O casamento de Sam estava marcado para Maio e o tempo diante de nossa nova rotina tranqüila voou.
Um
mês depois de terem chegado Nahuel e Huilen anunciaram que voltariam ao
Brasil no dia seguinte. Tive certeza que a decisão se deu
principalmente a Huilen, pois Nahuel parecia um pouco chateado. Ele
tinha se dado muito bem conosco e apesar de não falar muito eu sentia
que ele estava um pouco fascinado com nosso modo de vida.
Na
tarde em que se despediram ele antes pediu para conversar comigo às
sós. Percebi Jacob se erguer de imediato de onde estava sentado.
– Edward de qualquer modo saberá o que vou dizer... Mas eu queria falar com ela sozinho, mesmo assim.
As reações foram da compreensão à indiferença. Bella não estava com uma expressão muito boa, mas concordou.
Ele
pegou em minha mão e andamos até fora da casa. Eu me senti extremamente
estranha: ao mesmo tempo em que estava encantada com sua diferença, me
sentia desconfortável.
Andamos de mãos dadas por um tempo e então ele se sentou na minha frente, cruzando as pernas e olhando em meus olhos.
Esperei
por um tempo, mas ele não disse nada e o pouco tempo em que o encarei
me senti caindo um pouco, como se algo estivesse errado. Como o que eu
estava vendo não fosse correto.
Eu não sabia como agir,
apenas correspondia ao seu olhar, contemplando sua pele marrom
avermelhada e seus olhos ocre, ligeiramente amendoados.
Ele então sorriu de uma maneira triste.
–
Talvez agora você não entenda o que eu quero dizer, mas eu não duvido
que demore muito para isso acontecer. – Ele levantou os ombros.
–
Em um momento você vai se sentir perdida, como se nada mais fizesse
sentido ao seu redor. – ele fixou novamente seus poderosos olhos nos
meus e senti um tipo de raiva neles.
– Quando isso acontecer
você pode me procurar. Eu moro perto de uma cidade chamada Caracaraí,
no Estado de Roraima. Talvez nos encontremos antes de você precisar,
talvez não. Veremos.
Ele passou a mão direita na testa, como se a conversa o cansasse.
–
De qualquer modo Renesmee eu sei que você vai precisar de mim. – então,
com um suspiro ele levantou a cabeça, olhando para o céu azulado acima
de nós.
Eu me senti mal, como se vivesse em uma esfera diferente da dele.
– Sim, disso eu sei com certeza. – completou como se divagasse.
Ele observou um pouco a vegetação ao redor e então me encarou novamente.
Levantou-se em um átimo.
– Quer apostar corrida até a casa?
Eu sacudi a cabeça confirmando, aliviada.
– Então vamos!
Ele partiu na minha frente. Seus cabelos negros tremulando na longa trança.
Autora Nina
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