A Voz de Um Anjo: Bónus 8: A Voz de Um Anjo

POV EDWARD

Sozinho. Essa seria minha sina de agora em diante. Nada mais me alegrava, nada mais me seduzia, nada mais tinha valor se meu anjo, meu amado anjo foi brutalmente tirado de minha vida.
Deitei-me no sofá e abracei-me a um dos jalecos que minha Bella usava para trabalhar, seu cheiro estava entranhado na peça de roupa, suas lembranças entranhadas em mim. O que seria de minha vida sem aquele sorriso? Sem o toque de suas mãos? Sem sua voz, sua amada voz que um dia me tirou da escuridão?
A policia já havia feito todo o possível mas nada fora encontrado. Nas câmeras de segurança do hospital, se via minha Bella caminhar sozinha em direção ao ponto de ônibus, onde não tinha nenhum tipo de monitorização eletrônica. Sem pistas, ninguém fazia a mínima ideia de onde Bella poderia estar.
Já era de madrugada, a madrugada do dia de nosso casamento. Eu não deixara que Alice o cancelasse crente de que Bella estaria aqui no nosso dia. Mas me enganei. Talvez nunca mais eu a veria e esse pensamento me doía muito.
“Edward, Edward me ajude”, ouvi um sussurro muito conhecido e abri os olhos, sentando-me assustado, o coração galopando no peito.
- Bella? – chamei timidamente. Será que eu estava ficando louco?
“Edward”, a voz chamou de novo e percebi que vinha do quarto dela. Caminhei receoso até lá e entrei. Paralisei com o que vi.
Era uma garota pequena vestida com um longo vestidinho branco e estava sentada de costas para mim mas se virou quando entrei no quarto, encarando-me com dois olhos que me fizeram perder o fôlego. Olhos chocolate assim como os de minha querida Bella. Seria esse seu anjo da guarda?
Grossas lágrimas escorriam de seu delicado rosto,/ por isso me aproximei e abaixei-me para encarar seus olhos na altura dela. O biquinho que ela fazia tremia e mais lágrimas escorreram de seus lindos olhos.
- Ei, por que chora? – perguntei baixinho enxugando as lágrimas que escorriam por suas bochechinhas salientes.
- Ela precisa que você a salve. – ele murmurou e me olhou nos olhos, aquele olhar tão conhecido me apertou o peito.
- Onde ela está? Quem a levou de mim? – perguntei com voz rouca.
- Jacob. Ele é o culpado. James. Ele sabe onde ela está. – ela se levantou e foi até a penteadeira de Bella abrindo a gaveta e trouxe um medalhão nas mãos e me estendeu. – Resgate-a, ela corre perigo. Leve isso em seu bolso, vai te ajudar.
Peguei o medalhão que ela me dava e vi que era o predileto de Bella, de ouro maciço, relíquia de família, anos e anos passados de mãe para filha. Apertei-o em meus dedos e olhei para aqueles olhos intensos a minha frente.
- Quem é você. – perguntei e ela sorriu, acariciando meu rosto.
- Alguém especial que quer muito mesmo te conhecer.
E tudo sumiu, eu pulei do sofá e vi a luz que entrava na sala pela janela aberta. Tudo fora apenas... um sonho? Olhei para minha mão direita e percebi que segurava alguma coisa. Quando olhei, meu coração deu um pulo e começou a galopar descontrolado.
Eu segurava o medalhão de Bella em meus dedos. Rapidamente o coloquei no bolso de minha camisa e sai do apartamento de Bella em direção ao hospital enquanto ligava para Alice.
- Edward? – a voz de Alice era cuidadosa.
- Eu acho que sei quem pegou a Bella.
- Como assim? – ela disse agitada.
- O nome Jacob te diz alguma coisa? – perguntei enquanto manobrava meu carro e saia em disparada para o Hospital. Tinha que correr para alcançar James na saída.
- Sim, Jacob Black é o ex da... – ela soltou uma exclamação enfim entendendo. – Ele a seqüestrou?
- Acredito que sim, Alice. E algo me diz que James, colega de trabalho de Bella sabe onde ele a escondeu.
Um alvoroço no outro lado da linha e a voz de Rosie me perguntou, aflita.
- Edward? Pra onde você está indo?
- Estou indo para o Hospital. Vou fazer aquele infeliz desembuchar tudo o que sabe.
- Podemos ajudar em alguma coisa? – sorri agradecido. Nem me perguntaram como eu sabia o que estava dizendo, apenas confiavam em mim.
- Peça para Alice ligar para Emmett. James me levara até o cativeiro de Bella e quero reforço policial para prender o bandido do Jacob. Me sigam pelo GPS do meu celular.
- Edward, torcemos por você. Salve a Bella. – a voz de Alice disse e eu segurei o choro.
- Obrigado, garotas. – e desliguei meu celular me concentrando na entrada do Hospital a procura do cafajeste que se disse amigo de minha Bella.
Quando encostei, eu o vi sair rindo e brincando com outros enfermeiros. Desci do meu carro e parti igual um touro bravo pra cima do infeliz.
- Onde está a Bella?
Ele voltou-se assustado e me encarou, confuso.
- Por que... por que está me perguntando isso? – ele gaguejou.
- Por que eu sei que sabe onde ela está! – segurei-o pelos colarinhos e o chacoalhei. – Filho da puta! Como pode fazer isso com ela? Como pode entregá-la nas mãos de Jacob? Acaso não sabe todo mal que ele a fez?
- Não sei do que está falando. – ele gemeu e tentou se desvencilhar mas eu dei um sonoro tapa em seu rosto.
- Para de mentir! Ou você me leva até eles, ou eu te mato agora mesmo! – gritei chacoalhando-o.
- Tudo bem, tudo bem. – ele gemeu covardemente. – Só que não foi culpa minha, ele me ameaçou.
- Me leve até eles agora! – e arrastei-o para meu carro, as pessoas pararam para observar nosso pequeno “dialogo”.
Eu estava possesso, transtornado. Minha Bella estava nas mãos de um desiquilibrado, só Deus sabe pelo que ela passara.
- Tomara que eu a encontre sem nenhum arranhão. Pelo contrario, você vai pagar. – rosnei colocando o carro em movimento. Ele gemeu e se encolheu no banco. Covarde, só sabia ser valente com mulheres indefesas.
Meu celular tocou e eu atendi enquanto pegava a saída que James me indicou.
- Pronto. – atendi.
- Edward, já estamos te seguindo com o Emmett. – a voz de Rosie se mieturava as sirenes das viaturas.
- Ok, já estou com o inútil do James aqui. Estou no caminho certo, espero que eles ainda estejam por lá. Só peça a Emmett para chegar em silencio, não quero alarma-los.
- Ok. Estamos torcendo para que tudo de certo. – ruídos de luta e murmúrios e a voz de Alice soou. – Edward, corre, que daqui a cinco horas é o casamento! Preciso cuidar da noiva, rapaz, isso leva tempo!
- Fica tranqüila. Vai dar tempo, se Deus quiser. – sorri e desliguei o aparelho celular encarando James com ódio.
- Nem tente nenhuma gracinha ou não sobrará nada de você pra sua família te reconhecer. – grunhi e ele se encolheu mais ainda no banco.
- Vou ser bonzinho, eu prometo! – ele gemeu e eu suspirei, pisando fundo no acelerador, meu coração a galope.
Bella, meu amor! Me espere que estou indo salva-la!