Alice
Ai meu Deus, e agora? O que eu
faço?! Corro? Mas e se ela correr atrás de mim? Luto? Mas e se ela
lutar comigo? Pior! E se ela souber lutar bem melhor do que eu? Mas, e
se eu ficar e ela me matar?!
Aaaaai... Cadê o Emmett?!
– Oi!
Ai, meu Pai. Ela falou comigo!
– Está tudo bem?!
– Ah... – Meu Deus, o que eu falo? Por que não sai nada da minha boca?! Responde Alice! Responde!
– Está tudo bem, eu não vou te machucar!
Não vai?! Seeei! E esses olhos aí?!
– Como você se chama?!
– Al... Alic... – comecei a gaguejar... Mas que droga!
– Alic? Nossa, que nome estranho!
– Alice!
– Ah, Alice. Bonito nome!
– Aham... – concordei. Ela olhou bem para mim com aquilo, e depois começou a rir.
Ai, meu Deus. É agora! É agora que ela me mata! É agora!
Ela parou e ficou me encarando. Ai, droga. Cadê o Emmett?!
– Ah, você procura por alguém?!
– Ah... Sim... Meu... Ahn... Meu marido! – Marido?! Aff... Ok, o que eu não faço para meter medo na vampira?!
– Ah. E como ele é?!
– Ah, ele é beeeem alto. E forte, muuuito forte!
– Ele é vampiro também?!
– Sim.
– Bom, já era de se esperar, não é?! Vampiros casam-se com vampiros!
– Bem, sim... Eu acho...
Meu Deus, cadê o Emmett?!
– Eu também sou casada!
Ai, meu Pai. Agora eu estou frita! Ela tem um marido! Ele vai matar a gente, eu sei que vai!
– Ah, é?! E... e eles está por aqui!?
– Sim, estamos juntos, sempre ficamos juntos. Vocês são daqui?!
– Ah... Não, não, estamos de passagem!
– Que bom. E ele, seu marido? Onde está?!
– Está vindo!
Emmett, eu te mato quando eu te encontrar!!! Cadê você?!
Emmett
Mas para onde foi Alice?! Ela estava há poucos quilômetros na minha frente!
Ok, vamos para o olfato...
Cheirei, cheirei e cheirei. Hmm... Que cheirinho mais... peculiar! De quem é isso?! De Alice é que não é!
Opa!
Se não é da Alice, de quem é?!
E onde está a Alice?!
Aaaai, droga!
– Alice! Alice!!!
Alice
De repente, as árvores à minha frente se moldaram para outras. E perto delas passava Emmett! Ufaaa! Ele estava vivo!
Ele estava me procurando.
– Alice!!!
– Emmett, estou aqui!!!
Pouco tempo depois, lá veio ele! Emmett!!!
– Você está bem?! – perguntei quando ele parou ao meu lado.
– Sim, e você?! Como está?! Tudo... bem?! – ele disse ao olhar para a moça.
– Sim, sim...
– Ok... – ele voltou sua atenção para mim. – Você sumiu!
– Estou ficando boa nas corridas!
– Sim, está!
– E então, você é Emmett?! – ela chamou atenção para si.
Bem, com o Emmett, agora já podemos sair correndo ilesos, não?! Ignore-a, Emmett!
– Sim. – Eu pensei “Ignore-a, Emmett!” Pensei que você já conhecesse todas as minhas expressões...
– Hmm... Muito prazer! Sua mulher é encantadora!
– Mulher?!
Ops...
– Sim, mulher!
Emmett me encarou.
Emmett
Alice e eu nos casamos e eu não sabia?! Quando foi isso!?
Ok, agora eu fiquei confuso.
O que aconteceu nesse meio tempo, desde a saída do lago até aqui, no meio da floresta?!
– Alice?!
– É, querido... Não se lembra?!
– Hãn?!
–
Ah, o Emmett é tão brincalhão! – ela respondeu para a moça rindo. As
duas desataram a rir juntas, pareciam comadres em um chá da tarde.
Fiquei encarando Alice, até que ela me deu uma piscadinha e um cutucão nas costelas.
Ah, eu acho que isso foi um sinal para mentir. Afinal de contas, essa moça é desconhecida nossa.
Aliás, quem é ela?!
– E você? Quem é?!
– Ah, me desculpe não ter me apresentado. Meu nome é Charlotte!
Charlotte... É, até que é bonito!
Alice
Charlotte é nome de vilão de histórias contos de fadas para mim. Ela deve ser uma das vampiras do mal!
Emmett
– E o que você faz por aqui?!
– Eu e meu marido estamos viajando. Sabe, vivemos por muito tempo no México, e depois saímos viajar pelo mundo afora!
– Nossa, você conhece o mundo inteiro?!
– Não, não, mas “ainda” não... Pretendemos viajar por todos os cantos, sim!
– Nossa! – isso deve ser legal. Será que a Alice liga se a gente for junto com eles?!
Alice
Emmett estava boquiaberto com o que a tal da Charlotte dizia. Por que ele acreditava em tudo no que ela dizia?!
Bem,
na verdade, ela não parecia representar algum risco para nós. Se ela
quisesse me matar, teria me matado antes mesmo de eu ter me virado para
trás. Mas, se ela não quer nos matar, o que ela quer realmente?!
– E você veio aqui fazer o quê?!
– Estamos de passagem.
– Ah... Vocês só... viajam? Só?!
– Sim, por que?!
– Ah, não, nada...
– Pode falar, querida!
– Bem, como vocês arranjam dinheiro e se sustentam?! – eles não matam e roubam, não é?!
–
Roupas nós pegamos emprestadas das casas, dos varais. Mas só pegamos
daqueles varais cheios de roupas! E dinheiro... Bem, para quê um vampiro
precisa de dinheiro?!
– Certo. – Tem sentido!
– Vocês moram por aqui?!
– Sim, na cidade!
– Como disse?! – ela se assustou.
– Na cidade – Emmett respondeu novamente.
– Mas... Mas... E o sangue? E os humanos? Como conseguem se manter tão próximo do seu alimento o dia inteiro?!
Olhei para Emmett, que me encarou em resposta. Será que faríamos bem em contar tudo a eles?!
Tive
uma visão, eu estava sentada em uma cadeira conversando toda alegre com
Charlotte, que estava sentada à minha frente. De lá, podíamos ouvir
risos e gritos de jogos de baralho da cozinha. Era Emmett e um moço
jogando cartas.
Bem, sem perigo nenhum, pelo o que entendi.
–
Corremos os mesmos riscos que quaisquer outros vampiros, mas a
diferença é que nós aprendemos há pouco tempo a nos alimentar de outra
forma, de animais!
– Animais?! – ela olhou com nojo.
– Sim. Não é aqueeeele manjar dos deuses, mas é o suficiente para nós!
– Sabe, isso até que faz sentido. Pode dar certo. Quem sabe Peter e eu tentemos!
Peter! Será que é o nome do moço?!
Outra visão. Alguém aparecia rapidamente por detrás de um salgueiro. Era um moço loiro, o mesmo da visão. Sim, devia ser ele.
– Está tudo bem?!
– Sim.
– Ela tem visões do futuro!
O moço chegou.
– Oi, meu amor. Encontrou companhia?!
– Sim. Esses são Alice e Emmett, querido. Esse é Peter, meu marido!
– Muito prazer! – nos cumprimentamos. – Ouvi falar em dom. É um magnífico dom, o seu... Deve lhe trazer muitos benefícios!
– Sim, realmente trazem! – E como!!!
Emmett
Sabe, gostei dos dois!!!
– Ah, vocês gostariam de vir à nossa casa?! Ficamos sozinhos.
– Bem, seria espetacular, caro Emmett! – Peter aceitou a proposta. Sabe, ele era um cara bem bacana, mas falava engraçado.
– Ok.
Começamos
a correr de volta para casa. Mantive, em todo o percurso, Alice ao meu
lado, assim como Peter protegia a sua loirinha Charlotte. Se era para
nos passar como marido e mulher, iríamos agir como marido e mulher. E eu
iria abraçá-la como marido e mulher.
E eu estava me sentindo confortável em fazer tudo isso.
Me peguei sorrindo, contente com a cena, e então me forcei a ficar mais sério novamente.
Casa. Foco. Vamos para casa. Casa.
Alice está comigo, de mão dada... Ai ai...
Autora Whitlock
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