Eu estava na árvore e Esme sabia-o mas mesmo assim, sentou-se encostada à árvore e começou a falar.
- Podes não querer me ouvir mas eu vou falar na mesma, eu entendo o que estás a sentir, entendo a angústia, entendo o sofrimento e acima de tudo entendo a tua revolta, mas entende que é o melhor para todos. Para ti e para a tua família, vais faze-los sofrer mais se te virem ou pior pensavam que não eras tu, estás modificada Rosalie.
Modificada? O que que ela queria dizer com modificada,
- Quero que saibas também que estou aqui para tudo, para os sorrisos, para os desabafos, para as alegrias e para as tristezas, podes contar comigo para tudo. – Vi ela a levantar-se e a ir embora – bem, era isto que queria que soubesses.
Começou a andar em direcção a casa. Eu desci da arvore e chamei-a.
- Esme?
Ela virou-se e sorriu-me.
- Sim?
- Ajuda-me a ultrapassar isto? – Perguntei
- Sim, claro.
- Obrigada.
Ela aproximou-se de mim e abraçou-me, aquele abraço fez-me lembrar os abraços da minha mãe, um abraço cheio de amor, carinho e compreensão. A minha mãe costumava abraçar-me sempre que eu estava triste, sozinha e deprimida. Senti que comecei a chorar, mas as lágrimas que costumavam escorrer na minha face, não vieram desta vez.
- Esme? Nós não choramos?
Ela soltou uma pequena gargalhada e disse:
- Não, ou melhor choramos mas sem lágrimas.
- Esme? Posso dizer-lhe uma coisa? – Perguntei
- Sim, claro minha querida.
- Você faz-me lembrar a minha mãe.
- Asseriu? – Eu assenti com a cabeça – Obrigada – e voltou a abraçar-me – nem sabes o que isso significa para mim – murmurou ao meu ouvido.
- Posso fazer-lhe uma pergunta um bocado pessoal?
- Claro.
- Você quando era humana tinha filhos?
- Tinha, mas ele morreu e foi por isso que me atirei de um penhasco.
- Você atirou-se de um penhasco?
- Sim, e se não fosse Carlisle a transformar-me nunca tinha encontrado o grande amor da minha vida.
- O Carlisle – murmurei.
- Sim, ele é tudo o que eu sempre quis.
- Espero um dia encontrar alguém para mim assim, alguém que seja para mim o que Carlisle é para si.
- Tenho certeza que sim, afinal és a mulher, humana e vampira, mais bonita que eu já vi, e olha que eu já vi muitas.
- Oh, você é muito mais bonita que eu.
- Não sou não queres ver? – Puxou-me consigo para um pequeno lago, olhei para baixo e vi o meu reflexo.
Eu era ainda mais linda que Esme, mais linda que qualquer mulher que eu já tinha visto. Mas os olhos incomodavam-me, eram de um vermelho vivo.
- Oh – murmurei enquanto Esme me observava – porque que tenho os olhos vermelhos?
- Porque és uma recém-nascida, e tens o teu sangue dentro de ti. Eles começam a clarear com o passar do tempo, daqui a seis meses já devem estar dourados.
- Esme, porque que a minha garganta está a arder?
- Porque estás com sede, por falar nisso é melhor irmos caçar! Pronta para a tua primeira caçada?
- Acho que sim – respondi animada.
- Então prepara-te e apanha-me se conseguires – e começou a correr.
Eu seguia, tendo certeza que era com eles que queria ficar para a eternidade, eles agora eram a minha família e Esme era a minha mãe.
Fanfic escrita por Ana Magalhães
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