AVISO

Querido leitores de momento o Cold Blood Fanfics encontra-se em manutenção.

Voltaremos em princípio ainda este mês com mais novidades, colunas novas, entrevistas com autores de fanfics, etc..., provavelmente também com uma nova cara.

Por isso, se virem novos conteúdos no blog, não se "assustem" nem pensem que voltamos ao ativo.

Quando estivermos terminando postaremos uma mensagem.

Obrigada pela atenção.

A Equipa do CBF

Doce Vingança: 2ª Fase: Capítulo 17

Londres, Maio de 1807





O céu estava nublado e dele caia uma chuva fina, o que não era nenhuma novidade para o clima londrino.



Nas ruas as pessoas caminhavam tranquilamente, as carruagens transportavam os grandes senhores e senhoras da cidade para suas obrigações e nas lojas o movimento era intenso.



Nem parecia que o país estava sofrendo uma forte pressão napoleônica.



Misturado a esse cotidiano uma carruagem em especial fazia seu trajeto sem nem ao menos ser notada, passava pelas ruas enquanto seus passageiros, ou melhor, uma passageira em especial analisava cada canto da cidade com uma expressão indiferente.



Seu marido segurava firme sua mão enquanto olhava-a preocupado, se não fosse por problemas políticos – Os franceses dominaram as terras italianas – não teriam saído de Genova, um local seguro, onde sua esposa não era julgada.



Entretanto essa desculpa era uma mascara para sua real preocupação, temia que a forte ligação que sua senhora possuiu por um certo libertino fosse forte o suficiente para arrebentar os laços e segredos que os prendiam.



Delicadamente beijou-a na mão chamando sua atenção.



– Estas bem? – perguntou carinhosamente.



A jovem olhou-o nos olhos e lhe sorriu docemente.



– Melhor do que pensei que poderia estar!



Ele lhe devolveu o sorriso.



Um suspiro fraco chamou atenção de ambos, o pequeno Heitor dormia calmamente nos braços de sua ama Helena!



Isabella se inclinou em sua direção e acarinho a face rechonchuda e rosada do bambino visivelmente encantada.



Seus cabelos eram negros, seus olhos tão verdes que era impossível não repará-los e quando sorria apareciam duas belas covinhas.



Ela estava tão perdida pela beleza do bebê que somente deu-se conta que havia chegado quando o cocheiro abriu à porta do coche, deixando amostra a fachada de sua nova residência.



Como o gentleman que era, Lorde Mason saíra do veiculo para em seguida estender a mão para sua senhora e ajudá-la a sair da carruagem.



O verde claro da fachada era marcante e combinava perfeitamente com o mármore da escada e com a enorme porta de madeira escurecida.



Antes mesmo de seu acostumar com a entrada de sua residência sentiu-se sendo levantada, deu um grito espantado e sentiu sua face esquentando quando deu-se conta do que Damien estava planejando.



– Oh Damien! Por favor...



– Nem ouse em tentar me impedir, estou agindo como seu marido e quero que todos vejam quem a partir de hoje mandará nesta casa!



Ela nunca tinha o ouvido falando desta maneira, ele sempre fora amável e condescendente, nunca, em nenhuma vez tinha se recusado a ouvi-la ou atender seu pedido, podendo ser ele simples e sem propósito.



Decidiu-se por permanecer calada, era o mínimo que poderia fazer depois do tanto ele fizera por ela e por Kate Denali.



O que seria atender seu desejo uma única vez?



Sem falar que estava adorando ser tratada desta maneira.



Quando adentraram a residência os empregados estavam na sala, um ao lado do outro, distantes, mas a frente havia a mãe de Damien e duas de suas três irmãs, não demonstraram nenhum desagrado em suas feições por vê-la ali.



Isabella sentiu-se melhor, afinal todos em Londres tinham ciência do que lhe acontecera, Damien deixou isso bem claro quando fora procurá-la em Genova.



“Assim que soube o que aquele sedutor lhe fizera, procurei por você em cada canto da cidade, e por sorte conseguir informações de onde estaria com uma cortesã do estabelecimento de Kate”



Lorde Mason a colocou no chão, Isabella fora recebida com carinho pelas mulheres Mason que estavam presentes, até mesmo fizeram questão de lhe apresentar cada um dos empregados, assim como lhe contarem rapidamente como era a rotina da casa.



– És a nova dona da casa, a partir de amanhã suas ordens serão leis! – lhe disse Jane Mason, mãe de Damien.



Jane Mason era esbelta, seu cabelo era negro e seus olhos azuis, sua boca carnuda e nariz afilado. Usava um comportado vestido azul, com renda branca dando um charme especial a vestimenta.



Suas filhas não eram diferentes, pele clara, cabelos escuros e olhos azuis.



– Obrigada Milady...



– Não, nada de formalidade entre nós, sou sua “mãe”, lembra-se? – lhe disse Jane segurando suas mãos delicadamente.



– Tudo bem... Jane!



– Isso, assim fica bem melhor!



– Agora se me permitem deixe-me finalmente conhecer meu neto!



Jane seguiu em direção a Helena e retirou à manta que cobria a face do jovem, lágrimas invadiram seus olhos, finalmente morreria feliz, os Mason tinham um herdeiro homem depois de Damien.



– Vou esperá-lo despertar para segurá-lo. Não é bom atiçá-lo. – olhou para seu filho – Quando eras pequenino assim, quando acordavam-no dava um trabalho enorme para enfim aquietar-se!



Lorde Mason aproximou-se a abraçou sua velha mãe com afago.



– Teremos muito tempo para matar saudades minha mãe. Entretanto agora Isabella e Heitor precisam descansar!



– Oh, claro. Nos falaremos no jantar!



Despediu-se dos empregados educadamente e de sua nova família e se retirou da sala com seu marido indo para seu aposento.



O leito destinado a ela era arejado e de um bege claro, com a cama espaçosa com lençóis macios e brancos.



Assim que adentraram ouviram um murmúrio inquieto, Isabella sorriu, caminhou lentamente e o colocou em seu colo. Ele ainda dormia, entretanto se continuasse sendo levando de um lado a outro logo despertaria um tanto irritado.



Damien sorriu diante da cena que via, apesar de não ter qualquer parentesco com o pequeno, todos que os viam não duvidavam do imenso carinho que irradiava de seus olhos para ele.



Isabella o colocou no berço que já havia sido instalado no seu aposento e de longe olhou para Damien.



Nenhum dos dois disse uma só palavra, talvez até falassem algo se Helena não aparecesse com as coisas do bebê.



– Acredito que és hora de deixá-la descansando, qualquer coisa meu leito fica ao lado do seu – lhe disse dando-lhe um demorado beijo na testa, em seguida beijou a palma de sua mão e depositou na face de “seu” filho.



Quando por fim seu marido retirou-se Isabella seguiu até seu lavatório, retirou sua roupa mergulhou na enorme banheira que uma das empregadas da casa lhe preparou.



Tudo estava transcorrendo de maneira pacifica e calma, entretanto uma pergunta que ainda não havia obtido resposta atormentava-a, afinal porque não estava feliz?



No quarto Helena arrumava as coisas do pequeno Heitor enquanto cantarolava em italiano uma música para o jovem.



Poderia parecer loucura, porém ele sempre dormia bem quando cantarolavam para ele.



– Com licença, mas apreciaria que me ajudasse com as coisas dos senhores, tem tantas malas e baús, não sei o que pertence a quem! – comentou Irina, a governanta da casa.



– Certamente! – lhe disse Helena, depois de confirmar que Heitor dormia tranquilamente.



Assim que o quarto se viu vazio, Lady Jessica conseguiu o que queria quando mandou Irina pedir ajuda a serviçal de Isabella.



Jéssica quando soube do casamento de seu irmão eles já haviam se casado há um bom tempo, Heitor até mesmo já havia nascido, o que acabou fazendo com que a jovem lady suspeitasse que a rameira Swan estava dando um golpe em seu irmão.



Caminhando lentamente fora até o pequeno leito da criança que dizem ser seu sobrinho olhando-o atentamente a face do jovem.



Assim que adentrou o seu aposento a imagem de Jéssica próximo do bebê deixou-a apavorada, seu coração apertou-se, ela jamais iria permitir que a raiva que sua nova irmã sentia dela transpassasse para a criança.



Juntou toda suas forças e mascarou sua feição, demonstrando um orgulho e força que duvidava ter dentro de si.



– Posso saber o que queres? – disse Isabella.



Jéssica assustou-se, virou-se lentamente e encarou uma Isabella que matava-a com o olhar, engoliu seco e refez sua aparência prepotente.



– Certamente. Vim somente conhecer meu suposto sobrinho.



Isabella lhe sorriu forjando uma simpatia.



– Agora que o já conheceu, lhe peço que nos deixe a sós!



Jéssica fez que não a escutou virou-se novamente olhando para a criança.



– Sabes, até agora não encontrei nada de meu irmão nele... – falou enquanto se preparava para pega-lo.



Isabella apressou-se, com passos rápidos alcançou Lady Mason e segurou firme seu braço.



– Só irei lhe dizer uma única vez, fique longe dele!



Jéssica estremeceu, porém permaneceu cínica e prepotente.



– Oh, finalmente estas mostrando à verdadeira Swan!



– Mason, pra você sempre serei Mrs. Mason.



– Podes enganar meu irmão, mas a mim, a mim essa cara de puritana não disfarça a rameira que és!



Isabella apertou ainda mais forte seu braço e sua voz saíra rude a ponto de fazer Jéssica encolher-se com todo seu orgulho.



– Fico feliz que não tenha enganado-a, assim fica mais fácil para você entender que se fizeres algo com mio bambino, irei me certificar para que permaneça só, sem marido e lar para mandar, ficando eternamente sob as ordens da Mrs. Mason... Oh não é que sou eu!



Sem qualquer piedade Isabella a tirou de seu aposento, jogando-a para fora de seu leito.



Fechou a porta sem lhe dizer mais uma só palavra e segurou seu choro, não iria se permitir chorar. Com os olhos fechados começou a controlar sua respiração até que um choro a fez despertar.



Caminhou lentamente em sua direção e o pegou no colo.



– Shiiii... estou aqui... Estas seguro!









[...]









Estava deitada em seu leito, podia ouvir o vento fino passando por entre as cortinas, podia sentir-se cada vez mais enterrada na solidão que se fechou, e mesmo depois de tanto tempo era impossível não perguntar a si mesma onde sua amiga estaria?



Lágrimas vagarosas caiam por sua face, a culpa ainda lhe feria até a alma.



Como não percebeu o que estava por vim?



O que teria mudado se tivesse contado a seus irmãos a verdade?



Ouviu a porta de seu quarto sendo aberta, passos fortes estavam se aproximando, um lado de sua cama estava sendo afundando, um aperto cálido em seus dedos que sempre deixava seu coração aquecido e um cheiro almiscarado que lhe inebriava.



Jasper...



– Como a mais bela de minhas pacientes se encontra hoje? – lhe perguntou mesmo vendo a resposta em suas feições.



– Ainda mergulhada na dor da culpa... – sussurrou.



Lorde Whitlock emoldurou a face de Alice com suas duas mãos limpando suas lágrimas com seus polegares.



– Me dói vê-la sofrer desta maneira, queria tanto ajudá-la... Mas não vejo como fazê-lo.



Ela fechou os olhos, permitiu que a sensação de paz lhe dominasse por alguns segundo e lhe sorriu fracamente.



– Acredites, o senhor por todo esse tempo me ajuda...



Ele se acomodou mais no leito da jovem e a posicionou em seu peito acariciando seus cabelos, deixando que suas lágrimas caíssem, fazendo o máximo que podia para amparar sua dor. Até que por fim seu choro angustiado cessou.



– Soube que a condessa esteve aqui ontem! – comentou Jasper depois que sentiu que ela estava melhor.



– Sim... Esteve aqui para discutir mais uma vez com meu irmão... Grande novidade há quase dois anos que só escuto discussões e conversas estranhas...



Lorde Whitlock beijou o topo de sua cabeça.



– Pensei que essa idéia de se envolver na política melhorasse seu gênio... Mas pelo jeito, nem mesmo o Rei Jorge III pode consertá-lo.



Alice sorriu.



– Pelo menos agora ele fala comigo.



– Sobre o que? Como derrotar os franceses?



– Não sei... Não presto atenção em nada do que diz!



Jasper gargalhou divertido.



– Faz muito bem.



Alice suspirou.



– Eu queria tanto meu irmão de volta!



Lorde Whitlock apertou-a em seus braços sussurrando uma cantiga qualquer, permitindo que a jovem relaxasse em seu calor até seu apagamento momentâneo.



Assim que sua respiração acalmou-se e viu-a mergulhada em um sono que provavelmente seria reconfortante devido seu sorriso, aconchegou-a nos lençóis e retirou-se.



Sentiu-se inquieto, já deveria ter se acostumado, esse sentimento de perda sempre lhe golpeava quando a deixava.



Beijou-lhe a cabeça e saíra do aposento da jovem atordoado com os sentimentos conflitante que insistiam em crescer dentro de si.







[...]







– Pode ser até mesmo Lady Jane, pode ser o Rei, não o quero sozinho! – disse Isabella um tanto agitada para Helena.



– Perdoe-me milady! – disse Helena com a cabeça baixa.



Isabella a olhou e respirou fundo.



– Eu que deveria pedir-lhe desculpas... – aproximou-se de Helena e segurou sua mão – Tenho ciência de seus cuidados com Heitor, é visível seu carinho...



– Lhe prometo milady, nunca mais o deixarei sozinho com qualquer pessoa desta residência, a não ser Lorde Mason ou a senhora.



– Obrigada... Agora vá arrumar suas coisas e espairecer, a viagem fora cansativa, deixa que eu cuido do pequeno!



Helena fez uma mensura e retirou-se do aposento.



O pequeno Heitor estava sentado no leito de Isabella brincando com algo macio, levando a sua boca e mordendo furiosamente.



– Estas se divertindo? Hum...? – disse jogando-se na cama mordendo carinhosamente o pé do pequeno.



O tempo passava rapidamente quando estavam juntos, por Isabella eles poderiam ficar assim eternamente!



– Prometo-lhe, sempre lutarei por você! – sussurrou enquanto Heitor bagunçava seu penteado.



Milady Mason gargalhava intensamente, os dentes do menino estavam nascendo e neste momento em especifico ele mordia a face de Isabella lhe causando cócegas.



– Uma das cenas mais lindas que já vi! – comentou Damien sorrindo.



Isabella assustou-se, mas assim que vira seu marido sorriu delicadamente.



– Veja Heitor, veja quem veio entrar na brincadeira! – disse Isabella colocando o pequeno em seu colo de frente para “seu pai”.



– Hum... Acredito que teremos mais pessoas para entrar em nossa brincadeira!



A senhora Mason levou sua sobrancelha questionando-o, quem poderia juntar-se a eles?



Jane Mason?



Se fosse a mãe de seu marido certamente a brincadeira perderia a graça, ela não conseguiria agir naturalmente.



Damien abriu a porta ainda mais e deixou que Kate Denali adentrasse o aposento com lágrimas nos olhos.



Isabella sorriu amplamente, levantou-se junto com Heitor e abraçou-a demoradamente.



Há dois meses que não se viam. Kate tivera que voltar a Londres, problemas em seu estabelecimento o motivaram a isso, entretanto não havia um só dia em que não pensasse em Isabella e o pequeno Heitor.



– Deixe-me ver como ele esta?! – pediu Kate quando estava mais controlada.



O pequeno Heitor choramingou um pouco, porém logo se acalmou no colo de sua madrinha, que cantarolava ternamente pra ele.



Damien sem ser visto retirou-se, deixando que as duas amigas matassem a saudade uma da outra.



Após vários minutos o jovem adormeceu o que permitiu para que as duas conversassem tranquilamente.



– Como estas tudo por aqui? Alguém desconfia de algo? – perguntou Kate acariciando a face do jovem.



Isabella morreu seu lábio inferir



– Jéssica Mason... Ela não engoliu nossa história, acabamos discutindo mais cedo.



Kate sentiu-se amedrontada, temia pelo que aconteceria com o jovem Heitor se a verdade fosse jogada ao vento.



– Ela jamais pode saber a verdade Isabella, isso seria humilhar nostro bambino, imagine o que seria ele crescer sendo julgado por toda a sujeira que o envolve!



Isabella colocou as mãos na face.



– Eu sei... tenho ciência do quanto ele sofreria... Porque achas que aceitei me tornar uma Mason?



Kate a olhou com lágrimas nos olhos.



– Você é bem mais digna que eu... Jamais poderei esquecer-me de seu ato de amor pelo pequeno... És digna da felicidade minha cara!



Isabella segurou as mãos de sua amiga e lhe sorriu.



– Não, nos somos digna da felicidade!
Fanfic escrita por Vasquez

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