Capítulo 12: Descobrindo a Verdade
Ponto de Vista da Mary
- Ela vem ai, se acalme. – vovô Carlisle disse.
- Ok. – eu disse e inspirei fundo. Má ideia. O cheiro a sangue ainda tava forte.
- Mary. – Marie me chamou do quarto.
- Sim? – eu perguntei.
- Chega aqui. – ela me chamou para dentro do quarto de novo.
- Diz.
- Seu ____ familiar?
- Meu v…tio, sim. – eu quase engasguei a palavra vovô.
- Seu tio não vai achar estranho me levar? – Marie perguntou inspirando e expirando profundamente. Ela tava evitando chorar.
- Ele é muito discreto. Ele é médico. – eu falei – Se importa se ele checar se tá tudo bem com você?
- Ele não conta para ninguém? – ela perguntou.
- Ele não contará se você não quiser. – prometi.
- Ok. Se você diz que ele é de confiança… – ela soluçou. A respiração não tava ajudando muito – Eu confio em você.
- Vamos então. – eu disse.
- Espera…Mary! – ela me puxou – Eu não quero ir no hospital, nem para nenhuma clínica. Por favor, promete isso para mim!!!
- Ok, ok. – eu disse – Eu prometo. Meu vovô tem um mini consultório lá em casa.
- Mil obrigadas! – ela falou.
- V…Tio podemos ir agora.
- Claro. – vovô Carlisle respondeu.
Nós entrámos no seu volvo preto, uma versão recente que ele tinha comprado há 1 ano.
Eu fui atrás abraçada com Marie. Durante todo o caminho entre Portland e Forks, ela chorou.
Eu estava tão preocupada com ela…e se ela tivesse apanhado AIDS ou tivesse ficado grávida? O que podia haver mais?
Seu celular tocou no percurso, mas ela não quis atender. Disse que era Ivan tentando encher seu saco e que ela agora não queria isso.
Vovô enviou uma mensagem para meu celular.
“Eu liguei para sua vó Bella. Ela tá nos esperando em sua casa. Ela vai continuar seu papel, de sua «mãe». Ela moveu todo o meu material para seu quarto. Quando chegarmos, leve a Marie para lá. Ninguém estará em casa, além de sua vó Bella, vô Edward e Nick. Temos de manter a história.”
Ah! Com esses acontecimentos todos eu tinha me esquecido completamente da farsa para os humanos. Marie é humana, ela não podia saber da verdade.
Quando chegámos a Forks, vovô parou em frente de minha casa. Marie saiu do carro, sempre abraçada a mim. Ela tava agarrando meu braço como se disso dependesse sua vida. Ela ainda estava soluçando.
Minha vó Bella apareceu na porta, de roupão, com o cabelo pouco arrumado, como se tivesse acabado de acordar (muito bom, seu papel como minha mãe…).
Nós entrámos em casa e vovô Carlisle trocou frases tão baixas e rápidas com minha vó Bella, que Marie nem conseguiria ouvir.
- Bella, você é médica, poderia ser você a fazer esse tipo de teste. De mulher para mulher. Marie se sentiria mais confortável.
- Claro. – vó Bella disse. Vó Bella e vô Edward acabaram seu curso de medicina faz um tempo. – Querida, leve sua amiga para seu quarto. – vó Bella disse, de modo a que Marie ouvisse.
- Claro, mamãe. – eu disse para vó Bella – Vem comigo, Marie.
- Sim… – Marie disse choramingando.
Nós subimos para meu quarto. Bem…não para meu quarto, exatamente. Meu quarto não parecia mais meu quarto. Ele estava cheio de máquinas, instrumentos de medicina. Ao fundo destacava-se minha cama.
- Marie, querida, se deite ali por favor. – vó Bella indicou carinhosamente. Ela já estava por dentro do assunto, estava tentando ser compreensiva com Marie.
- Minha mãe também é médica. – eu esclareci para Marie, sendo que ela não tava percebendo a da vó Bella.
- Ah, ok. – ela disse e se deitou.
Vó Bella fez diversos exames. Fez um exame com a saliva da Marie e algum tempo depois, ela balbuciou as seguintes palavras:
- Por agora, o teste para AIDS deu negativo. – ela disse. Marie não conseguia ouvir com seus fracos ouvidos humanos.
- O que aconteceu comigo? – Marie perguntou. Vó Bella olhou intensamente para mim como se tivesse pedindo permissão. Eu lhe concedi. Marie merecia a verdade.
- Marie se acalma. – eu apenas disse a preparando.
- Ok, desembuchem logo.
- Independentemente do que eu vou contar, você não precisa de ter medo, ficar ansiosa ou algo do género. – vó Bella disse.
- Certo…
- Já passou, não pense mais nisso. Ficou no passado. – eu disse.
- Tá, me contem.
- Eu chequei algumas coisas em você, como seu útero, como você notou. Você tem restos de esperma nele. Você não é mais virgem.
- Mas…mas…eu não perdi minha virgindade…
- Perdeu sim…
- Pois…na noite passada, você perdeu a virgindade contra a sua vontade. – vó Bella começou explicando – Mary me disse que você bebeu. Provavelmente alguém colocou GHB, a chamada droga da violação, na sua bebida. Você não se lembra de nada, porque esse é um dos efeitos dessa droga.
- O QUÊ?!?!?
- Shuss…se acalma. Ainda há mais. – eu disse.
- AH!! MAIS!!!
- Sim, Marie. – vó Bella disse – Abusaram de você sexualmente. Você não sabe quem foi, não sabe se protegeram-se ou não. Isso leva a um ponto em que você poderia ter sido infectada com uma doença sexualmente transmissível.
- Por isso, minha mãe fez alguns testes em você.
- É. Não foi infectada com nenhuma doença.
- Ao menos isso. – Marie disse no meio de seu choro agora intenso, mas silencioso.
- Mas…ainda há mais um teste que eu tenho de fazer em você. – vó Bella disse.
- Que teste? – Marie perguntou.
- O de gravidez.
- GRAVIDEZ???
- Sim. Você não ficou doente, mas você pode ter engravidado. – eu disse.
- Não! Não e não!! – Marie disse e correu para fora do quarto. Ela desceu as escadas desvairada.
- Marie, para onde você vai? – eu perguntei.
- Para longe daqui. Eu não quero ver ninguém. – ela disse ainda correndo escada abaixo.
- Marie. – eu a agarrei. Facilmente a tinha alcançado com minha velocidade.
- Me larga. – ela disse e eu a larguei.
- Não vale de nada fugir. Você tem de enfrentar isso com a cabeça erguida. – eu disse – Eu sei que não deve ser fácil, mas fugir não ajuda em nada.
- E se eu tiver mesmo grávida, Mary? – Marie me perguntou horrorizada com a ideia.
- Não vai tar com certeza. Isso vai ser só um grande episódio que você vai ter de esquecer. Vai ser só um sonho mau que vai acabar assim que você descobrir que não está grávida. Eu tenho fé nisso. – eu disse e a abracei.
Ela chorou em minha roupa, mas eu nunca a larguei. Quando ela estava mais calma, eu a fiz olhar em meus olhos.
- Mais calma? – eu perguntei e ela assentiu – Podemos ir fazer o teste, agora? Minha mãe está esperando.
- Ok… – ela disse incerta.
Nós subimos para meu quarto de novo. Minha vó Bella estava sentada na minha cama, esperando.
- Preparada? – vó Bella perguntou à Marie.
- Como você vai fazer esse teste? – ela perguntou.
- Com uma colheita de seu sangue, com uma amostra.
- Hum…não poderia ser aqueles testes rápidos da farmácia que apenas usam urina?
- Esse teste é um deles, mas não é tão certo como o de sangue. E eu não tenho nenhum teste desses aqui em casa, portanto a amostra de sangue será mais rápida também. – vó Bella explicou.
- Ok…
- Mary, vá acordar seu pai. Edward não pode chegar atrasado à clínica. – vó Bella disse para mim.
Ela tava mantendo farsa para Marie. Vô Edward obviamente não dorme, nem era meu pai…mas tudo bem.
Isso era uma ótima maneira de eu sair daqui. Eu não sou muito doida por sangue, mas ter sangue mesmo na minha frente, saindo de uma veia…Não…Decididamente não é o melhor lugar para mim. Para quê forçar a barra?
Eu sai de meu quarto, não antes de mandar um olhar cúmplice para a Marie e desci as escadas. Encontrei meu vô Edward lendo.
- Mais epidemias no mundo? – perguntei. Ele fechou o jornal, colocou-o de lado e sorriu para mim.
- Mais ou menos. Não mereço nem um beijo? – ele perguntou e estendeu seus braços. Eu saltei no colo dele. Dei um beijo estalado em sua face.
- Merece sim. – eu comentei.
- Hey, tenha calma. – ele me disse – Seus pensamentos tão super confusos.
- É. Desculpa, eu sei. – eu disse – Pode me bloquear, vó Bella? – eu pedi em tom baixo, que ela ouviria, mas Marie não.
- Já tá. – vô Edward disse – Obrigada, Bella.
- E se ela tiver mesmo grávida? – eu perguntei.
- Se ela tiver, Bella irá descobrir. – vô Edward disse – E não será só com uma amostra de sangue…um médico humano não saberia. Tudo há de se resolver. Vamos acreditar que ela não estará.
- Mas e se tiver?
- Ela pode sempre tirar a criança ou ficar com ela…
- Não gosto de nenhuma das hipóteses… – comentei.
- Será uma decisão dela e possivelmente dos pais dela também.
- Dos pais dela!! Que grande problema…
- Eles terão de saber de uma maneira ou de outra. – vô Edward acrescentou – Isso que aconteceu é crime. Tem de ser denunciado. Marie devia passar no posto e falar com Charlie.
- É. Vovô Charlie tem de tentar prender esse crápula. Nem acredito que isso aconteceu…Poderia ter sido eu…
- Não poderia não. – vô Edward disse – Você tem genes de vampiro, seu corpo eliminaria GHB em segundos. É impossível drogar um vampiro, e é impossível drogar você também. E você sempre poderia se defender se ele decidisse usar a força em você. Poderia nos expor, mas não aconteceria isso que aconteceu com Marie, felizmente.
- Elimina mesmo? – perguntei.
- Mesmo. – ele me garantiu.
- Ainda bem.
- Mesmo sem isso, este acontecimento também teve alguma culpa da parte da Marie. Ela abandonou um copo de bebida e depois o bebeu de novo. Todos sabemos que isso é um comportamento de risco.
- Certo. Mas não vale chorar sobre leite derramado. – eu disse – Agora temos de resolver isso.
- Lá na clínica, temos a ala de Psicologia, eu acho que a Marie deveria ser acompanhada daqui em diante por um psicólogo, para evitar traumas…
- Bem, querida… – vó Bella tossiu, como se tivesse avisando que iriam descer – Espere alguns minutos que eu irei analisar seu sangue.
- Marie, vem aqui. – eu chamei e ela veio.
- Edward, vem me ajudar com a análise do sangue. – vó Bella chamou e ele foi prontamente.
- Ai, Mary! – Marie disse me abraçando assim que meus avós saíram da sala.
- Pode chorar, se quiser. – eu disse com ela abraçada a mim – Vai tudo correr bem. Aconteça o que acontecer, eu estarei sempre aqui.
- Obrigada. – ela falou depois de algum tempo sem dizer nada. O tempo passou e finalmente ouvi a porta de meu quarto sendo aberta.
- Cof. Cof. – vó Bella tossiu – Já temos o resultado. – ela disse e por sua cara neutra, eu já adivinhava o resultado.
- E então, qual é? – Marie perguntou.
- Marie, você tem sempre suas escolhas em aberto. – vó Bella disse.
- Isso quer dizer o quê, exatamente?
- Você pode escolher tirar ou não a criança. – vô Edward disse.
- Eu tou…?
- Sim você está, querida. – vó Bella disse muito docemente, para não causar nenhum transtorno…como se isso fosse possível…
- OMG! – Marie disse e desabou no sofá – O que eu vou fazer agora??
- Marie, você tem de contar para seus pais. – vó Bella disse – O que aconteceu para você é crime e o culpado tem de ser punido. Ele tem de ser castigado. Quanto à criança, seus pais serão uma ajuda no que toca à decisão.
- Meus pais…ajuda…Você não conhece meus pais…Eles nunca me vão ajudar.
- Claro que vão. Qualquer pai ajudaria uma filha numa situação dessas…
- Disse bem…meu pai talvez sim, minha mãe jamais…
- Vem, Marie. Você tem de contar. Seus pais devem estar muito preocupados com você. Você não dormiu em casa. – vó Bella falou – Eu dou carona para você e a Mary ajuda contando o que se passou para seus pais, ok?
- Tenho outra escolha? – vó Bella balançou sua cabeça indicando que não. – Me ajuda mesmo? – Marie perguntou.
- Claro. – eu firmei.
Nós nos despedimos de meu vô Edward e de Nick que apareceu de pijama descendo as escadas.
Entrámos no carro de vó Bella e fomos para a casa da Marie.
- Mary, você terá uma surpresa quando chegar a minha casa…algo que você não sabe será revelado… – Marie me disse.
- Eu saberei lidar com isso. – eu prometi.
- Obrigada. – Marie disse.
Quando chegámos em casa da Marie, eu toquei na campainha e esperei que alguém me abrisse a porta.
- Pode ser nossa filha, a Marie. Vai abrir a porta – um homem falou dentro da casa. Deveria ser o pai dela.
- Marie? – a porta se abriu e uma mulher apareceu. Não era uma mulher qualquer não. – Filha, eu tava tão preocupada com você! – a professora Anabela agarrou a Marie num longo abraçou e beijou seus cabelos.
Espera aí! A professora Anabela, minha professora de Biologia? Minha professora de biologia era mãe da Marie?!?
- Não parecia, ontem à noite. – Marie disse chorando.
- Ehr, entrem Marie e Mary. – Anabela, sim porque nesse caso, era apenas Anabela, nos convidou a entrar. – Sei que deve achar estranho…
- …é, mas ela é minha mãe. – Marie completou.
- Hum…certo. Ok. – eu falei. Agora eu entendia a rixa existente entre elas…as discussões de ontem dentro e fora de aula…Anabela não deixava Marie contar para ninguém que sua mãe era ela.
Quando entrámos, encontrei Ivan com os cotovelos apoiados nos joelhos, com as palmas das mãos viradas para cima e sua testa apoiada lá.
- Marie voltou! – Anabela anunciou para o marido e Ivan.
- Mana! – Ivan correu para ela e a abraçou – Oi, Mary. – ele me cumprimentou também.
- Oi. – eu disse tímida. Essa família ainda não sabia que o pior ainda estava para vir.
- O que aconteceu? – Ivan perguntou.
- Uma longa história…com um final infeliz.
-Pode começar a contar. – Anabela disse.
- Ontem à noite…depois de nossa discussão, eu chamei Pietro e ele me levou para a balada. Ele não queria, mas me levou. Eu o enganei dizendo que vinha para casa, e assim ele veio embora pensando que eu estava em casa. Mas eu não vim. Eu bebi e bebi muito. Depois, eu fui no banheiro e deixei meu copo quase cheio de bebida no balcão. Quando eu voltei tinha um homem junto a ele. Eu bebi tudo…
- E depois? – Ivan perguntou.
- Depois eu não me lembro. – Marie disse.
- Como assim não se lembra? – Anabela perguntou. Marie olhou para mim e correu para o segundo andar de sua casa – Marie… Marie…espera!
- Deixem ela ir. – eu disse com um nó na garganta. Agora teria de ser eu a contar…ela não teve coragem…
- Você sabe o que aconteceu? – a minha professora Anabela, mãe da Marie, perguntou.
- Sei sim.
- Então, conte.
- Essa madrugada, enquanto eu ainda estava dormindo, recebi uma ligação da Marie. Ela tava numa pensão velha em Portland, perto do X-bar, o local onde ela tinha bebido na noite anterior. Eu pedi para meu tio me levar lá. Meu tio é médico.
- Continua.
- Quando lá cheguei, Marie estava nua, enrolada num lençol manchado de sangue.
- Sangue? Nua? – Anabela colocou a mão em sua boca.
- Sim. Ela foi violada. Colocaram na bebida dela GHB, a chamada droga da violação. – eu comuniquei e todos entraram em choque parcial.
- E agora? – o pai dela perguntou.
- Agora, depois de alguns testes médicos, verificámos que ela não foi infectada com AIDS, mas seu óvulo foi fecundando. Ela está grávida. Em breve sofrerá a nidação. Não haverá nada a fazer…A menos que ela tome a chamada “pílula do dia seguinte” para não ter a criança…mas há que ter em conta das consequências disso…
- MEU DEUS DO CÉU! – Anabela praticamente gritou assustada.
- Calma. – eu pedi.
- O que eu fiz? Em quê que eu errei? Meu deus, em quê? O que eu vou fazer agora? – Anabela falou mais para si própria.
- Isso também é uma decisão da Marie. Eu sugiro que ela comece tendo apoio psicológico…
- Sim, apoio psicológico é uma boa ideia.
- Mas, e a gravidez? – o pai de Marie perguntou.
- Não sei…Ela tem de impedir que essa criança nasça…Essa criança não vai nascer… – Anabela disse.
- Não vai nascer? – Marie perguntou do alto das escadas – E a minha opinião não conta, não? – ela começou correndo escada abaixo, mas tropeçou no próprio fio do seu ténis.
Ela caiu. Melhor, ela rebolou escada abaixo. Foi uma queda enorme! Ela estava imóvel e todos corremos para lá. Ela estaria bem?
Notas da Autora:
Entrei em seu blog....
ResponderExcluirBom... eu não sou boa em fanfics então não me inscrevi, porque eu estou no meio de uma muvuca aqui em casa por causa dos estudos, mas olhei seu blog e tive uma ideia..
Mas não posso contar, e não será uma fic!!
Carol o cap de hoje tava MARA D+!!
AMEI...Posta logo!!
Bjs..
.. Tefi'
Oh God.
ResponderExcluirA historia está emocionante.
Bjs.