With You-por Ana Goedert
- E ai como andam as coisas? – Perguntei notando que ele não tinha mudado muito. - Vão indo bem... E aqui? – Quis saber fitando algo atrás de mim. - Do mesmo jeito. – Respondi apenas começando a caminhar na direção do carro. - Você arranjou um namorado? Hum... Brad. – Disse. - Para com isso, sabe que eu não estou com ele, é só um amigo... Meu pai cortaria a cabeça dele se eu tentasse alguma coisa. – Brinquei, ele riu. - Você anda aprontando mais que eu, ultimamente. – Disse em tom de brincadeira, mas era serio. - Entra logo no carro Jake, não quero me atrasar pro jantar. – Resmunguei enquanto ligava o carro. Demorou cerca de quinze minutos até chegarmos em casa e tudo virar uma grande festa.... Abraços, suspiros de saudade e alivio... Enfim, normal. Até algumas lagrimas, mas isso foi constrangedor. Sentamos todos na mesa, para conversar, não pra comer. Não comemos... Comida de gente comum pelo menos. Ele não tinha mudado nada fisicamente, mas estava diferente, eu podia sentir... Responsável, mais inteligente (talvez ele tenha feito o ensino médio de novo), serio e... Eu não sei bem o que mais. Comecei a brincar com uma caneta, tirando e colocando a tampa com um só dedo, me fazia pensar... Me deixa relaxada. - Então, Nes, conte para o Jake a novidade... – Instigou Rose. - Não me chame de Nes, parece “Lago Nes”, “Monstro do lago Nes”. – Resmunguei. – E também não sou mais uma criança. - E agora vem a parte divertida da visita... – Comentou Emmet se aprumando na cadeira. - Não haverá brigas nessa casa hoje. – Disse mamãe, Bella Swan. Um tanto quanto diferente. - Ah! E lá se foi a nossa diversão. – Implicou Alice. Meus olhos encontraram os de Jake, eu não podia gritar de novo porque dessa vez era diferente... Não queria vê-lo saindo pela porta, mas também não queria tão perto de mim, às vezes fica difícil resistir a ele. Não sei quando foi a ultima vez que sentamos pra conversar... Ultimamente são só gritos e lagrimas... - Renesme. – Chamou Esme. – Você está bem querida? - Acho que só preciso de um ar. – Falei largando a caneta e saindo pro jardim. Senti seu cheiro me invadindo, seu corpo tão perto que o meu tremia só de pensar nele me tocando, e podia jurar que todos estavam grudados na porta de vidro olhando para nos agora. Eu não quero gritar, não quero chorar, não quero que ele vá embora... - Não vamos continuar com o drama. Só passei pra dar um Oi. – Disse se afastando um pouco. - Não seja estúpido Jake... Senti seu cheiro a semana inteira perto da clareira. – Falei, e escutei um riso agudo de Rose vindo de dentro da casa. - Precisava saber se vocês estavam bem. – Comentou. - Quem? Eu e seu ego? Eu e meu coração partido? Coitadinha de mim. – Falei com ódio. - Droga! Você não escuta... Você só... Eu não agüento mais isso, eu vou embora e não vou voltar mais. – Disse. - VAI DE UMA VEZ JACOB! – Gritei. – Você sempre faz isso, vai embora antes que eu tenha a chance de perguntar. - O que você tem de tão importante pra perguntar? – Quis saber irônico. Por mais quente que Jake fosse eu podia sentir o gelo do seu coração corrompendo o meu e machucava a cada palavra, cada letra pequena que saia da boca dele me machucava. E eu nunca soube se ele tinha noção disso, creio que sim. - Alguém contou pra você. – Afirmou. - Eu descobri sozinha. – Falei. - Quem você está protegendo? Sua mãe? Alice talvez? – Implicou. - Eu descobri sozinha. – Repeti irritada. - No Google? – Quis saber. - Mas que inferno Jake! O que importa? Eu só descobri... Só isso... – Falei. - Quem? – Disse. - O livro preto, segundo da prateleira da direita, você mexia nele pelo menos duas vezes no dia, depois do almoço e antes de dormir. E o leu pelo menos 7 vezes inteiro. – Comentei sentindo frio. Não é a coisa mais fácil descobrir através de um livro que o seu amigo de infância, criado junto com você teve uma impressão com você, o que quer dizer mais ou menos... Ele me ama. Mas não de um jeito bom. - Você pirou por isso? – Perguntou. – Eu nunca encostei em você. - Claro. – Respondi irônica com uma risada pelo nariz. - Se você não dizer o que está acontecendo como vou saber? – Gritou. - Simples Jake, é incrível como você não vê nada! Eu descobri a três ano! Três ano! E você foi embora no ano passado por causa de uma briga boba que não teve nada haver com a impressão e você acha mesmo que eu fiquei “pirada” porque você teve uma impressão comigo? – Falei irritada, esfregando meus braços de frio. - Nessie... Eu... Eu não... Fazia idéia. – Disse. - Claro que não, você não escuta! – Gritei de raiva. E frio. - Está frio pra você aqui, vamos para dentro. – Pediu. - Eu não quero entrar lá Jake, quero terminar o que começamos. Não tenho esperanças de que vamos ficar juntos, mas quero que você saiba a verdade. Eu acho que quando você me fazia rir com piadas sujas, ou íamos brincar de esconde-esconde na floresta, andar de bicicleta e moto no frio e voltar quase congelados pra casa... Acho que quando você fazia isso eu... Eu não sei, acho que te via como irmão... – Comecei. - Renesme. – A voz de mamãe soou apreensiva. - Então começamos a brigar e gritar um com o outro e normalmente acabava comigo chorando e você comendo alguma piranha no seu quarto... E aquilo doía... Tive que ver você sair pela porta pra entender que eu tinha me apaixonado por você. – Falei e ri. – Oh Deus! Como pude ser tão burra, deve ter algo haver com genes. - Me desculpe. – Pediu. - Você não precisa pedir desculpas. – Falei esfregando meus braços com mais força, estava frio mesmo. - Eu preciso, deveria ter aberto o jogo desde o começo. – Comentou colocando as mãos nos meus braços destampados. – Você está gelada. - Eu sei que você não pode sentir, mas está frio aqui fora. – Brinquei ele riu. - Tudo bem, vem aqui. – Disse encostado minha cabeça no peito dele. – Eu nunca dormi com ninguém Nessie, e isso é constrangedor. - Jake... – Falei rindo muito. - Espero que seu pai não me mate agora. – Disse. - Porque ele faria isso? – Perguntei estranhando. - Ele é protetor demais. – Respondeu. Jake subiu as mãos dos meus braços até meu rosto e o puxou para ele, grudando nossos lábios de uma forma que me fez querer sair dali correndo de prazer... Então eu o abracei pela cintura enquanto nos beijávamos como dois loucos. Ele é quente o suficiente para colocar fogo em uma casa, ou fazer o fogão ligar sozinho, mas o calor que eu estava sentindo dele agora era diferente, não me fazia sentir dor, como o fogo normal faria, mas era gostoso e me fazia suar (não do jeito nojento)... Suar de... Você sabe o que... Nos soltamos devagar. - Quero ficar com você. – Disse. - Eu também. – Falei voltando a beijá-lo. Mal notei os focos de neve que caiam por todo o lado... A neve era sempre o inicio de uma coisa nova... O começo do inverno e o fim do verão... Talvez isso tivesse um segredo oculto... Mas eu não me importaria com isso agora, porque eu estava com ele.
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Engraçado
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