4ª Regra: Nunca faça Perguntas
Era
meia-noite e meia quando eu cheguei em casa. Retirei meu casacão
sentindo uma ardência forte em meu braço direito. Com cuidado retirei
meu pólo e analisei a ferida. Um pouco mais abaixo e teria atingido uma
artéria e a essa altura eu estaria me esvaindo em sangue até a morte. E
pensando bem não me parecia uma má idéia de todo. Havia perdido alguém
muito importante para mim em tempos. Não que eu tivesse nutrido algum
tipo de amor profundo. Eu nem sabia o que isso era. Apenas uma
paixão…física. E carinho, muito carinho. A considerava mais como uma
irmã. Uma melhor amiga com quem de vez em quando aliviava minhas
necessidades.
Me
encaminhei para o único banheiro do Estúdio e peguei na caixa de
primeiros socorros retirando bastante algodão, faixas de gaze. O
desinfetante tinha acabado, então teria de utilizar os métodos caseiros
para limpar a ferida. Fui até o pequeno bar que eu tinha montado a um
canto da sala e peguei em água ardente. Voltei para o banheiro com a
garrafa, desenroscando a tampa com os dentes e a cuspindo para um canto
qualquer. Inclinei meu barco para a frente, sobre o lavabo e apertei a
mão, respirando fundo, ao tempo que o líquido derramava pelo gargalo da
garrafa e caia por sobre minha ferida. Cerrei os dentes com a forte
ardência, acompanhada pela dor que atingia meu braço.
Logo em seguida coloquei uma camada grossa de algodão na zona do raspão e o envolvi com os panos de gaze, dando um nó no final.
Depois disso fui me deitar, tentando achar de novo o botão de switch off que me havia feito adormecer da outra vez. Só que dessa vez o botão meio que tinha se evaporado.
A
cena de Kate desfalecendo no chão, do sangue vermelho escuro manchando
sua gabardine e da sua expressão horrorizada quando sentiu sua vida se
esvaindo juntamente com o sangue que jorrava por seu peito, martelavam
em minha cabeça como um Pica-pau perfurando a madeira insistentemente.
Era doloroso.
Permaneci
acordado a noite toda chorando silenciosamente e em meio a todo esse
turbilhão de pensamentos, eu me apercebera de quando eu ficara tão
sentimental desse jeito. E sem dúvida nenhuma tinha sido desde que ela entrara em minha vida.
~~*~~
Me
remexi na cama sentindo minha cabeça latejar de tal forma conforme eu
ia abrindo os olhos. Ajustei a vista e olhei para a janela constatando
que ainda estava de noite. Me virei para o lado tateando no criado-mudo o
meu relógio.
Assim
que o peguei forcei um pouco a vista para perceber que horas eram.
Franzi o cenho ao constatar que eram 22h43. Como o tempo poderia ter
andado para trás?
Me
sentei direito na cama me encostando na cabeceira e esfregando os olhos
com a mão. Tornei a olhar o relógio e o calendário e percebi que havia
dormido um dia inteiro. Já era sábado, 13 de Novembro. A dor de cabeça
estava se tornando cada vez mais forte e eu não estava mais suportando.
Me ergui para ir no banheiro procurar um remédio para aplacar a dor, mas
não tinha nada. Teria de ir na farmácia. Tomei uma ducha rápida e
troquei de roupa. Vesti uma camisa azul clara, com finas riscas brancas e
uma calça de sarja preta. Calcei um sapato escuro e vesti por cima da
camisa meu blusão de couro preto.
Assim
que saí de casa e a luz das escadas de emergência se acenderam e
incidiram em meu rosto senti meus olhos ardem pungentemente e
consequentemente fazendo minha cabeça quase explodir como uma bomba
relógio. Apertei o passo optando por descer as escadas de incêndio ao
invés de descer pelo elevador. A oscilação da descida e a gravidade
fariam minha cabeça por certo, ficar em papas. Assim que alcancei a
portaria saí apressado ignorando os chamados de Henry.
Por
sorte as luzes dos candeeiros das ruas estavam maioritariamente
desligadas, como era típico, dando um ar mais carregado e sombrio à
extensa rua. Com as fortes dores que me atingiram nem percebi quando
cheguei em frente à farmácia, apenas me dei conta que tinha de parar
devido à luz ofuscante que me atingiu vindo de dentro da loja. Cerrei os
olhos tomando forças para entrar sem que minha cabeça estourasse.
Caminhei apressado até o balcão esperando ser atendido.
-O que vai querer senhor? – Uma bela moça asiática me perguntou.
-Algo forte e rápido para enxaquecas. – Falei custosamente esfregando as têmporas.
Só me apercebi que não estava sozinho no ambiente quando escutei o som de alguém tossindo.
-Mamãe, está doendo. - A suposta menina que estava tossindo se queixou.
-O senhor já foi buscar o remédio, meu amor. Daqui a nada deixa de doer. – Meu corpo se tensionou quando eu reconheci sua voz.
Me virei para trás e a vi no outro balcão lateral, de costas para mim também. Ela parecia também não me ter notado e estava visivelmente preocupada.
A
menina no seu colo, que logo eu percebi como sendo sua filha, me olhou
fixamente com seus olhos chocolate, tal e qual os da mãe. Ela me sorriu e
só então eu percebi que ela devolvera o sorriso que eu abrira para ela.
E eu nem me tinha apercebido de quando começara lhe sorrindo.
Instintivamente comecei lhe fazendo caretas tentando abstrair dela a dor que ela sentia. A garota começou rindo e null estranhou isso.
-Do que você está rindo, null? – null perguntou e a menina apontou para mim.
null se virou para trás me olhando totalmente surpresa. Nesse momento eu percebi que minhas dores de cabeça haviam sumido.
-Oi. – Me vi falando para ela, inconscientemente.
-Oi… - Ela me cumprimentou irresoluta.
-Oie. – A menina também me cumprimentou.
-Qual o nome da bela princesa que está na minha frente? – Eu perguntei diretamente para a menina surpreendendo ainda mais null.
-null. Mas pode me tratar de null. É mais bonito.
-Você tem mesmo o nome de uma bela princesa. – Elogiei - E quais são os monstros que estão te deixando tão doentinha desse jeito?
-Tosse e febre. – Ela especificou torcendo seu narizinho.
-Ugh! Monstros danados! – Torci o nariz também.
-Aqui estão os remédios. Tome esse xarope duas vezes por dia e esses comprimidos depois das 3 principais refeições do dia. – O farmacêutico indicou voltando para o balcão.
-Aqui está. – A farmacêutica que me atendeu estendeu uma caixa de comprimidos. - Tome um agora e depois tome um de 6 em 6 horas durante dois dias. Se a dor prevalecer, contate seu médico. – Indicou e eu assenti.
-Eu não quero! – Escutei a vozinha da menina soar estridente e quando eu me voltei ela desviava o rosto do xarope.
-null. Não brigue comigo. Vamos, tome o xarope! – null insistia pousando a filha em cima do balcão e tentando fazer a menina beber o xarope.
-Ei, princesa, porque você não quer tomar o xarope? – Perguntei caminhando até ela e me agachando na sua frente, ficando na mesma altura que ela.
-Sabe mal. Eu não gosto! – Ela embirrou cruzando os braços.
-Então
você gosta que os monstros vivam dentro de você e te deixem cada vez
mais fraca? Você vai deixar os monstros vencer essa batalha? – Perguntei o mais docilmente possível.
-Mas sabe mal! – Ela choramingou.
-Você tem de deixar os cavaleiros guerreiros lutar contra os monstros. – Tentei animá-la e ela me olhou ainda hesitante.
-null. Vamos lá. Você tem de tomar o remédio! – null lutava para não se irritar.
Eu a olhei de relance me surpreendendo com seu ar abatido e extremamente cansado. Me dava vontade de pegar nela no colo e cuidar dela.
-Princesa,
fazemos assim. Eu tomo com você o remédio. Tudo o que temos de fazer é
fechar os olhos, apertar o nariz e tomar o remédio todo de uma vez.
Fazemos juntos, OK? – Pedi e ela assentiu prontamente.
Olhando de relance percebi null me olhar surpreendida quando null por fim tomou o xarope e mais surpresa ficou quando eu cumpri com a minha parte e tomei ao mesmo tempo que null. Depois que tomou, null fez uma enorme careta e eu a acompanhei, por pura brincadeira.
-Esse guerreiros são horríveis! – Comentei e ela gargalhou. – Mas eu tenho uma maneira de tirar o sabor deles da boca. – Anunciei pegando em duas balas que haviam em uma tacinha em cima do balcão.
null sorriu abertamente olhando a bala com cobiça e retirando o papel apressadamente, o colocando na boca.
-Hum, peguei um de morango! – Ela exclamou lambendo os lábios e me sorrindo.
-Eu peguei um de laranja. – Lhe sorri de volta.
-Muito obrigada, Sr. Black. – null me agradeceu pegando a filha no colo e pagando os remédios.
-Me trate apenas por Jacob, null. – Pedi a olhando ternurentamente.
Ela
me sorriu abertamente pela primeira vez na vida fazendo meu coração
disparar mais do que ao que estava, o fazendo quase sair pela boca. E
por acréscimo senti um monte de borboletas voando em meu estômago me
deixando nauseado, mas de uma forma boa…muito boa. Me senti um bobo. Um
adolescente apaixonado.
OH DIABOS! Como eu não percebi isso antes? Como eu não percebi antes que estava apaixonado? Claro, porque eu nunca estive apaixonado e porque eu nunca me senti desse jeito antes.
-Jake! – Só percebi que tinha viajado quando null puxou por meu braço ferido.
Silvei um pouco de dor, mas tratei de a ocultar sorrindo para a mocinha.
-Desculpe, princesa, acho que me distraí pensando em outras coisas. – Esclareci.
-Eu já estou indo embora.
– Ela montou um biquinho fofo se abraçando ao pescoço da mãe que se
dirigia para a porta de saída depois de me dar um breve tchau e um meio
sorriso.
-Esperem! Eu vou com vocês. Quer dizer…eu acompanho vocês!
– Me corrigi atirando uma nota para cima do balcão e dizendo à moça
para ficar com o troco, correndo em seguida em direção à saída.
-Você vem com a gente? – null sorriu abertamente.
-Vou vos acompanhar até casa, para vos proteger dos monstros maus que por vezes andam na rua. – Esclareci fazendo uma cara séria e ao mesmo tempo divertida.
-Você é um cavaleiro guerreiro? – Ela quase sussurrou se inclinando para mim.
-Sou sim. Mas não diga a ninguém. É segredo! – Avisei no mesmo tom que ela colocando o dedo indicador em frente aos meus lábios.
-Shuuuuu. – Ela imitou meu gesto acompanhado de um som.
null continuava me olhando admirada e eu percebi um certo brilho acrescendo em seu olhar. Talvez admiração? É, talvez…
O resto do curto caminho, caminhamos em silêncio. null mantendo seu olhar sobre
null e esta olhando fixamente para mim. Me sentia meio que intimidado
com o seu olhar, mas sabia que ele não me apresentava perigo nenhum.
Chegamos em frente ao prédio onde null morava, juntamente com Jane. Era o prédio em cima do restaurante WHF, que pertencia a Edmundo Wagner.
null e Jane ocupavam o último andar do prédio de apenas quatro andares e
Edmundo Wanger ocupava o segundo. O terceiro estava para alugar e o
primeiro estava em obras para servir de extensão do restaurante.
-Chegamos. – null anunciou desconcertada me olhando.
-Mamãe, eu quero que seja o Jake a me deitar. – null pediu erguendo a cabeça da curvatura do pescoço da mãe e a olhando.
-null! – null repreendeu corando um pouco. – Desculpe por isso. Ela…ela nunca fez isso antes…er…
-Eu não me incomodava nada de deitar essa princesa. Você se incomodava? – Perguntei sentindo meu peito se encher de esperanças de visitar seu ninho e estar mais próximo dela.
-Deixa mãe! Deixa, deixa, deixa! – null pedinchou a meu favor.
-Eu não sei… - null hesitou olhando de mim para a filha e vice-versa.
A filha fez um beicinho e uns olhinhos pidões se preparando para implorar.
-Acho que sua mãe não vai deixar. – Provoquei null, que me fuzilou com um olhar, se recompondo logo em seguida e pigarreando.
-Tudo bem. Você pode entrar. – Ela assentiu abrindo de vez a porta do prédio.
Eu
segurei a porta lhe cedendo passagem e a segui até o elevador. Chegamos
no último andar completamente em silêncio. Não tão completamente. Meu
coração era quase possível de se escutar de tão forte que ele batia.
Assim
que entramos em casa, nos deparamos com Jane e o namorado que vinham da
cozinha com uma taça de pipocas na mão e dois copos e suco.
-Jacob? – Jane exclamou me olhando.
-Vem Jake, vem. Eu quero que você me conte uma história. – null pedia me puxando pela mão, depois que null a posou no chão.
-Eu já volto. – Sorri desconcertado para Jane que olhou inquisitiva para a amiga.
Assim que entrei no quarto de null, ela se deitou na cama e eu fui até ela ajeitando as cobertas.
-Me conta uma história. – Ela pediu me olhando com seus olhinhos chocolate.
-Que história você quer? – Perguntei me dirigindo até uma estante cheia de livros com histórias infantis.
-Não quero nenhuma que está aí. Eu quero uma história original. Sobre cavaleiros guerreiros como você. – Ela me exigiu e eu engoli em seco.
Ponderei
e pensei que história que haveria de contar para a garotinha. Não era
propriamente um bom contador de histórias…Resolvi improvisar.
-Era
uma vez um garotinho solitário que vivia encarcerado em um forte. Ele
não tinha pais, nem ninguém no mundo. Então um senhor o resgatou e o
acolheu em seu castelo o treinando e ensinando para ser um cavaleiro do
mal. E durante longos anos o garotinho foi um cavaleiro do mal
destruindo tudo na sua volta sem se importar com nada nem ninguém. O
garotinho fugiu do castelo assim que se tornou um jovem adulto, mas
mesmo assim não deixou de ser um cavaleiro do mal. Por mais que ele
fugisse, por mais que ele encontrasse pessoas boas no caminho que o
quisessem ajudar a mudar…ele nunca queria abandonar aquela vida. Então,
anos depois, uma bela moça entrou em sua vida e com ela, ela trouxa um
bem precioso para ele. Os sentimentos. Desde que a vira, mesmo que nunca
tivesse falado diretamente com ela, nem se aproximado dela, porque ele
tinha receio de ser rejeitado quando ela descobrisse o que ele era, sua
vida mudou completamente e o garoto começou se importando com as pessoas
que destruía. Mas ele não percebia nem como nem porquê ele estava
mudando. Só sabia que a cada dia que passava ele pensava cada vez mais
em deixar de ser um cavaleiro do mal. Então um dia ele conheceu uma
princesa e essa princesa lhe mostrou o porquê dele estar mudando. Depois
disso ele se apercebeu que bastava querer e ele poderia ser um
cavaleiro do bem, um guerreiro. E então ele tomou a decisão de mudar, de
se tornar uma pessoa melhor, tudo para que a bela moça, pela qual ele
descobrira que estava irrevogavelmente apaixonado, o aceitasse. –
Terminei tornando minha história de vida em um conto de fadas inacabado e
me apercebendo que tinha acabado de tomar uma decisão enquanto
terminava de contar aquela história.
-Nossa, que história linda. E como foi o final? – null questionou entre bocejos, seus olhinhos pesando cada vez mais.
-Isso eu ainda não sei princesa. O garoto ainda está tentando mudar. – Acariciei seu rosto.
-Hun… - Bocejou. – Eu só espero que a bela moça o aceita. – Ela murmurou de olhos fechados virando seu corpinho para o outro lado da cama.
-Eu também, princesa, eu também. Boa noite. – Beijei seus cabelos e me ergui para sair, me apercebendo que null estivera o tempo todo escutando a história.
Será que ela havia percebido que eu falava sobre mim?
Seus olhos estavam marejados, mas seu rosto estava seco. Ela estava contendo as lágrimas.
Eu saí do quarto fechando a porta atrás de mim e null permaneceu no corredor, encostada na parede, de abraçando sua cintura, me encarando sem uma expressão decifrável.
-Foi uma bela história. – Ela me sorriu me olhando nos olhos fixamente.
-É. Inventei na hora. E eu que pensava que não era bom a inventar essas coisas. – Menti descaradamente mas ela não me contestou.
Só quando esfreguei o rosto é que percebi que estivera chorando. Limpei o rosto imediatamente e segui null até a sala.
-Jacob, você não gostaria de ficar aqui com a gente assistindo maratona de The Vampire Diares? – Jane convidou o mais sorridente possível me impedindo de dizer não.
-Se eu não estiver atrapalhando. – Olhei para null.
-Atrapalha nada, cara. Senta aí do lado de null. - Apontou para o sofá de dois lugares. Jane e Emmett estavam sentados no chão, encostados na poltrona lateral ao sofá.
Eu me encaminhei até o sofá me sentando do lado de null, que se havia sentado logo que chegara na sala.
Assistimos
a maratona da série sobre vampiros e eu meio que me identifiquei com o
tal de Damon. Ele era uma espécie de cavaleiro do mal que por amor
estava mudando…OK, comparação infeliz e lamechas.
Ficamos
durante o resto da madrugada bebendo um vinho e jogando conversa fora.
Emmett revelou que o haviam convocado para fazer uns testes para entrar
na CIA e que era praticamente garantido que ele dentro em poucas semanas
seria um Agente.
Aquela
conversa me deixou um pouco tenso, mas tentei não me mostrar demasiado
abalado. Eram quase 5 da madrugada quando retornei a casa. Tinha passado
um serão bastante divertido e acolhedor junto de null, Jane e Emmett, que se mostrou ser um cara muito animado e legal.
Assim
que entrei em meu prédio, Henry, que dentro de poucas horas sairia de
seu turno da noite, me entregou meu correio. E dentre ele estava mais um
daqueles envelopes. Trinquei os dentes pensando o que mais ele me
encomendara. Independentemente do que fosse, esse seria meu último
serviço.
Assim
que cheguei em casa fui logo abrindo o envelope e retirando a pasta. No
mesmo instante meu celular tocou. Atendi sem ver quem era depois que
abri a pasta. Estava em estado catatónico ao ler a ficha.
-Sr. Black? – Logo reconheci a voz do sacana filha da mãe.
-Você só pode ser um louco filha da puta se pensa que eu vou realizar esse serviço! – Urrei entre dentes apertando a pasta em minhas mãos. – Não há porquê eu realizar esse serviço! Me diga o que ela fez? – Embravecei colérico e ele apenas me deu uma risada sardónica.
-Eu já depositei o dinheiro desse serviço na sua conta. E o do outro também. Aquele que você não realizou. – Comentou indiferente.
-Eu estou pouco me lixando para o dinheiro. Pode enfiar ele todo… - Me contive para não explodir em insultos. – O que ela fez?
-Não faça perguntas, senhor Black! Você está quebrando sua quarta regra: Não fazer perguntas! – Meus olhos se arregalaram com tal constatação.
Apenas eu sabia quais as minhas regras. Ele só podia ter investigado minha vida a fundo! Mas ele não sabe com que se meteu!
-E
só mais uma coisa! Eu mudei de idéias quanto ao prazo do cumprimento do
serviço. Você tem até as 23 horas desse mesmo dia para cumprir o
serviço. E nem tente me desafiar de novo. Você se arrependerá
amargamente. – Me ameaçou e eu rosnei.
-Acha que eu tenho medo das suas ameaças, seu cão sarnento!?
-Se você preza pela vida da bela moça e da princesinha, é bom que cumpra o serviço! – Ele tornou a ameaçar, mas dessa vez era a vida de null e
null que ele ameaçava. Utilizando termos que há poucas horas eu
mencionara, sem ninguém para desconfiar por perto…ele deveria ter
colocado escutas.
Senti minhas veias queimarem de raiva, como se em vez de sangue que corresse, era a lava de um vulcão.
-Estamos entendidos? – Perguntou autoritariamente.
-Sim.
– A palavra me saiu como um quase murmúrio enraivecido e antes de eu
puder contestar, ouvi o típico som do celular acusando fim de chamada.
Autora - Baby Sun
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