Meu nome é Renesmee Carlie Cullen.
Sou filha de Edward e Bella Cullen. Sobrinha de Alice, Jasper, Emmett, Rosalie e neta de Carlisle, Esme e Charlie e Reneé.
Excluindo
meus avôs Charlie e Reneé (de quem, junto com Esme, herdei o nome) meus
outros parentes são vampiros. Eles são diferentes dos vampiros normais
por que não matam humanos e sim animais para se alimentarem. E eu sou
meio humana e meio vampira, já que Bella me teve antes de se
transformar.
Eu tenho a sorte de ter uma família muito
grande e de todos serem extremamente amorosos. Essa consideração pela
vida humana como “lema” é o que une a minha família e os tornam tão
particulares: vampiros normalmente não têm casa, ou costumam viver bem
com outros de sua espécie, em harmonia.
Carlisle é o vampiro
mais velho, o mentor, apesar de aparentar não ter mais idade que os
outros; nada comparado com o vovô Charlie pelo menos (pai de Bella);
Esme é sua esposa, ela é doce e maternal; tia Rosalie e tio Emmett: ela
linda e ele grandalhão; tia Alice e tio Jasper ela é meio avoada e
totalmente alegre e, bem ele é meio fechadão; e meus pais Edward e
Bella. Esses são os Cullen.
Eu nasci em uma cidadezinha
chuvosa no estado de Washington chamada Forks que apesar de ser pequena
tem também suas particularidades (não estou falando de minha família
estar instalada aqui há anos se passando por mortais), por exemplo,
existe uma tribo indígena na região chamada Quileutes e esses, por
motivos que alguns poderiam chamar de mágicos, tiveram uma transformação
devido à presença de vampiros em suas terras: eles podem se transformar
em lobos. Na verdade Super-Lobos. Bella me disse que quando o bando
começou a aumentar houve um boato de ursos descontrolados à solta.
Ei, eu ri um bocado da cara de Jacob quando ouvi isso.
Ah,
Jacob é meu melhor amigo. Ele é um dos chamados Alphas (isso quer dizer
líderes) das duas matilhas de Lobos de Forks. O outro é Sam. Eu nunca
falei muito com ele, mas Jacob o respeita bastante, assim como minha
família.
Em falar em magia nós somos também cheios de
“talento”, por assim dizer. Alguns têm poderes especiais (como os
X-Men), como tia Alice que pode ver algumas cenas do futuro (apesar de
eu e os Lobos darmos “interferência” em seu poder); tio Jasper que
“sente” as emoções das pessoas e pode interferir nelas e, finalmente,
meus pais.
Edward pode ler mentes. De todo o mundo, tá menos
de Bella por que ela tem um incrível escudo que era extremamente forte
mesmo quando era humana, na verdade foi isso que atraiu os dois, além de
outros fatos... mas Edward também pode ler minha mente.
Bella
recentemente conseguiu extrair esse escudo para poder utiliza-lo como
proteção em uma situação recente totalmente assustadora para todos
aqueles que eu amo. Deixe-me tentar explicar:
Por eu ser mestiça todo mundo ficou meio assustado quando Bella engravidou por que ninguém sabia o que poderia sair de lá.
Tio
Emmett me disse que a situação quase ficou feia com os Lobos por que
eles tinham medo de eu machucar as pessoas de Forks, de ser
incontrolável. Eu não sei muito bem como tudo se resolveu por que no
meio da conversa Bella apareceu e ficou muito brava com tio Emmett que
parou de falar. Eu só sei que depois que eu nasci tudo ficou bem com os
Lobos.
De qualquer forma um dia uma vampira que era
conhecida da família veio nos visitar, só que antes que conseguisse
conversar com alguém ela me viu e achou que eu fosse outra coisa. É que
certa vez alguns vampiros transformaram crianças humanas, algumas delas
viraram um tipo de monstro e isso foi errado, então houve uma guerra
para poder controlar os danos causados por isso. E essa vampira chamada
Irina pensou que eu fosse uma dessas crianças.
Eu sei disso por que ouvi um pouco quando Carlisle explicou pra Jacob do por que dos Volturi estarem vindo atrás de nós.
Os
Volturi são os chefões dos vampiros (como eu penso neles). Eles têm
aparência empoeirada (são muito antigos mesmo e a pele deles é
branquíssima) e imponente, já que governam todos os vampiros e cuidam
para que nada saia dos trilhos, e Irina contou a eles sobre mim. Sobre o
que pensou que eu fosse, então eles vieram punir por Justiça.
Alice
previu a vinda deles e todo mundo ficou com medo. Só que eu sou
diferente por que eu cresço bem rápido e meu coração bate, então alguém
teve a idéia de reunir muitos amigos pra testemunharem para os Volturi
que eu não era uma criança imortal. Muitos vampiros vieram para casa
então, algumas também com talentos especiais. Então quando os Volturi
vieram eles testemunharam que me viram crescer, que tinha sangue
correndo em minhas veias.
Os líderes – Marcus, Aro e Caius –
tiveram que acreditar nelas. Só que mesmo assim eles arrumaram um
motivo para atacarem a todos nós: o fato de eu crescer muito rápido e
sem perspectiva de parar fez com que eles dissessem que eu era uma
ameaça. No entanto Alice, que tinha sumido desde que teve a visão da
vinda deles, voltou com sua própria testemunha: Nahuel.
Ele
era mestiço como eu e ainda tinha irmãs mestiças. Ele relatou que também
cresceu rápido – atingiu a maturidade física com 7 anos de vida - e
desde então (um século e meio depois) estava igual.
Então os Volturi não tinham mais desculpas para nos atacar e foram embora.
Nessa
época eu tinha sete meses de vida, mas aparentava ter 3 anos e meio
fisicamente. Intelectualmente eu era bem mais avançada.
De
qualquer forma, no dia seguinte ao de termos nos livrado dessa ameaça,
todos tinham ido embora menos Nahuel e sua tia Huilen que estavam
hospedados conosco. Vale falar que vampiros não dormem, mas eu sim. E os
Lobos também.
Quando acordei na próxima manhã o nível de
alegria e tranqüilidade era extremamente relaxante em comparação com
todos os meses de tensão apenas aguardando os Volturi.
Meus pais me saudaram quando acordei, me ladeando.
– Tudo bem Nessie? – minha mãe não gostava desse apelido no começo.
Eu
sorri para ela, para eles, tão felizes e bonitos e de repente
perguntei, ou melhor demonstrei por meio do meu “talento” (Eu podia
mostrar lembranças visuais, ou pensamentos através do toque - totalmente
sem graça, se me perguntarem) como eles se conheceram.
Eu não sei de onde a pergunta veio, sinceramente.
Bella
ergueu as sombrancelhas surpresa e Edward sorriu abertamente. Então
eles se entreolharam totalmente envolvidos antes de Bella rir e se
voltar para mim.
– Essa foi surpreendente.
Eu sorri.
Depois de algum tempo ouvir embevecida meus apaixonados pais contarem como tinham se
conhecido,
o relato deles finalmente foi interrompido por meu estômago que exigia
ser preenchido e anunciou o fato com um ronco extremamente embaraçoso.
Eles então decidiram que era hora de eu me vestir para irmos à Casa
Grande (como eu chamava).
Nós três ficávamos durante a noite
em uma casa separada que estava construída no meio da vegetação à
noroeste da casa onde os outros viviam.
Nós ganhamos esta
particularidade para que meus pais, recém casados, pudessem ter alguma
privacidade. De qualquer forma, no meio do caminho reparei na quantidade
inabitual de vozes dentro da casa.
Quando cheguei e pude visualizar o motivo dei palmas e pulos de alegria.
Além dos Cullen a casa estava tomada pelos Quileutes.
Todos me olhavam quando entrei. Eu acenei para eles enquanto Edward me colocava de pé no chão.
– Eles estão aqui para comemorar – ele me explicou
Percorri a maré de rostos, ainda sorrindo. Muitos dos Quileutes eu ainda não conhecia ou não tinha tido muito contato.
Então,
depois de percorrer grande parte dos presentes, vi Jacob com os braços
cruzados no meio de Quil e Embry sorrindo de volta pra mim. Eu me voltei
para meus pais de forma pedinte e Edward assentiu permitindo. Um
segundo depois já estava correndo em sua direção.
Jacob
provavelmente era a pessoa mais alta do local (tirando tio Emmet), mas
como estava abaixado e encostado na parede eu tinha justificativa por
não tê-lo notado de imediato.
Quando me viu correndo para
ele sorriu, como sempre sorria, e então se abaixou abrindo os braços
para me acolher. Eu abracei seu pescoço feliz e ele me envolveu com seus
braços me levantando enquanto se erguia da posição baixa. Sua risada
rouca em minha orelha.
– E aí baixinha? Eu já estava ficando cansado de te esperar. – ele disse, enquanto me ajeitava em seus braços.
Eu
coloquei minha mão em seu rosto e mostrei como meus pais me contaram
sobre eles naquela manhã. Ele franziu as sobrancelhas por um instante e
depois voltou a sua expressão normal.
– Foi uma manhã cheia, então? – eu assenti com a cabeça
Enquanto
conversávamos as pessoas ao redor pararam de prestar atenção ao que
fazíamos e retomaram suas conversas interrompidas com nossa chegada.
Jacob se virou para mim, então.
– Quer conhecer meus irmãos?
Eu chacoalhei a cabeça em concordância e quando reparei Bella e Edward me ladeavam pelo lado esquerdo.
–
Teria como nos apresentar também? Ainda não tivemos a oportunidade de
conhecermos seus... novos irmãos – ele disse, franzindo levemente o
cenho.
Jacob deu uma risada como se fosse para si mesmo e respondeu
– Verdade, acho que Sam quis esconder eles um pouco.
Eles sorriram levemente uns para os outros e eu sorri para eles de volta sem entender totalmente o comentário.
Eu
cumprimentei Embry, Quill e Seth que estavam à sua volta (Seth tinha
acabado de chegar com uma bandeja de salgados) e levei novamente minha
mão ao seu rosto para perguntar sobre Leah.
Ele sacudiu a cabeça e me respondeu de maneira séria:
– Ela não estava se sentindo a vontade e resolveu não participar da festa.
Eu considerei a resposta. Apesar de Leah se manter afastada eu gostava dela.
Jacob
se dirigiu para o lado esquerdo onde Sam estava conversando com Jasper,
me surpreendi como pareciam amigáveis. Atrás deles, mais próximos à
janela, estavam três rapazes que enquanto nos aproximávamos reparei
serem completamente idênticos.
– Nessie, Edward, Bella. Esses são os Redsun. Billie, Rich e River, os trigêmeos.
Eu
não poderia compara-los ou identifica-los. Os três pareciam ser
bastante jovens, todos com músculos aparentes apesar de magros. Tinham
um rosto bastante afilado em relação aos Quileutes que eu conhecia, seus
narizes aquilinos. Os olhos, no entanto, pareciam maiores do que os do
restante. A pele luzidia de seus braços tremeu quase uniformemente
quando nos aproximamos.
– Por que eles são iguais? – não pude deixar de perguntar quando percebi suas faces semelhantes.
–
Eles são irmãos que compartilharam coisas dentro da barriga da mãe.
Todos eles nasceram quase ao mesmo tempo – me explicou Edward – Isso
pode acontecer às vezes.
Eu, bastante curiosa, me ergui ante os braços que me seguravam.
– Posso tocar vocês, por favor? – pedi
Os três, que até então apenas alternavam olhares de meus pais para Sam, me encararam.
–
É que eu nunca vi isso! – tentei me justificar, pensando que talvez
tivesse machucado eles pelo modo como me expressei. Edward havia me
explicado há muito tempo que algumas pessoas poderiam se ofender com
perguntas curiosas.
Naquela época eu tinha perguntado para
Zafrina se não existiam homens no Brasil, país em que tinha nascido. Eu
não sabia da existência de Nahuel ainda.
De qualquer forma eles pareceram não se importar.
– Como assim, eu sou o mais bonito! – Fez o mais próximo à janela, enquanto o que estava mais rente a nós girou os olhos.
–
Por favor, desculpe nosso irmão. – fez ele – River gosta muuuito dele
mesmo. – Reparei que o timbre de sua voz parecia um pouco mais grave do
que o que tinha se pronunciado antes.
O do meio riu.
– Como se o Billie não fosse mais convencido – fez ele para River, cutucando-o com o ombro.
Eu gargalhei. E então algo me ocorreu.
– Deve ser bom ter irmãos! – exclamei, alegre por estarem alegres.
Senti Jacob se endurecer.
– Não se você tiver duas irmãs... – respondeu ele, dando de ombros.
– Eu queria conhecer Rachel e Rebecca – respondi.
– Não sei Nessie, elas são chatas.
– O que quer dizer “chatas”?
Todos riram.
– São pessoas que a que nos aborrece ficar junto. – Respondeu Bella.
– Eu não sei o que isso quer dizer – respondi
Todos riram novamente.
– É que você acabou de conhecer os Redsun. – respondeu Jacob, sentenciando.
Depois
fomos apresentados aos quatro outros novos membros dos bandos: Peter,
que era o mais baixo de todos, apesar de encorpado; Jeremy que tinha um
rosto redondo e dentes ligeiramente encavalados; Hawik e Joseph, que
também eram irmãos. Hawik – o mais velho - tinha uma mecha branca
tingindo o lado esquerdo de seus cabelos curtos; e finalmente Joseph que
parecia ser extremamente sério em seu rosto moreno e anguloso.
Emmett
e Rosalie estavam acompanhados de Paul e Jared; Carlisle conversava com
Esme, Collin e Nahuel e Alice estava no que parecia uma explicação
sobre sentimentos femininos com Brady. Huilen estava sozinha sentada em
um dos degraus da escada, parecendo se sentir muito desconfortável.
Em
determinado momento Sam foi até Carlisle, atravessando a sala. Era
impossível não perceber sua importância quando todos os dezesseis
Quileutes pararam automaticamente para prestar atenção aos seus
movimentos. Inclusive Jacob que naquele momento estava em uma conversa
com meus pais sobre as lendas de sua tribo.
Após alguns segundos Carlisle surpreendentemente abraçou Sam.
– Ouçam todos! – disse, assim que se separaram – Sam acabou de me informar que marcou a data de seu casamento com Emily!
Todas deram vivas.
–
Apesar de não podermos comparecer nesta oportunidade, estamos honrados
em sermos informados e gostaria de desejar o melhor para os noivos!
Alguns aplaudiram e outros gritaram em felicidade ao acontecimento.
Jacob então se virou para meus pais.
– Eu queria levar Nessie. – disse.
Senti a tensão emanar por eles.
– Não sei. – Bella respondeu – Nessie nunca foi a nenhum lugar fora daqui além da casa de Charlie.
–
Vamos lá, Bella. Você ia deixar eu cuidar dela se acontecesse alguma
coisa com vocês, eu devo servir pra cuidar dela nessa festa !
– Isso foi golpe baixo, cachorro – Edward respondeu, transformando seus olhos em fendas
Bella chacoalhou a cabeça
– Não, ele está certo. É que eu não fico confortável com a idéia em estar longe dela em um ambiente tão diferente.
Os três ficaram em silêncio um momento.
– De eu ficar com humanos sem vocês, você quer dizer. – Ponderei
Um arrepio percorreu o braço que me segurava.
– Não se preocupem. Eu sei que machucar eles é errado. – tentei convencer
Minha mãe suspirou. Reflexo psicológico involuntário.
– Renesmee você sabe o quanto isso é assustador?
– O que? – perguntei curiosa
– Você não saber o que significa a expressão “chato” mas conseguir entender exatamente o que eu estou pensando?
Edward esfregou seu braço carinhosamente, sorrindo.
– Acho que vamos ter que deixar ela ir.
– É. Eu acho que sim. – respondeu Bella com uma expressão inconformada e orgulhosa ao mesmo tempo.
Jacob sorriu e eu devolvi toda a felicidade para ele batendo palmas de satisfação.
–
Por que vocês não foram convidados? – consegui perguntar finalmente aos
meus pais, enquanto me colocavam para dormir após horas de festa e a
saída dos Lobos (que terminou com um após o outro se transformando em
nosso gramado enquanto partiam – Jacob ficando por último, é claro).
–
Houve um acordo há muito tempo atrás que nos proibia de passar certo
território por que poderíamos machucar alguém. – Começou Edward
Eu fechei a cara. Isso não parecia justo.
– Se fosse por Sam ou Jacob nós seríamos convidados, mas muitas das pessoas da tribo ainda tem medo de nós. – continuou ele.
– Por que?
Meus pais se entreolharam
–
Algumas pessoas têm medo do que não entendem, Renesmee – fez minha mãe –
elas ficam assustadas, precisam de uma explicação para aquilo estar
acontecendo. Além disso são poucos os vampiros que respeitam a vida
humana, eles têm motivos para terem medo de nós.
Eu chacoalhei minha cabeça, como tinha aprendido com Bella. Eu não entendia direito.
– Agora durma, preciosa – falou meu pai.
Ele começou a cantarolar a minha cação de ninar e eu pisquei lentamente e peguei no sono logo depois.
Autora: Nina
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