Ódio, um Sentimento Apaixonado: Capitulo 46: A Chave Para O Recomeço

>PDV Bella

- Desculpe, mas não estou conseguindo acompanhar seu raciocínio. Você quer começar de novo?
- Isso. Você sabe, temos a nossa vida feita. Uma casa, um emprego e agora um amor. Bella, eu não faço idéia de quando ou se irei me lembrar de tudo que vivemos.
- Mas podemos trabalhar nisso, certo?
- Sim, podemos. Mas...
- Preste atenção: O que você esta sentindo ai... Dentro de você? – perguntei colocando a mão em seu coração.
- Felicidade, amor e... – ele deu uma pausa
- E?
- Vazio.
- Exatamente. Veja bem, não tem como você querer começar de novo sentindo esse vazio, amor. Eu prometo que te ajudarei em cada processo, farei o impossível para que você se lembre de tudo, mas, por favor, não me peça para tentar esquecer tudo que passamos, porque isso é algo que não poderei fazer.
- Tá certo. Me desculpe, não foi justo ter de pedido isso.
- Hei, deixa pra lá e me abraça ok? Só me... Abraça.

Então ele me abraçou. Não era algo que eu poderia chamar de mágico, confortante, carinhoso, amoroso, enfim, nada disso descrevia o quão maravilhoso era estar recebendo um abraço, melhor, um abraço dele. E voltamos a mais perfeita dança de nossos corpos.

[...]

- Edward, desliga essa TV logo, vamos dar uma volta. Esta nevando... Vamos ao Central Park.
- Mas está na melhor parte... – fiz um bico – Tá bom... Vamos.

Ele se levantou e pegou o casaco, me abraçando e me guiando até a porta. Assim que prendemos Jake e chegamos ao portão Edward deu meia volta.

- Que foi?
- Espere um momento, eu já volto.

Eu não conseguia imaginar o que ele ia fazer, ou melhor, o que ele pretendia fazer. Só sei que ele voltou com um cobertor dentro de uma bolsa e com uma garrafa térmica nas mãos, junto com dois copos. Não disse nada, apenas entramos no carro e fomos para o Central Park, onde tudo começou. Edward arrumou uma vaga no estacionamento e logo depois procuramos um lugar mais calmo para nos sentar.

- Pra que você trouxe esse cobertor e garrafa térmica?
- Olhe em volta.

Fiz o que ele pediu e só então percebi que muitos casais estavam sentados sobre brancos, já que a grama estava coberta de neve, e estavam cobertos por cobertores e tomavam café.

- Você pensou em tudo.
- Sempre penso.

Edward poderia até ter perdido a memória, mas o romantismo... Ah, isso nunca.

Never Leave The Sun – Yanni: http://www.youtube.com/watch?v=AjGCFwazBkw
(Tradução)Eu conheço seu exterior de um dia agitadoAndar numa estrada onde um sonho pode mudarEles me chamam lá quando uma luz foi perdidaTentando fazer sonsMostre-me o mundo com um coração abertoOlhando por dentro de tudo que você éEu só estou lá quando eu tento sonharTentando fazer sonsVocê me contou que eu sou forte o suficienteEu fugirei eu voarei para seus braçosE nunca deixarei o solOh porque eu nunca deixarei o solAlguém entre ou para acreditarEu sou tomado pela chance que você me prometeuAlguém lá de manhãE lhes dandoVocê me contou que eu sou forte o suficienteEu fugireiEu voarei para seus braçosE nunca deixarei o solOh porque eu nunca deixarei o solVocê me contou que eu sou forte o suficiente
Eu nunca deixarei o solEu quero voar para seus braçosEu nunca deixarei o solVocê me contou que eu sou forte o suficienteEu fugirei eu voarei para seus braçosE nunca deixarei o solOh porque eu nunca deixarei o solAlguém entre ou para acreditar


Nos sentamos em um banco mais afastado, seguindo o exemplo de outros casais que estavam ali e nos cobrimos, tomando uma grande dose de café bem quente. Já era cair de tarde, então o quase sol estavam se escondendo e estava ficando mais frio. Edward me olhou de lado e ficou vacilante.

- O que foi? – perguntei.
- Nada.
- Pode falar.
- Você... pensa em ter filhos? – suspirei, chegaria uma hora em que eu teria de falar sobre o assunto, acho que essa hora tinha chegado.
- Quis muito depois que nos casamos, comecei a fazer tratamento, mas...
- Mas...
- Depois do seu acidente não quis me focar em mais anda além de você. Me entende né? Deixei para me preocupar com isso depois.
- Já estamos vivendo o depois.
- Eu sei, só que tenho medo de ter um filho agora.
- Por quê?
- Eu quero Edward e antes você também queria, mas agora, você quer?

Silêncio. Eu pretendia evitar aquela pergunta angustiante por o Máximo de tempo que eu pudesse, mas simplesmente saiu, foi algo natural, não teve como evitar ou prever. O silêncio dele me cortava por dentro.

- Eu quero.
- Mesmo? – estava repleta de felicidade.
- Mesmo.
- Então mais pra frente, podemos continuar com o meu tratamento. Agora quero me dedicar apenas a você e a sua total recuperação ok?
- Você quem sabe.

Seu rosto de aproximou do meu e por um momento parei de respirar. E lá vinha o efeito mágico que ele tinha sobre mim. Completamente anestesiada, fui em sua direção e suguei seus lábios. Edward deu um sorriso e pediu passagem para sua língua. Suas mãos eram rápidas, já estavam percorrendo por toda minha costa.

- Edward, pare, estamos em público.
- Sabia que é bom viver entre loucuras às vezes?
- Eu sabia. Mais já fui insana demais... Cada coisa que já aprontei. Quero sossego agora.
- Você esta certa.

A partir de agora a vida não poderia ficar melhor ou mais perfeita. Tudo já estava em seu devido lugar. Já havia começado a fazer planos para o futuro. Passar essa tarde com Edward foi essencial para nossa relação. Conversamos abertamente sobre tudo. Vida, família, contas a pagar, despesas da casa, trabalho e afins. Disse a ele dos planos que tinha de fazer um curso mais avançado de literatura, de me especializar nessa área que eu tanto amo. Já ele veio com planos que me surpreenderam. Pretendia se candidatar a diretor do hospital. Na semana passada ele havia ido até lá para fazer um check-up e aproveitar para ver quando começaria a trabalhar novamente, então acabou descobrindo que o antigo diretor havia ido morar em outra cidade e que ele era um dos preferidos para ficar no cargo. Nem preciso dizer o quanto orgulhosa eu fiquei. Agora sim, oficialmente vivendo uma vida de casada.

Algumas semanas depois...

Estava exausta. Havia dado aula o dia inteiro, já que um dos professores faltou e eu fiquei como substituta. Alice viria aqui pra casa jantar comigo, já que meu marido estava de plantão. Nessas 3 semanas que se passaram tudo só havia melhorado. Edward havia tido várias lembranças de quando namorávamos. Uma delas foi que o fez rir muito, que foi o dia em que eu quis me vingar de Rosalie, aprontando com os dois enquanto eles assistiam filme. (N/A: Capitulo Meu sobrenome é Vingança)

Fiz um canellone para jantarmos e comprei um bom vinho, mesmo com Alice não bebendo. A campainha tocou e eu fui atender, e lá estava ela, com seus cabelos agora longos, rosto mais redondo e com aquela enorme barriga. Alice já estava de 5 meses, mas parecia estar prestes a ganhar o bebe de tão grande que estava.

- Alice, você esta...
- Uma bola, eu sei. – ela disse me abraçando e entrando na casa.
- Eu iria dizer linda. E você não esta uma bola, esta grávida.

Ela suspirou e foi em direção à sala de jantar.

- Estou faminta Bells. Sério, como o tempo todo. Tenho enjôos, fico com desejos... E completamente estressada algumas vezes.
- Coisas da gravidez minha amiga. Mas e ai, já viu o sexo do bebê?
- Você quer dizer dos bebês né?
- Alice, espera, não é só um?
- Não. São dois. Descobri hoje.

Interpretei o papel de Alice e bati palminhas, feliz por minha melhor amiga.

- Então, quais são os sexos?
- Não quis saber. Jasper ficou furioso comigo. Nem estou pensando em nomes. No dia que nascerem irei olhar para os rostinhos deles e tenho certeza que os nomes virão.
- E as roupinhas?
- Sabe, estou com um pressentimento que serão duas meninas.
- Pra sua felicidade né?
- Imagina se são duas meninas? Ah eu morro de felicidade sim e sem falar que agora não terá mais os ciúmes da Rosalie. Uma você batiza e a outra ela batiza.
- Estou muito feliz por você minha amiga.
- Agora me conte de você... Andamos tão afastadas. Desculpe, é que mal tenho tempo pra mim.
- Eu estou ótima. Trabalhando muito... amando muito... Eu e Edward estamos em uma fase só nossa. Curtindo a vida de casados. Uns dias ele se relembra de alguns momentos, outros dias ele não tem lembrança alguma.
- Você é um exemplo, Bella. Não desistiu do meu irmão em momento algum.
- E como desistir? Não vejo minha vida sem ele.
- Edward está de plantão?
- Sim, está. Só chega depois da meia-noite.
- E você fica acordada esperando?
- Fico. Não tem nada melhor do que ver ele chegar, todo de branco, cansado.
- Vocês não estranhos. Você é pior que ele ainda. Sente tesão por alguém cansado, de branco, com olheiras...
- Alice, me poupe dos comentários.
- Amanha você vai ao shopping comigo comprar roupas e móveis para as meninas.
- Fala como se tivesse certeza que duas meninas irão nascer.
- Eu tenho certeza que são meninas.
- Tudo bem Alice, não irei discutir com você.

Mais tarde...

Já se passava da meia-noite e Edward ainda não tinha chegado. Confesso que estava morrendo de sono, mas da mesma forma quis esperá-lo. Alguns minutos depois ouvi o barulho do carro entrando na garagem e coloquei uma música para tocar. Amanha eu não iria trabalhar e Edward felizmente também não, teríamos o dia juntos. O que nas últimas semanas estava sendo muito difícil.

Universe & U – KT Tunstall: http://www.youtube.com/watch?v=C_-Nw-SCGnU
Tradução:
Um fogo queima, a água vem,Você me esfriaQuando estou fria por dentro, você é quente e brilhante, Você sabe que é tão bom para mim Com seus olhos de criança, você é mais do que parece, você vê no espaço...Eu vejo no seu rosto... Os lugares que você foi... As coisas que você aprendeu... Elas combinam com você de um jeito tão bonito (yeah)Refrão:Você sabe que não há nenhuma necessidade de se esconderVocê sabe que eu digo a verdade, Nós somos exatamente os mesmos.Eu posso sentir tudo que você fazTudo que você diz,Mesmo quando você está a milhas de distânciaPorque eu sou eu, o universo e você. Assim como as estrelas que queimam brilhantes,Fazendo buracos na noite,
Nós estamos construindo pontes. Refrão:
Você sabe que não há nenhuma necessidade de se esconderVocê sabe que eu digo a verdade, Nós somos exatamente os mesmos.Eu posso sentir tudo que você fazTudo que você diz,Mesmo quando você está a milhas de distânciaPorque eu sou eu, o universo e você. Quando você está completamente sozinhoEu mandarei um sinal, Para que você saiba que...Eu sou eu, o universo e você,O universo e você.O universo e você.Eu sou o universo e você.

Logo o vi entrando em casa, todo de branco, deixando sua pasta de lado, com um aspecto cansado, mas mesmo assim com o meu sorriso preferido estampado no rosto.

- Boa noite! – ele disse.
- Boa noite!
- Já te disse para não ficar me esperando. De cansado já basta eu.
- Mas eu faço questão – respondi a ele me levantando e lhe dando um leve selinho e logo depois entregando uma taça de vinho – tenho que checar direito, vai que meu marido chega com uma marca de batom... ou duas.
- Você sabe que isso não vai acontecer.
- É, eu sei. – disse convencida.

Ele riu e se sentou no sofá.

- Me conte o que fez hoje.
- Além de trabalhar... Jantei com Alice. Sabia que você vai ser tio de gêmeos?
- Jura? Que legal.
- Estou muito feliz por ela. Amanhã iremos às compras. Acredita que ela vai comprar tudo rosa? Alice tem certeza que serão meninas.
- Não duvido. Dizem que intuição de mãe nunca falha.
- Verdade. Mas e você fez o que hoje?
- Na verdade passei o dia assinando papeis, visitando alguns pacientes que estão internados e resolvendo problemas, porque não sei se você sabe, mas seu marido agora é o NOVO DIRETOR GERAL do hospital. – ele disse se levantando e vindo até mim.
- OMG! JURA? Parabéns amor. Estou muito feliz por você.
- Parece que tudo esta finalmente acontecendo. Agora só falta o nosso time de futebol. – Edward me pegou no colo e eu passei minhas pernas por volta de seu quadril e meus braços em volta de seu pescoço.
- Time de futebol? Não entendi.
- Quero muitos filhos com você.
- Hum... Gostei da idéia.
- Gostou? Que ótimo... Então, que tal começarmos pelo primeiro?
Eu dei uma gargalhada e deixei seus lábios me tocarem. Um fim de noite comum. Eu, Ele e o Quarto.

Na manhã seguinte quando acordei totalmente realizada, me surpreendi ao ver que Edward não estava na cama. Jake estava sentadinho ao meu lado, me observando dormir.

- Bom dia garotão. Tá me vendo dormir é?

Coloquei o roupão e desci, nada dele. Por fim o encontrei no escritório, lendo algo.

- Bom dia amor.
- Bom dia... Bella, por que nunca me falou desse livro?
- Que livro?
- Que você escreveu. Achei aqui no meio das coisas. Por que não me contou antes? Sabia o quão útil ele pode ser?
- Não vi importância em te contar. Mas por que ele é importante?
- Como por quê? Esse livro fala sobre o nosso relacionamento, certo? Desde o início. É a chave para eu saber de tudo que vivemos... Em detalhes.
- Claro! Como não pensei nisso antes?

Ele sorriu e me abraçou. Como eu havia sido completamente tola em não ter pensado no livro antes, na verdade ninguém tinha pensando. Acho que tanto eu como o resto dos meus amigos ficamos tão alienados pelos recentes acontecimentos que acabamos nos esquecendo. Essa seria a chave principal para o nosso recomeço.

Do nada uma leve tontura me atingiu e me deu um forte enjôo. Sentei-me no sofá e respirei fundo.

- Bella, o que foi?
- Não sei... Do nada me deu um enjôo estranho. – respirei fundo mais uma vez – Nossa, está ficando forte.
- O que pode ser?
- Você é o médico, esqueceu?
- Bem, você ainda não tomou café da manhã... Só vejo uma explicação para isso.
- É qual é?
- Bella... Será que você esta grávida?