullens, Charlie, Rennee, e quem mais eu pudesse gostar. Fiquei apavorada, não sabia o que fazer, então, pedi a ele cinco dias para resolver as coisas, e depois eu o seguiria.

No inicio ele não aceitou, mas eu disse que eu não tinha escolha, só queria fazer as coisas do jeito menos doloroso para todos. Como se isso fosse possível! Depois daquela conversa com você, Edward, eu esperei que fossem embora, sabia que fariam isso, da mesma forma que fizeram na vez em que Edward achou que me deixando seria mais seguro. – disse ela agora olhando fixamente para mim.

Apenas abaixei a cabeça, talvez ela estivesse apenas se vingando, mas as lembranças daquela primeira partida ainda eram perturbadoras, tanto quanto essa última, pois nas duas vezes eu achava ter “perdido” minha Bella.

- “Não foi uma vingança, Edward, sei que você deve estar pensando isso, mas, por favor, antes de concluir algo deixe me terminar.”

Apenas assenti, sem saber se ela leu meus pensamentos, ou apenas deduziu...

 - Dois dias após a sua partida – Bella continuou - eu disse a Jake que tinha tomado a decisão errada, que não poderia viver longe de Edward, e que iria te procurar. Fiz com que ele me fizesse a mesma promessa: não me procurar e seguir a sua vida sem mim, porque eu não ia mais voltar. Disse a Charlie que eu precisava resolver as coisas entre a gente, mas que não se preocupasse porque eu voltaria logo. E essa era mesmo a minha esperança, mas as coisas foram bem diferentes.

Senti o pesar em seus olhos, um sorriso triste esboçou em seu rosto, Bella respirou fundo, e olhou novamente para todos na sala, não sei se era apenas para recuperar as forças, ou para certificar-se que estava sendo clara (ou convincente) o bastante.

Nesse momento, Alice, foi até ela, segurou sua mão, e com aquele olhar de “estou com você, amiga”, sorriu. Então Bella continuou:

- Quando cheguei a Voltera, Aro fez questão de me receber pessoalmente, e de “trabalhar” na minha transformação, mas antes fizemos um acordo, e selamos com sangue.

- Um pacto? – disse Emmet, quebrando o silencio – Desde quando algum Volturi faz acordos com humanos? – ele estava indignado, quase irritado.

- Desde quando a humana em questão tivesse poderes que interessasse mais do que qualquer outra coisa. – Bella respondeu quase sarcástica.

O clima na sala era de suspense, mas Bella fez questão de dar os detalhes, porque sabia que teria que dá-los de qualquer forma, então que fosse agora.

- Em nosso acordo, pedi a Aro que todos estivessem em segurança, principalmente os Blacks, meus pais e vocês; que ele delegasse uma ordem para que nenhum de vocês pudesse voltar a Voltera, e que após minha transformação eu pudesse manter uma dieta mais saudável, vegetariana como vocês mesmo dizem. Em troca daria a ele o que ele estava pedindo. Aro aceitou de bom grado, já que na visão dele, ele sairia ganhando.

Novamente ela parou alguns segundos, respirou e continuou.

- Durante a transformação algo não saiu como Aro desejava, meus sentidos bloquearam o efeito do veneno, assim ela não pode ser completa, ou seja, eu sou uma “híbrida criada”. Tenho sensações e necessidade humanas, ou seja, durmo, como, bebo, mas também sou forte como qualquer vampiro, ágil, e desenvolvi algumas capacidades, ou melhor dizendo, dons, que mais tarde posso demonstrá-los, se desejarem.

- Mas e Charlie, Rennee, La Push? – perguntou Jasper.

- Bem, no inicio foi difícil, então eu ligava todas as semanas para Charlie e Rennee, mas depois de certo tempo, Aro permitiu que eu os visitasse desde que eu voltasse. Algum guarda sempre me acompanhava.

- Mas Charlie sabe? – Perguntou Rosalie

- Expliquei a Charlie “mais ou menos”, vocês o conhecem, prefere não saber muito das coisas, então desde que eu estivesse bem e viva, ele não se importava se eu era uma vampira, ou loba, ou fada madrinha. O mais difícil foi Rennee e Jacob.

- Como assim, Jacob sabe?! Você o procurou para contar? Aquele cachorro... – bradei na sala, meu maxilar estalou, devido à força com que cerrei meus dentes...

- Não foi nada disso Edward, se você deixar eu posso explicar! Disse ela com o mesmo tom de reprovação, de quando defendia Jacob... - Ele me encontrou na casa de Charlie, achou que eu era uma vampira má, e tentou me matar!  Se eu não fosse forte o bastante e se Charlie não tivesse gritado, eu não estaria aqui para contar a história. 

 Rosalie riu, imaginando a cena de uma briga entre Bella vampira e Jacob, eu me contive.

- Sendo a única vampira num raio de cinco mil quilômetros ele logo me atacou sem nem fazer perguntas. Achou que eu iria matar Charlie. No final foi até engraçado!  - Agora foi a vez de Bella rir, provavelmente relembrando a cena.

- Primeiro ele achou que eu tivesse te encontrado, e que você teria me transformado.  Então ele quis te matar, quando consegui acalmá-lo, e fazê-lo me ouvir, tive que lidar com sua imaturidade, pois ele saiu sem me dizer nada e sem que eu pudesse terminar de explicar. Mas me ligou dois dias depois dizendo que entendia e que quando eu fosse a Forks, o procurasse para conversarmos. Bem o jeito de Jake!– Falou ela com o mesmo carinho que sempre manifestou por ele e que me fazia fervilhar de ciúmes.

“Realmente algumas coisas não mudaram”- pensei.

Bella me olhou como se lesse meus pensamentos, mas preferiu continuar contando a sua história:

- Pouco tempo depois, Rennee se foi, e há poucos dias Charlie me deixou. – disse ela com lágrimas nos olhos... - Jake está seguro em La Push, Aro mandou alguns homens lá que não voltaram para contar o que houve. Os Volturis concluíram que não podem se meter com eles, então eu não tenho mais porque temer ou servir aos Volturis. E é por isso que estou aqui! Ah ia me esquecendo, Jake sofreu o imprinting por Leah! Estão casados há três anos, e eu até sou madrinha do filho deles: Jacob Edward!

- Jacob Edward?! UAU!!! Depois eu que sou extravagante!! - Satirizou Rose...

- Ohh Bella, sinto muito por seus pais!  – disse Esme abraçando-a.

Bella apenas a abraçou por alguns segundos, e depois baixou a cabeça, para conter as lágrimas.

- Você disse que Aro não pode fazer mal a eles, mas e a nós? – perguntou Rose, com o mesmo desprezo de sempre.

Notoriamente Rosalie não tinha se dado conta de que não era um bom momento para fazer cobranças.

- Bem, Rose, eu entendo seu receio, mas – parando para respirar bem fundo e depois continuando - Aro não pode fazer nada contra vocês se estivermos juntos, antes eu não tinha como defender a todos, mas agora...

- Como assim? – perguntou Jasper...

- Nos anos em que eu estava com os Volturis, desenvolvi minhas habilidades sensoriais, descobri que posso bloquear alguns poderes mentais, são dons que eu trouxe da minha vida humana, e por ser híbrida eles se intensificaram, isso explica porque Edward não conseguia ler minha mente, ou Jane me atingir.  Preciso dizer que Jane me ajudou muito, ela foi minha melhor amiga, durante o tempo que passamos juntas em Voltera. Aprendi a controlar meus instintos, minha sede. E a liberar meus “poderes” quando necessário.

- Eu te amo Edward, sempre te amei... – ouvi, e não pude acreditar, eram os pensamentos dela!

- Entendeu?! Disse ela me olhando com curiosidade.

- Entendi! Mas acho que os demais não! – respondi com uma alegria que há muito tempo não sentia.

- Ah, desculpem! É que liberei meus pensamentos para que Edward pudesse lê-los. – Bella fez questão de explicar, com certo orgulho de si, na voz.

- Hum! – retrucou Emmet, intrigado.

- Mas, desculpe Bella, eu não entendi porque Aro não forçou a sua transformação completa! Já que era o que ele desejava! – Disse Carlisle, quebrando o seu próprio silencio. – Deve haver mais algo?!

- Certamente, Carlisle. Aro queria ser pai!

- Pai?! - Foi o som uníssono na sala!

- Como assim? – disse Emmet, agora sim irritadíssimo.

- Eu sou meio humana, então eu posso gerar, porque meu corpo pode mudar! – Instintivamente olhei para Rosalie, que mordia os lábios e olhava para Bella com misto de raiva e inveja.

 -Também sou forte o suficiente para aguentar uma gravidez- Bella continuou explicando - sem correr o risco de morrer, ou de não aguentar até que o bebê esteja completamente formado para nascer.  Bom mas isso é uma teoria. Aro não conseguiu “me conquistar” para que pudesse por em prática a sua tese.

Bella parecia estar angustiada com essa possibilidade, mas mesmo assim, manteve a serenidade para continuar explicando.

- Como conseguiu fugir dele por tanto tempo? – Esme perguntou.

- Foi difícil, mas Jane me ajudou! Agi como uma recém-criada por um tempo, com a sede quase incontrolável. Depois, quando a “fase de transformação” acabou, eu já tinha conhecimento suficiente dos meus dons e do meu instinto de defesa. Isso o deixou longe por um tempo. Quando Aro, decidiu que era hora de me dominar, houveram batalhas e várias baixas no seu exército. Acho que souberam das rebeliões em vários países, parece que alguns clãs se uniram contra os Volturis, isso deu algum trabalho para o clã mor!

Já ouvira falar dessas rebeliões, mas Carlisle achou melhor não nos envolvermos.

- Aro usou meus poderes para proteger-se, mas alguns ficaram longe do escudo, e eu não pude salvá-los, Jane, Marcus... Foram alguns deles. – Bella parecia mesmo sentir a perda deles...

- Mesmo com essas baixas importantes, os Volturis venceram a guerra. Aproveitei para fugir, já que Aro está debilitado e preocupado em angariar mais soldados para sua corte e exército,

- Realmente os noticiários falaram em epidemia de um vírus novo, e outros fatos foram noticiados como guerra, terremotos, mas conhecemos a marca. – Disse Carlisle. – Mas preferi manter os meus longe dessa batalha, já que havíamos sido expulsos de Voltera. – concluiu.

- Como nos achou? - Perguntou Esme.

- Alice!! – respondi num estalo. – Isso explica o fato de Alice sempre estar pensando em cores, tecidos e coisas estranhas todas as vezes que estamos juntos. Sinceramente, preferia ficar longe dela, e ela sabia disso!  Boa tática... – Falei olhando diretamente nos olhos dourados da minha irmã mais nova.

Alice assentiu com um sorriso de satisfação, afinal ela conseguira me enganar.

- Eh! Alice me ajudou! Há cerca de uns dez dias, consegui encontrá-la, por conta dos desfiles, sabia que aquelas roupas só poderiam ter uma assinatura!  - Bella explicou, mirando com carinho Alice.

- Sei que parece traição - disse Alice olhando para Jasper – mas você conhece Edward, está sempre esquadrinhando nossos pensamentos. Eu não queria estragar tudo.

Jasper riu e a beijou, acho que isso era um “te perdoo”.

- Bom, é claro que Aro virá atrás de mim, e talvez ele nos ache, ou me ache, isso vai depender de vocês. – disse ela, com certo ar sôfrego no tom da voz... – Mas eu precisava vir, precisava pedir perdão, sei que todos estão magoados comigo, principalmente você, Edward, sei que deve estar me odiando pelo que fiz você passar, pelas coisas que te disse, mas foi para te proteger. Alias para proteger a todos. Estavam cansados demais para enfrentar os Volturis, e tinha Charlie...

Enquanto Bella tentava se explicar, eu me aproximei dela, e a beijei impedindo-a de terminar a frase.

- Isabella Swan, você aceita se casar comigo?

Os lábios quentes de Bella, o rubor da sua pele lívida, me deram a certeza de que nada, ou quase nada, havia mudado, embora agora Bella fosse quase vampira, e tivesse passado tanto tempo.

Enquanto seus lábios me tocavam e as lágrimas rolavam em seu rosto, Bella permitiu que eu entrasse em seus pensamentos, permitiu que eu acompanhasse sua vida, desde o nosso último encontro.

A nossa despedida, a separação de Jacob, a dor da ausência de seus entes queridos, a transformação pelas mãos de Aro, a amizade com Jane, a vivência com os Volturis, as batalhas e a morte de seus pais. Até mesmo o imprinting de Jacob, e os filhos com Leah.

Tantos anos numa fração de segundos!

O turbilhão de imagens, a sua dor, e a vivacidade de sua mente, quase me fez perder o controle, precisei separá-la, pois não estava mais conseguindo conter a minha angustia pela dor pela qual ela tinha passado, para nos ver a salvo!

“Aro, maldito seja...” – minha mente gritou!

- Me desculpe Edward, me desculpe eu só queria que você soubesse...

- Oh! Bella!!! – disse-lhe ofegante. - Não tem porque se desculpar Bella, na verdade eu só posso te agradecer, por nos salvar e por compartilhar comigo tudo que passou! Eu só não estava mais conseguindo conter a angustia, a vontade de acertar as contas com Aro... Desculpe-me! Não queria machucá-la, de nenhuma forma! – implorei.

- Não sou mais aquela garota frágil, Edward... Embora fisicamente pareça, não sou mais... – um brilho levado apontou nos olhos da mulher que estava a minha frente, minha linda Bella.

- Eu sei, mas para mim você será eternamente a MINHA BELLA! – finalmente respondi, com o fôlego voltando ao normal...

Ela voltou a me beijar, agora com os pensamentos bloqueados, deixando-me apenas sentir o calor do seu corpo, a doçura dos seus lábios, o pulsar do seu coração.

...

Fanfic escrita por Fah Vitorelli

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