E Se Alice Salvasse Emmett... : Capítulo 16:Protegida por uma Criança

Emmett

Eu conseguiria as respostas que eu queria, mesmo que isso acabasse levando Alice à exaustão. Eu precisava das respostas, e não adiantava lutar contra. Eu era mais forte! Ha! Ri com a minha comparação... Eu estava ficando bom nisso!

- E então... Que tipo de visão você teve dele? – pressionei.

Ela apenas ficou me olhando. Eu sabia que ela não iria falar desse assunto tão cedo, mas... eu tinha de saber, não?! Era meu dever saber tudo sobre ele, e isso implicava saber quais eram as visões de Alice sobre ele.

- Alice, por favor... – tentei ser mais educado. Minha mãe sempre me disse que educação ajudava com pedidos...

Ela me olhou nos olhos. Seus olhos vermelhos encontraram os meus, e então pude perceber que ela estava chateada. Ela não queria falar. Será que se eu pedisse novamente, com mais carinho e educação, ela falaria?

- Por favor. É algo que eu preciso saber para... para seguir minha vida!

Ela pareceu concordar. Assentiu com a cabeça e depois voltou a me encarar.

- As visões que tive de Jasper, não são... tão... boas... – Ela estava com medo, mas finalmente disse. É, minha mãe estava certa quanto à educação...

- Sim, eu sei disso. Você está sempre tão... tão... arisca... não sei... Você tem medo dele, então sei que o que ele faz não é bom mesmo. Mas, me diga, o que ele faz? Mata pessoas?

- Aham... – ela concordou sem abrir a boca, sua face falava por tudo. Mas, parecia ter mais...

- Tem mais alguma coisa que ele faz?

- Aham...

- E o que é?

- Ele mata... vampiros... – ela acabou sussurrando.



Alice

Creio que Emmett era um pouco... persistente. Quando põem alguma ideia em mente, quer realizá-la. Eu só esperava não sofrer tanto com isso... Não tanto como agora.

- Tem mais alguma coisa que ele faz? – Ele estava mesmo empenhado em saber de tudo sobre Jasper.

- Aham...

- E o que é?

- Ele mata... – Ai, meu Deus... E se eu falar e Emmett for atrás de Jasper? Emmett pode se machucar... – vampiros... – acabei sussurrando.

Abaixei minha cabeça envergonhada pelo que disse. Era a verdade, mas ainda assim eu tinha medo de dizê-la em voz alta. Era como se tudo aquilo parecesse real, e não apenas uma de minhas visões... Era como se fizesse tudo se tornar real, verdadeiro, capaz de me atingir fisicamente.

Era disso que eu tinha medo... Da verdade...

- Não se preocupe, Alice, eu irei protegê-la... Aquele cara não vai lhe fazer mal. Eu não vou deixar!

A imagem de Emmett à minha frente sumiu, e deu vazão a outra. Emmett estava me segurando no colo como uma criança, uma criancinha pequena e indefesa. À frente dele, estava alguém que eu não sabia quem era, eu não enxergava seu rosto.

Emmett estava rígido, e de sua garganta surgia um rosnado leve. Um aviso. Ele estava me protegendo de... alguém...

Voltei à mim mesma. Emmett me olhava de uma forma estranha, seu rosto perto do meu.

- Está tudo bem?

- Ah, sim...

- Outra visão do Jasper?

- Não.

- Está tudo bem mesmo? Você não está com cara de “tudo bem”!

- E o que seria cara de “tudo bem”, por acaso?

- Ah, sei lá... – acabei rindo com isso... – Cara de “tudo bem” é quando está tudo bem...

Ok, fiquei sem compreender...

- E então... Posso saber qual era a visão?

- Ah... Não era nada demais...

- Então me diz!

Ah, inferno... Eu vou ter de dizer mesmo?



Edward

A situação em casa não era a das melhores. Liguei o rádio o mais alto que eu podia, até começar ouvir algumas pancadas e gritos mentais de Rosalie.

“Abaixa isso, Edward. Você é o único vampiro surdo que eu conheço!”

Não prestei atenção aos seus pedidos... Manter o rádio em volume alto era importante para não escutar outras coisas...

“Edward! Desliga essa porcaria!”

Rosalie continuava gritando, e gritando, e gritando, e gritando... Ela estava se esguelando, mas eu não ligaria...

“EDWARD!”

Ahhh, meu Deus... Ok, ok... Abaixei um pouco o volume. Ainda assim, estava alto o suficiente para que não ouvisse outras coisas...

“Ainda está alto!”

Resolvi acabar com aquela conversa de uma só via. Fui até a porta do quarto de Rosalie, e entrei sem bater na porta – o que ela odiava.

- Por que odeia tanto música?

- Aquilo não é música, é barulho!!!

- É Blues!

- E quem se interessa por Blues? – ela falou com descaso.

- Eu me interesso!

“Aff... Falando assim, até parece ser importante!”

Fiz uma careta com seu pensamento. Ela conseguia ser tão irritante, às vezes...

- Abaixe mais um pouco, ok?

- Por quê? Quer escutar o quê, heim?!

- Nada, mas preciso me concentrar para não errar na maquiagem, então me faça o favor de diminuir aquela bagunça de sons, ok?!

- Maquiagem, Rosalie? Desde quando você precisa se concentrar para passar maquiagem? Isso nem é importante!

“O QUÊ?”

Opa, agora eu deixei Rosalie furiosa. Realmente furiosa.

- Edward. – Ela parou para respirar... Fungava tão forte que parecia ser capaz de respirar todo o ar do quarto. – Saia. Já. Do. Meu. Quarto!

Sim, claro. Já estou lá fora. Saí rapidinho de lá.

É, acho bom eu caminhar um pouquinho... Já estava anoitecendo, e eu já poderia sair sem ninguém saber do nosso segredo.

É, preciso de um pouco de ar...



Emmett

- Então me diz!

- Ah... Não era nada demais...

- Era sim... Eu vi sua cara. Você ficou me olhando assustada.

- Nas visões eu fico diferente mesmo.

- Mas desta vez você estava mais diferente do usual. Você ficou mais assustada. Vamos, me diga o que você viu...

Ela ficou pensando, analisando se deveria me contar ou não. Indecisa, acabou falando rápido.

- Ok. Eu vi você me segurando no colo.

- E... – A gente corria de algo? Eu lutava com alguém? Fazíamos o quê?

- E a gente estava parado.

- Fazendo o quê? Olhando o quê?

Percebi que havia outra pessoa na história. Outra... Não, outro na história...

- Olhávamos para quem? Era “ele”, não é?!



Alice

Deus, será que era “ele”? Era Jasper aquele borrão? Nos encontraríamos então?

Ah não, ah não... Se nos encontrarmos, será o nosso fim. Ele é muito forte, e sabe dos pontos fortes e fracos de ser um vampiro. Ele é um vampiro que sabe muito mais sobre “ser um vampiro” do que Emmett e eu.

- Eu... eu... eu não sei se era ele...

- Como não? Você não o viu?

- Eu vi um borrão só...

- E o que mais aconteceu?

- Bem, estávamos nós dois a sós. Você me segurava no colo como se eu fosse uma criança, e você... você...

- Eu lutava com alguém? Matava alguém? – Eu sabia onde ele queria chegar...

- De sua garganta saía um rosnado... Era como se você alertasse a pessoa a não se aproximar de mim...

- Bem, isso eu faria com qualquer um, não só com o Jasper!

Fiquei lembrando a visão. Nós dois, novos vampiros, lutando contra Jasper, alguém tão experiente. Ele acabaria conosco em poucos segundos, mesmo que Emmett seja mais forte, não só pelo físico, mas por ser um vampiro recém transformado.

Deus, eu teria de saber onde é que nos encontramos para que Emmett e eu possamos passar longe desse lugar.

- Você está se esforçando para algo. Me conte o que é!?