POV BELLA
- Como o amor faz bem, não? – a voz de Ângela brincou, maliciosa.
Despertei de meus devaneios e encarei o rosto brincalhão de Ângela que me olhava com carinho. Sorri, minha expressão muito culpada.
- Desculpe, você estava dizendo alguma coisa, Ang? – eu disse, minhas bochechas corando.
- Não, claro que não. Estamos sentadas aqui há meia hora e eu só disse umas mil palavras que você não ouviu nenhumas delas, mas não, não falei absolutamente nada. – ela disse, uma expressão muito séria. Nos olhamos e caímos na gargalhada.
- Ai, Ang, estou tão feliz! Só fazem duas semanas que eu e Ed estamos juntos mas parece que eu o conheço desde sempre, sabe? Ele me completa, sabe meus desejos e vontades, sem que eu diga qualquer coisa ele parece ler meus pensamentos. – suspirei e empurrei o prato de comida que eu mal tocara. – Ele é o homem da minha vida.
- Ai, miga, que perfo! – ela disse, uma expressão melosa no rosto.
Logo deu nossa hora de voltar ao trabalho e subimos pra UTI, retomando nossos postos. Meu novo cargo estava-me rendendo muita felicidade, mas a quem eu queria enganar? Ao lado do fofo do Edward, até se eu fosse gari, que é um serviço muito pesado, eu seria a mulher mais feliz do mundo.
- Você soube, Bella? – Ariane me perguntou, horas depois.
- Do que? – perguntei levantando meus olhos dos papéis que eu tinha que deixar em ordem antes de passar o plantão.
- O julgamento do Aro e da Victória foi marcado.
Uma fisgada no peito. Engoli em seco e fechei minhas mãos em punhos ao me recordar do que esses criminosos haviam feito. Mas eles pagariam, pagariam por toda maldade que haviam feito a minha mãe e que quase haviam feito a Edward.
- Vou estar lá, mesmo que seja como platéia. – eu disse voltando a escrever.
- Não seja boba, certamente será convocada para testemunhar. – ela disse saindo do posto de enfermagem.
Coloquei todas minhas forças na tentativa de me concentrar nos benditos papéis e esquecer aqueles dois. Eles não mereciam meu precioso tempo.
Respirei fundo e saí pelas portas do grande hospital no qual eu trabalhava com um sorriso involuntário no rosto e busquei com os olhos aqueles lindos olhos dourados que sempre me esperavam na saída do meu turno. Mas hoje ele não estava aqui. Franzi a testa e segui até meu carro ainda olhando ao meu redor, esperando que ele aparecesse. O que será que tinha acontecido?
Hoje seria o dia de sua consulta, ele faria exames e só então saberíamos se havia ficado alguma seqüela de seu coma, o que era realmente possível. Uma preocupação sufocante me invadiu e busquei meu celular na bolsa, apertando a discagem rápida com seu número. Chamou, chamou, chamou e nada. Droga! O que estava havendo?
Dirigi como uma louca até meu apartamento, subi correndo as escadas e cheguei a minha porta, puxei o molho de chaves e remexi entre elas a procura daquela que abriria a porta. Mas de repente, ela se abriu sozinha. Fiquei paralisada, as mãos ainda no molho de chaves, a boca ligeiramente aberta, encarando o homem lindo que me lançava o sorriso torto mais perfeito do mundo, seu corpo espetacular vestia um lindo smoking. Senti vergonha por estar com minha roupa de trabalho, meu cabelo preso em um coque.
- Er... – eu resmunguei sem graça diante daquele Deus grego.
- Bem vinda, meu amor! – ele disse com voz rouca e me puxou pra dentro do apartamento em um abraço apertado de encontro ao seu peito forte e musculoso, tomando mus lábios em um beijo terno e perfeito, suave, mas que tirou o fôlego de nós dois.
- Amor, o que é isso? Por que está vestido assim? – perguntei acariciando seu rosto perfeito.
- É que vamos comemorar hoje, meu anjo. – ele disse com voz rouca me beijando a testa. – O médico me disse que estou 100% curado.
- Sério? Isso é ótimo! – eu disse abraçando-o mais apertado.
- E o que você achou de tudo isso? – ele perguntou olhando ao redor.
Tão deslumbrada que eu havia ficado ao vê-lo de smoking, tão perfeito, que nem reparara em meu apartamento. Mas agora eu vi, e meu queixo caiu.
- Ed, isso é lindo! – eu sussurrei olhando para tudo com olhos arregalados.
Nem se parecia mais com meu modesto apartamento. A mesa de jantar estava toda arrumada, lindas taças brilhavam a luz das diversas velas espalhadas pelo cômodo, tudo muito perfeito.
- Edward, você... – as palavras não me vinham a boca.
- Shiiiii, não diga nada. – ele disse colocando seu dedo indicador em meus lábios e me beijando depois. – Agora, vá tomar um relaxante banho, já enchi a banheira pra você, sua roupa está no banheiro. – olhei curiosa pra ele que sorriu. – Tudo bem, eu confesso. Não planejei tudo sozinho, a Alice ajudou. Foi ela que escolheu sua roupa e eu acho que você ficará linda. Agora vai lá, que a nossa comidinha ta no forno.
Dei-lhe um leve beijo e ia em direção ao meu quarto quando ele disse.
- Não, amor, o banheiro do corredor, não o do quarto.
Olhei-o desconfiada.
- Por que não o do quarto?
A cara do inocente mais lindo do mundo.
- Por que lá tem uma surpresinha pra depois. – e deu uma piscadela maliciosa.
Ri e balancei a cabeça, indo para o meu banho que Edward preparara.
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